Capítulo 56

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Agora os irmãos estavam no quarto de Miguel. Ao passar, o primogênito da família Castelli fechou a porta com a chave.

- Onde paramos? – perguntou.

- Dizíamos que o Wesley ficou com nós dois na mesma noite.

- Ah sim, é verdade. Acho que agora é a minha vez de lhe contar os meus sentimentos, que não são muito diferente dos seus.

Ambos se deitaram. Um bem-estar percorreu o corpo de Miguel quando este se recostou em seu travesseiro de penas de ave de rapina.

- Também não faço ideia de quando isso começou a acontecer, mas quando me dei conta, já estava completamente envolto em um sentimento forte por ele.

"É impressionante, porque foi do dia para a noite que eu percebi o quão apaixonado eu estava" – assumiu Miguel pacientemente – "Para mim não foi fácil também. Até então só tinha me apaixonado por mulheres, só havia me relacionado com o sexo oposto. Mesmo sentindo tesão por outro homem, no caso você, eu nunca me imaginei ficando com um, mas quando eu fui ver, estava beijando ele."

" Eu não fiquei me questionando o porquê de estar sentindo aquilo por Wesley, a princípio pensei que fosse algo passageiro, que era fogo de palha, apenas tesão... Mas eu me enganei. E muito. Em pouco mais de uma semana meu sentimento por ele foi evoluindo de tal forma, que à partir do momento que nós fomos para a cama eu descobri que não era apenas tesão, muito menos fogo de palha, era amor."

- Amor? – repetiu Diego incrédulo.

- É, amor – assumiu Diego – Eu jamais senti isso por ninguém. É como se cada vez que eu ver ele vai ser a última e eu quero ficar do lado dele...

- É... É... É isso que eu sinto também. Meu coração pula... Parece que ele...

- Que ele vai sair pela boca – completou Miguel – Eu sinto vontade de abraçar ele...

- De beijar ele...

- De me entregar...

- De corpo e alma...

- Aos braços dele – terminou Miguel.

Os dois irmãos se olharam e não conseguiram evitar um sorriso. O que acontecia com os dois? Nem um nem outro já tinha visto o outro daquele jeito. E a culpa era de Wesley...

Wesley sabia o quanto o abraço do melhor amigo era reconfortante, mas nem mesmo Eduardo havia conseguido acalmar os ânimos do administrador.

- Agora eu tenho que ir – disse Eduardo após um longo abraço fraternal – A Paty está me esperando.

- Como é que ela está?

- Bem. Foi demitida...

- Como é? – espantou-se Wesley.

- ...mas já conseguiu um novo emprego – explicou Edu sorrindo.

- Por que a demitiram?

- Redução de quadro. Mas a gerente já arrumou um novo emprego para ela, a propósito, ela começa amanhã cedo. Já deve ter ido dormir.

- Ah, então menos mal.

- Isso mesmo. Bom querido, agora eu realmente tenho que ir. Quase meia noite. Amanhã eu preciso acordar cedo.

Eles trocaram mais um forte abraço e Wesley disse:

- Muito obrigado por se preocupar comigo.

- Você não tem que agradecer. É para isso que os amigos servem. E você sabe: você é meu irmãozinho.

Os Dois Irmãos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora