Os Dois Irmãos (Romance Gay)

Capítulo 50

Só quando chegou em casa naquela noite de primavera foi que Miguel leu a mensagem de texto que lhe tinha sido enviada.

Gostou do conteúdo... Mas ficou levemente curioso para saber qual o assunto que Wesley queria tratar. De certa forma, Miguel já tinha ciência do rumo da conversa, e ele sabia que tratar sobre a relação dos dois ia ser um passo importante para ambos.

Depois de um longo e relaxante banho de banheira, o empresário finalmente despencou em sua cama e em questão de minutos já estava absorto em um sono profundo e tranquilo.

...

Diego respondeu a mensagem de texto de Wesley:

"Não se preocupe, também quero ter uma conversa com você. A gente se fala amanhã depois do expediente. Um abraço."

Era como um filme. Tudo o que tinha acontecido no final de semana estava passando diante dos olhos de Diego, desde a transa com Wesley ao jogo de golfe com Miguel.

Era inevitável conversar com Wesley. Diego ainda não sabia quais eram as intenções do rapaz, e, sobretudo, ainda se sentia confuso. A conversa seria necessária para explicar os sentimentos de ambos os envolvidos.

O sono envolveu o corpo de Diego e o rapaz adormeceu, começando a sonhar com o irmão e também com Wesley, os três, envolvidos, se amando em uma noite chuvosa em um local, até então, desconhecido.

Só quando acordou na manhã do dia seguinte foi que Wesley notou que adormecera com a roupa que havia voltado do campo.

Sentindo-se muito mais leve e descansado, ele foi se alimentar, encontrando Fred sentado à mesa lendo o jornal matinal.

- Bom dia – cumprimentou o recém chegado ainda sonolento.

- Ah bom dia – falou Fred com os olhos por cima do jornal – Como foi de viagem?

- Bem, graças a Deus. E por aqui? Tudo em ordem?

- Na mais profunda tranquilidade.

- Excelente.

Wesley sentou-se e se serviu de torradas com geleia e pães de frios.

- O técnico de telefonia instalou o nosso telefone e também a banda larga do computador.

- Que bom – disse Wesley colocando suco – Estava mesmo precisando de uma nova linha de telefone, aquela que tínhamos não funcionava.

Allan terminou de beber a xícara de café e se levantou.

- Bom te ver de volta – disse se espreguiçando – Agora eu tenho que ir pra faculdade. Um longo dia, sabe?

- Sei. Eu também estou atulhado de serviço no escritório.

- Um bom dia – disse Fred – Te vejo a noite.

- Bom dia. E vê se estuda direito, não esqueça que está em ritmo de provas.

- Não esquenta comigo. Fui.

Wesley pegou o jornal e folheou a seção de esportes. Não havia nada que lhe interessasse.

Uma vez terminada a primeira refeição do dia, o jovem se dirigiu ao banheiro, precisava se lavar para poder ir para a empresa.

De banho tomado, roupa trocada e pasta na mão, Wesley saiu de casa, mas nem mesmo chegou ao patamar dos elevadores e foi surpreendido por uma visita inusitada:

- Bom dia – disse uma voz masculina conhecida às costas do moreno.

- Você? – espantou-se Wesley virando-se para encara o homem – O que você faz aqui essa hora da manhã?