Capítulo 19

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Larissa estava demorando muito, ela nunca havia feito isso, então eu começei à achar que algo não estava certo, e senti uma certa insegurança. Mais sempre ignorava os meus sentimentos, e segui o meu dia normalmente. Provavelmente ela estaria conversando com Beth.

Então, desci até à cozinha para comer alguma coisa, estava faminto. Apanhei uma maçã verde e dei uma mordida farta.
Mais fui surpreendido por meu celular tocando, que estava em meu bolso.

CHAMADA ON

- Alô?

- William Carpenter?

- Sou eu mesmo.

- Por favor, compareça até a Avenida Roger's. Sua namorada sofreu um acidente grave, e está precisando de você.

- Como assim acidente? Quem é você?

- Policial Kenner. Você pode confiar em mim. Nós apahamos o celular da jovem e encontramos este número.

- Ok.

CHAMADA OFF

Na mesma hora que desliguei o celular, começei a ficar desesperado, sem saber o que fazer. E se fosse apenas uma trolagem?

- Mais e se for verdade, William seu idiota! - Sussurei comigo mesmo.

Larissa não poderia ter sofrido nada, eu não conseguiria ficar sem a minha garota.

Joguei à maçã no lixo e corri para o carro que estava na garagem. Saí na maior velocidade possível e fui até a Avenida que me disseram.

Quando desci, encontrei uma roda de várias pessoas formada ao lado de um carro com seu vidro totalmente quebrado. Haviam cacos dele no chão também.

- Poe favor. - Fui diretamente falar com um policial. - O que está acontecendo?

- William, é você? - Ele perguntou.

- Sou eu mesmo.

- Sou o Kenner, que acabou de te ligar. Reconheci a sua voz. - Rodeou seus braços por meu ombro.

- Por favor Kenner, diga logo o que está acontecendo! - Falei, desesperado.

- Há uma menina caída no chão. Parece que sofreu um acidente grave. - Respirou fundo. - Apanhamos este celular de seu bolso.

Quando vi o celular, não acreditei que aquilo poderia estar acontecendo. Era o de Larissa.

Rápidamente eu invadi aquela roda de pessoas que cercavam tudo, e quando enxerguei o que estava acontecendo, meu coração se despedaçou.

Larissa estava caída, totalmente desacordada. Havia sangue em todas às partes de seu corpo, e embaixo dela tinha diversos cacos de vidro. Ao seu lado, um carro na cor prata, desfigurado. E ao outro, o meu carro, com o vidro da frente quebrado, além de seus faróis.

Eu coloquei às mãos em minha cabeça, e não sabia o que fazer. Apenas chorar. Eu não poderia ficar sem o meu anjo da guarda. O que seria de mim sem ela ao meu lado?

- Larissa, está me ouvindo? - Apertei suas mãos fortemente, sem resposta. - Por favor, não me deixe! - Deitei minha cabeça sobre seu ombro.

O meu rosto já estava cheio de lágrimas, e minhas mãos, ensanguentadas. O que eu poderia fazer era rezar para que ela ficasse bem, e não me deixasse sozinho.

- Precisamos leva-lá o mais rápido possível para à emergência. - Kenner enconstou em meu ombro. - Se quiser, pode vir com a gente.

Rapidamente subi na ambulância, e Kenner fechou às portas. À todo momento segurei às mãos de Larissa, observando os seus batimentos cardíacos que estavam ligados à uma máquina, ficarem cada vez mais fracos. Eu não poderia deixar que ela se fosse, teria que fazer alguma coisa. Mais o que?

Quando chegamos, depois de 20 minutos, várias enfermeiras aproximaram-se e trasferiram Larissa para outra maca.

- Larissa Thompson, 18 anos de idade. Sofreu um acidente grave próximo a Rodovia. - Uma delas gritou.

- Ela irá ficar bem? - Perguntei, acariciando os seus cabelos enquanto à levavam para a sala de cirurgia.

- Faremos o possível. - Um médico me interrompeu.

- Preciso que você fique na sala de espera. - Uma enfermeira simpática falou.

- Não posso entrar? - Perguntei, com o coração acelerado.

- Infelzimente não, William. - Respirou fundo. - Eu sei que você está preocupado, mais ela está em boas mãos. - Sorriu calmamente e em seguida trancou às portas.

Então eu me sentei em uma das cadeiras na sala de espera, passando às mãos em meus cabelos com a cabeça abaixada, no aguarde para que me dissessem que ela estaria em perfeitas condições.
O sentimento de preocupação era horrível, ainda mais se fosse com Larissa. Eu estava agoniado, e queria saber como ela estava. Minha ansiedade e nervosismo não paravam de me infernizar, e começei ter terríveis pensamentos. E se ela não ficasse mais ao meu lado? Ou tivesse que passar dias e dias no hospital? E se ficasse com sequelas?
Eu estava ficando louco. E andando para um lado e para o outro, às pessoas que estavam ao meu redor começaram  à olhar o tremor de minhas mãos.

- Por favor, que ela fique bem! - Sussurei, sentando-me novamente.

- O que aconteceu rapaz? - Um idoso que estava ao meu lado perguntou.

Ele possuía uma pele clara e rosada com poucas rugas, e cabelos brancos e lisos.
Levava um buquê de rosas em suas mãos. Provalvelmente iria dar de presente para alguém.

- A minha...- Dei uma pausa.

Não sabia o que era de Larissa. Bom, por mim já estaríamos namorando oficialmente, mais eu ainda não tive coragem de pedir sua mão. E depois do hospital, com certeza iria fazer isso. Sempre levei esse ditado comigo:"Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje". E agora, que ela estava passando por uma cirurgia, ele fazia todo o sentido.

- Ela está passando por uma cirurgia. - Olhei para seu rosto. - Sofreu um acidente grave, e quando eu cheguei, já estava desacordada.

- Não se preocupe. - Ele deu um sorriso de leve e pegou em uma de minhas mãos. - Ela irá ficar bem.

- É o que eu espero. - Uma lágrima invadiu meus olhos. - Não posso ficar sem ela.

- Me chamo Ruben. - Estendeu sua mão, cheia de pintinhas.

- William. - Limpei minhas lágrimas.

Ele respirou fundo, e abaixou sua cabeça.

- Minha esposa está no quarto, sozinha.

- E porque você não está lá? - Perguntei.

- Ela não pode receber visitas. - Uma lágrima escorreu por seu rosto. - Sua imunidade está baixa, e caso se contamine por algum vírus, não resistirá.

- Eu sinto muito. - Rodeei meus braços por seu ombro, para tentar dar à ele um certo apoio.

- Assim que ela sair de lá...- Apontou para à porta da sala de cirurgia. - Tente mostrar o máximo possível que você ã ama.

Eu observei seu rosto, que já estava cheio de lágrimas.

- Quando ela ainda estava conosco, eu não demonstrava absolutamente nada. Nem se quer lhe dava um beijo em seu rosto. - Suspirou e limpou às lágrimas que caíam. - Hoje, eu estou aqui. À espera de uma enfermeira para entregar essas rosas à ela, pois eu não posso nem pegar em suas mãos. - Caiu em prantos.

- Está tudo bem. - Eu o abraçei. - Ela irá ficar bem, e prevemente você poderá vê-lá e abraça-lá.

- Aproveite ao máximo enquanto a sua garota ainda pode te ver. Nós precisamos do toque de quem amamos quase tanto quanto de ar para respirar. A vida é muito curta para perder um segundo.

Rubens fez várias lágrimas saírem de meus olhos enquanto dizia essa frase. Há tantas pessoas querendo ver novamente alguém que ama, ou até mesmo para matar às saudades. Mais muitas dessas pessoas não conseguem, ou não podem. E enquanto eu estava ao lado de Larissa, não tinha coragem de pedir à sua mão.
Rubens me fez enxergar o mundo de outra forma, e passar à dar valor às pessoas que temos em nosso lado.

Coração RestauradoOnde histórias criam vida. Descubra agora