Capítulo 08

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Acordei de bruços com um pouco de baba próxima de minha boca. Eu estava com um pouco de dor de cabeça e sentia meu corpo um pouco dolorido.
Percebi que Cloe já havia acordado, pois já não estava mais ao meu lado.

Levantei-me com uma certa dificuldade e desci até a cozinha, apenas com uma boxer. Encontrei Jonas e Cloe conversando.

- Tome, muito obrigada. - Jonas entregou uma quantia de dinheiro à ela.

Em seguida, Cloe saiu pela porta sem ao menos dar tchau.

Eu não acreditei que Jonas tinha contratado garotas de programa para transar!

- Que porra é essa Jhow? - Perguntei, batendo fortemente na mesa.

- Você queria o que? Não consigo conversar com mulheres! - Sorriu. - Me agradeça por ter pago tudo.

Eu sorri de volta ainda confuso.

- Pelo jeito a noite foi ótima! - Bateu em minhas costas.

- Eu que devo te dizer isso! - Sorri.

- Eu preciso ir agora irmão. - Me abraçou. - Até mais.

- Até mais Jhow, você é um máximo!

Assim que ele saiu eu começei a fazer meu café. Apanhei uma xícara e despejei-o. Em seguida, abri à embalagem de torradas e levei 2 até à mesa comigo.
Mais por um momento, esqueci que já não estava sozinho em minha residência, e escutei os passos de Larissa sobre à escada.

- William eu...- Parou à fala quando me viu apenas de boxer preta.

Eu não sabia o que dizer. Havia esquecido completamente que agora ela morava juntamente comigo.

- Me desculpe! Eu esqueci completamente que já não moro mais sozinho! - Coloquei às mãos sobre minha parte íntima.

Ela gargalhou, e com o seu hobby preto e com seus cabelos amarrados em um coque despojado, terminou de descer às escadas por completo. Suas pernas estavam à mostra, e eu teria que me controlar naquele momento.

- Está tudo bem! - Apanhou um copo e colocou um pouco de café.

Senti que não conseguia disfarçar, e seus olhos pediam para olhar por todo o meu corpo.
Então, sentou-se na mesa e começou à comer alguns biscoitos para tentar não olhar.
E eu apenas tentava segurar o riso. Suas bochechas estavam coradas, não tinha como ela disfarçar sua vergonha.

- Pelo jeito sua noite foi ótima. - Tomou um gole do café.

- Como assim? - Perguntei, fingindo não saber de nada.

- Escutei gemidos altos de meu quarto. - Gargalhou. - Principalmente os seus!

Agora eu quem tinha ficado corado. Tentei ir até o outro quarto para ela não saber, mais pelo jeito não adiantou de nada.

- Mil desculpas! Eu estava bêbado, não sabia o que estava fazendo! - Passei às mãos em meu cabelo.

- A casa é sua Will, pode fazer o que quiser. - Deu um sorriso tímido me olhando com seu rosto angelical. - Mais você não parecia bêbado quando chamou aquelas garotas de programa para cá.

- Soube que elas eram garotas de programa hoje de manhã, quando vi Jonas entregar uma quantia de dinheiro à elas. - Suspirei fundo.

- Tá tudo bem! Não precisa ficar envergonhado. Afinal, transar é uma necessidade. - Colocou seu copo na pia.

Sim, transar era uma necessidade. Mais não parecia ser para Larissa, já que ela nem saía de casa, ou nem mesmo fazia algo comigo.

- Vou me trocar! - Falei, subindo até meu quarto.

Assim que entrei, tomei um banho para amenizar a ressaca de meu corpo e me despetar-me totalmente.
Quando saí, vesti um moletom na cor cinza juntamente com uma bermuda preta. Peentei meus cabelos para o lado como sempre, e me perfumei.

- Está cheiroso! - Larissa passou em frente ao meu quarto, estava linda como sempre.

- Obrigada! - Dei um sorriso.

Ela enconstou-se na porta e ficou me observando por alguns minutos.

- Opa! Acho que sua touca está enrolada. - Começou a passar suas mãos em volta de meu pescoço, me fazendo ter arrepios constantes.

Seus olhos cruzaram com os meus, e suas bochechas ficaram coradas. Mais ao mesmo tempo não conseguia tirar o seu sorriso do rosto.

- Pronto, agora está perfeito. - Cortou o silêncio.

E quando ela iria sair, eu a chamei novamente, tentando puxar assunto.

- Seus machucados já se fecharam?

- Estão quase. - Levantou a barra de sua calça.

- Deixa eu ver.

Ela sentou-se na cama, e eu me acomodei ao seu lado. Delicadamente passei minhas mãos sobre seus pés, tentando deixa-lá confortável.

- Já estão quase fechando. Logo logo estarão 100%!

- Graças à você. - Passou suas mãos sobre minha coxa, o que me fez ter mais arrepios ainda. - Obrigada novamente, eu não sei como te agradecer!

"Mê de um beijo!" - Pensei comigo.

- Não precisa me agradecer, sua presença é o melhor presente que eu poderia ter.

Ela me olhou fixamente. Eu não aguentava ver aqueles olhinhos observando cada detalhe de meu rosto, me controlava muito para não roubar um beijo seu, o que eu mais desejava. Mais não tinha certeza se ela queria o mesmo que eu. Como eu queria ter uma bola de cristal naquele momento, ou até mesmo poder assistir o que se passa na cabeça das pessoas, ou somente na de Larissa.

- Promete que nunca irá me deixar voltar às ruas novamente? - Fixou seu olhar triste sobre os meus olhos.

- É claro que prometo. Eu já disse, sempre irei te proteger.

E surpreendentemente, ela encostou sua cabeça em meu ombro. Para algumas pessoas pode ser bobagem, mais para mim, esse simples ato de afeto fez o meu mundo virar de ponta cabeça. Não poderia me apaixonar novamente, eu já havia quebrado meu coração diversas vezes, e temia que isso acontecesse novamente. Mais quando estava ao seu lado era difícil evitar.

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