Capítulo 30

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Eu estava decidida e realizada com a decisão que tomei. Por mais que amasse William, tive que fazer isso pelo meu próprio bem, às vezes precisamos abrir mão das coisas que gostamos.
Assim que ele começou à falar às coisas que sentia olhando em meus olhos, os mesmos começaram à juntar diversas lágrimas, pois o que William disse tocou bem fundo no meu coração. Ele era do tipo muito paciente, mais quando não aguentava mais guardar às coisas para si, explodia, soltando várias palavras sábias e verdadeiras.

Com uma dor forte penetrando em meu coração, peguei um táxi e me dirigi até à antiga casa de meu pai. Sim, era lá que eu iria ficar durante um tempo, ia voltar ao tempo de quando era apenas uma criança e todos os dias me recordar de minha mãe.

- Obrigada. - Entreguei o dinheiro ao motorista e em seguida saí do carro.

Parei na frente de minha antiga casa e fixei os meus olhos em suas paredes sujas e o gramado alaranjado.
Pelo jeito teria um grande trabalho pela frente, e começaria logo.

Girei à maçaneta da porta que estava emperrada e entrei para dentro daquela casa. Subi às escadas e encontrei meu antigo quarto. Ainda estava com algumas de minhas coisas e uma velha escrivaninha. Deixei minha mala encima da mesma e desci novamente para comprar alguns objetos de limpeza para fazer uma faxina completa.

Assim que cheguei rápidamente começei à colocar às coisas fora do lugar para poder lavar tudo.
Limpei os dois quartos que haviam lá, também à área e garagem enormes, além da cozinha e sala que estavam mais sujos do que um lixão. O banheiro deixei por último, pois já estava morrendo de cansaço.
Depois de 5 horas limpando aquela casa sem parar, eu já estava quase caída no chão, o meu corpo pedia para tomar um banho urgentemente enquanto minha cabeça estava latejando.
Bom, pelo menos à casa ficou perfeitamente limpa e cheirosa, da maneira que eu gosto.

Fui diretamente ao banheiro para tomar um banho bem quente, e enquanto à água caía sobre minhas costas eu imaginava como William estaria naquele momento. Será que sentia minha falta, ou nem se dava conta de minha ausência?
Por mais que tivesse saído da mansão, não nego que ainda o amava, mais às vezes precisamos abrir à mão das pessoas que amamos.
Saí do banheiro ainda enrolada em uma toalha e me abaixei até à mala para apanhar algumas roupas, ainda não tinha colocado todas dentro de uma pequena cômoda que havia lá.
Optei por um vestido justo na cor azul, que ficava acima de minhas coxas e marvaca muito bem minha cintura.
Depois, deixei meus cabelos secarem naturalmente, pois havia esquecido o secador de cabelos

Em minha antiga casa só haviam alguns móveis e eletrodomésticos, pois a maioria teriam sidos roubados cruelmente.
Mais ainda sim tinha várias coisas, como uma pequena televisão juntamente com um sofá médio e estofado. Na cozinha o fogão ainda estava inteiro, e o armário possuía algumas portas quebradas, além da geladeira que não funcionava mais, e eu teria que fazer algo para me virar.
Finalmente no quarto, por sorte havia uma cama de solteiro e a cômoda citada anteriormente.

Fui diretamente à cozinha para tentar arrumar à geladeira e fazer com que ela funcionasse, pois teria que comprar alimentos e congelá-los.
Parecia que à luz forte que há na maioria delas estava apagada, e não fazia barulho algum. Pelo jeito teria um longo trabalho pela frente.

Me ajoelhei para tentar ver o que estava acontecendo, quanto fui surpreendida ao escutar palmas na frente do portão. Na mesma hora fiquei assustada, pois não tinha percebido que naquele bairro havia vizinhança, somente reparei em minha casa.

Abri à porta da frente e me deparei com um garoto que parecia ter mais ou menos 22 anos de idade. Era alto, e com à pele parda. Seus cabelos eram pretos e lisos, e seus olhos castanhos.

- Olá! - Sorri, indo em sua direção.

- Oi, tudo bem? - Ele sorriu de lado.

- Estou bem, e você?

Coração RestauradoOnde histórias criam vida. Descubra agora