Capítulo 09

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Na noite anterior eu praticamente não havia conseguido dormir. Parecia que William havia chamado algumas garotas para dormir lá, e não dava para ignorar os gritos e gemidos que faziam naquela noite. Não sei o porque mais eu senti um incômodo ao saber que ele estava no quarto com uma mulher, porém nós não tínhamos nada, não era para eu me sentir assim.

Mais eu me sentia vulnerável ao seu lado, e ele cuidava de mim como se fosse uma princesa. William com certeza foi um anjo que caiu do céu.

Enquanto ele examinava o meu pé que já estava praticamente curado, eu deitei minha cabeça sobre seu ombro. Então ele começou a acariciar meus cabelos, o que me fez sentir um afeto enorme por ele.
Eu queria tanto poder senti-lo mais um pouco, ou até mesmo beijar seus lábios rosados. Mais não sabia se ele queria o mesmo que eu, e eu era muito tímida, quando estava ao seu lado não conseguia falar o que sentia.

Após ele remover a faixa que estava posicionada sobre meu pé, eu fui tomar um banho, já que eu tinha acordado fazia alguns minutos.
Enquanto à água quente caía sobre minhas costas, eu passava às mãos sobre meus cabelos molhados ao mesmo tempo. A água corria sobre meu corpo, e o pequeno sabonete explorava minhas curvas.

Quando saí, apenas com uma lingerie preta com detalhes rendados por baixo da toalha, fui diretamente para o meu quarto escolher uma roupa. Porém, só depois fui perceber que só havia encostado a porta, e não passado a chave.

Enquanto estava colocando a blusa por minha cabeça, escutei o barulho da porta rangir.

- Larissa eu... - William parou sua fala e observou meu corpo.

Rápidamente eu fiquei corada, não sabia o que fazer naquele momento.

- Desculpa! Eu me esqueci que fechar a porta! - Falei, puxando minha blusa para baixo e ficando apenas com minha calcinha.

- Uau! - Ele me olhou de cima abaixo, com suas mãos no bolso.

- William! - Aumentei o tom de voz.

- Tá bom, tá bom. Vou deixar você se trocar. - Falou, mordendo seus lábios e fechando a porta.

Ele usava um moletom cinza e uma bermuda preta que marcava suas coxas grossas. Tudo o que eu mais queria naquele momento era agarrá-lo e nunca mais soltar.

- Eu sei que você ainda está aí. - Falei, olhando por uma pequena brecha da porta.

- Ah fala sério! - Ele saiu completamente.

Seus olhos insistiam para que me visse completamente nua, mais a minha tímidez gritava mais alto. E então, eu terminei de colocar minha calça com detalhes rasgados no joelho e desci até à sala para relaxar um pouco.

Escutei o barulho da porta se abrir e percebi que era Jonas, o amigo de William. Ele não era nada mal. Era um pouco mais baixo que William, e possuía cabelos negros com uma pele não tão escura mais não tão branca. Seus lábios eram carnudos, e seus olhos, castanhos.
Não tinha braços tão fortes iguais aos de Will, mais suas pernas eram grossas.

- Olá. - Falei, o comprimentando ainda sentada no sofá.

- Eai! - Ele respondeu. - Onde está o Will?

- Deve estar no banho.

- Jurava que ele não tomava banho! - Gargalhou.

E na verdade era muito pelo contrário, William era um homem tão cheiroso que fazia com que eu nunca mais quisesse sair de seu lado quando nós ficávamos um perto do outro.

- Pelo contrário! - Dei risada juntamente com ele.

- Então quer dizer que você é a mais nova moradora dessa enorme casa? - Apanhou uma garrafa de vinho juntamente com uma taça que estava ao lado do sofá.

- Exatamente. Eu morava nas ruas, e William me salvou.

- Nossa sério? - Me ofereceu uma taça de vinho, e eu recusei. - Você é tão linda, não creio que morava na rua.

- Pode acreditar! - Dei um sorriso.

- Will é um cara muito bom, aposto que você irá gostar dele. - Rodeou seus braços em meus ombros.

Já estava percebendo que Jonas queria ter algo comigo, ou até mesmo só me beijar, mais não era ele o homem que eu queria.

- Eu também acho. - Respondi, tentando me soltar.

- Você também é uma mulher muito simpática, e além de tudo é perfeita. - Apanhou uma mecha de meu cabelo.

- Obrigada! - Forçei um sorriso.

Ele então começou à aproximar-se do meu rosto e acariciá-lo ao mesmo tempo, enquanto eu me encolhia. Não tinha o mínimo de interesse em Jonas, William mesmo havia dito que ele não aguentava ver uma mulher em sua frente, e óbviamente comigo não iria ser diferente.

- Jonas eu não...

- É só um beijo! - Me interrompeu ao falar.

E assim que grudou suas mãos em minha nuca, William desceu às escadas,  com um olhar furioso.

- Que porra é essa? - Perguntou, com suas mãos na cabeça.

- Eae amigão! Nós estavámos apenas conversando. - Jonas tentou amenizar a situação.

- Larissa? Eu não estou acreditando que você estava prestes à beijar o meu melhor amigo. - Olhou em meus olhos.

Mesmo se eu quisesse beijá-lo, William e eu não tínhamos nada. Minha garganta me pedia para dizer isso.

- Eu não ia fazer nada Will. Jonas que estava me puxando! - Levantei-me.

- Se você não quisesse teria o empurrado ou algo do tipo! - Aumentou seu tom de voz.

Tudo o que eu mais queria era sair dali. William me culpou por Jonas ter tentado me beijar várias vezes, e aquilo foi um soco em meu estômago.

- Dá pra você acreditar em mim caralho? - Gritei, olhando em seus olhos. - O seu amigo tentou me beijar, eu disse que não queria, óbviamente, mais ele não parou.

- Opa, não é bem assim! Se você não queresse teria se afastado de mim, assim como William disse. - Levantou-se do sofá e terminou de beber aquele vinho.

- Vai se fuder Jonas! Como eu conseguiria me afastar com seus braços me cercando? - Gritei mais alto ainda, fazendo com que minha voz ficasse gasta.

Eu já havia esquecido como era sentir a dor no peito da tristeza. Mais começei a sentir novamente quando observei Jonas me acusando de uma coisa que eu não teria feito. E o pior, William estava acreditando em tudo.

- Eu não vou mais discutir com vocês. Não vou perder meu tempo para provar à minha inocência. - Me aproximei de William. - Se quiser acreditar, Will, acredite. Se não, continue acreditando nesse seu amigo babaca que você irá se dar muito mal em sua vida. - Subi às escadas e bati a porta.

Assim que cheguei em meu quarto não consegui controlar à raiva que sentia naquele momento, e teria que descontar em algo. Começei a jogar todos os materias escolares que estavam sobre à escrivaninha no chão, além dos vasos de vidros quebrados. E em um desses lances, acabei lesionando uma parte de minha mão, fazendo pequeno corte.
Não estava acreditando que William havia confiado em Jonas, que parecia ser um garoto legal, mais por dentro era um monstro.

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