Eileen
Mais uma sexta-feira.
Mais uma festa, onde havia deixado o álcool tomar conta das minhas ações. Para além deste me consumir, tinha fumado demais.
Há três horas que vagueava pelos corpos agitados pela bebida ou simplesmente ao ritmo da música que passava na discoteca. Sentia-me com quinze anos de novo. Sabia que estava aos cuidados do meu primo.
Que tinha chegado com ele, no entanto, fiquei mais entregue ao ambiente que á companhia e presença do Chris e dos dois companheiros de vida. Perdi a noção do tempo.
Dançava também ao som de música, recebendo alguns olhares reprovadores.
Nano e Chris sussurravam entre eles.
E quando dei por mim, estava a ser arrastada para um canto da discoteca por Nano. Estava a sentir uma descarga de raiva com as ações dos três rapazes nos últimos dias. Controlavam-me imenso, demais até.
Assim que percebi que estávamos mais afastados, soltei-me bruta do aperto dele. Vi os seus olhos a escurecerem.
- Qual é o teu problema?!
- És tu! Que merda Lee, nem te conheço! O que raio se passa contigo ultimamente? - Levantou a voz, segurando o meu rosto.
- Nada! Só quero aproveitar a vida! Vocês estão sempre perdidos na moca...
- Não compares. Nem exageres.
Mantive-me em silêncio, após ser interrompida.
- O que se passa? És com uma irmã para mim, mas neste momento, não te reconheço. E estou mesmo preocupado contigo.
Encolhi os ombros.
Só queria que a minha mãe tivesse orgulho em mim. Viver, tal como me tinha pedido.
Senti lágrimas nos meus olhos.
Balancei a cabeça, acabando por sair bastante agitada da discoteca. O Christian ainda tentou impedir-me, embora não conseguido, decido á quantidade de pessoas presentes.
Ao sair do espaço, choquei contra alguém, o que me fez recuar e levar a mão aos lábios, pois senti uma dor intensa.
- Chavala, estás fixe?
Reconheci a voz do Ander, o que originou uma sensação estranha dentro de mim.
Um descontrolo emocional assustador.
Não me importava com quem estava com ele, a minha única reação foi abraçá-lo. Senti então o seu corpo a reagir ao abraço. Escondi-me assim no peito dele, tentando acalmar-me. Ouvi umas quantas palavras saírem da boca dele, o que me deixou ainda mais calma.
Pediu aos amigos que fossem sem ele, que mais tarde dizia alguma coisa. Depois, ainda sem me largar, afastou-nos um pouco da confusa.
- Eileen, o que estás a fazer á tua vida? - Ele segurou o meu rosto nas mãos, olhando-me de uma forma... Carinhosa? - Precisas de reagir, a tua vida não pode ser isto.
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BALANCE ➛ ARON PIPER
Teen Fiction'O frio da tua alma, apagou a chama que há em nós'