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Caminhava ao longo de Balcon Del Mediterrâneo, acompanhada por Ander e pelo maravilhoso kebab que tínhamos comprado há uns minutos numa roulotte.

Sentia-me bem-disposta, agora que tinha anoitecido e que passeava livremente pela zona que mais memórias me trazia.

A minha família na praia, a quantidade de vezes que jantávamos naqueles restaurantes e a primeira saída que tive, assim que cheguei. Era com Christian que passeava pelo Balcon, agora o ambiente estava estranho.

Contava a Ander sobre essas mesmas memórias que tanto invadiam a minha mente e ele apenas me ouvia com atenção.

- Fui tão feliz aqui. - Descemos a escadaria, onde tinha estado com os meus amigos. - Nem me imaginava voltar a Espanha. - Encarei-o, já sentada num banco.

- Também tenho boas memórias aqui. E muitas negativas também. - Admitiu.

- Vais sempre a tempo de criar melhores.

- É o que estou a fazer. - Piscou-me o olho, fazendo-me perceber que se referia a mim. Não deixei de me sentir confortada.

Terminamos de comer.

O tempo passava e nós apenas estávamos embalados pelas conversas que surgiam. Podia conhecer um lado de Ander diferente, visto que estávamos despidos de julgamentos e pressões, só ali estávamos nós.

A confiança aumentava. Nos últimos dias ele foi um grande apoio para mim. Conhecê-lo era tão fácil, tal como dar-me a conhecer.

Estava confortável na sua presença. Sentia-me calma, divertida e em segurança.

Descontraída com a ajuda extra de uma substância ilegal, entrelacei a minha mão na do Ander, levando-o comigo. Apressada a chegar á praia, comecei a levar-nos até ao mar. Virei-me para ele, tirando a camisola.

- Hoje pensei em tudo.

Pisquei-lhe o olho, satisfeita com a reação lenta e atordoada do Ander.

Corri para dentro do mar.

O Ander não demorou muito a juntar-se a mim, apenas com os boxers pretos vestidos. As ondas embatiam nas minhas costas, enquanto o observava a aproximar-se.

Senti as mãos dele na minha barriga, encostando os nossos corpos. Sorri-lhe tímida, levando a mão ao seu rosto.

A última vez que desbloqueei o telemóvel, eram quase uma da manhã.

- Uma caixinha de surpresas.

- Nem por isso.

Terminei com o espaço entre as nossas bocas, levando o rapaz num beijo.

Era a primeira vez que nos beijávamos esta noite e nem tínhamos falado sobre o assunto. O ambiente estava tão bom entre ambos, que não senti vontade de o estragar.

E acreditava que o mesmo acontecia com ele.

- És tão linda. - Sussurrou contra os meus lábios, passando o polegar nos mesmos. - Nem sei o que nos aconteceu.

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