Parte 4

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Imbecil.... Grito olhando para o telefone.

Devia ter arrancado os olhos dele.

Miserável.

Pego meu novo celular porque o outro fiz questão de jogar pela janela do táxi.

- Estebán, sou eu a Karol.

Falo assim que meu advogado atende o telefone.

- Oi Karol onde você se meteu garota, está tudo bem?

- Sim, não se preocupe comigo, quero que você tire do ar o vídeo.

- Na verdade já foi feito, hoje recebi uma ligação mais cedo do advogado Vilas Lobo, disse que era da parte do seu irmão, informando que o vídeo já não está mais online e queria saber quem fez isso e onde você estava.

- Droga. Resmungo massageando minha têmpora.

- Sua mãe já me ligou várias vezes.

- Diga que eu morri, não quero saber dessa mulher.

- Ok, o senhor Velásquez entrou com um processo por agressão.

- Eu sei, esse filho da puta.

- Olha a boca mocinha.

- A culpa é dele, foi esse idiota que filmou sem minha autorização e ainda publicou para se vingar por ter terminado tudo com ele. Bufo.

- E você o agrediu?

- Ele teve o que mereceu, e não foi nada demais ele quer fama.

- Ok, eu vou resolver isso.

- Obrigado.

- E Karol, você deveria ligar para o seu irmão, ele está louco atrás de você.

- Pode deixar.

Desligo.

Merda não queria envolver Michael, mas não posso deixá-lo sem notícias minhas.

- Alô. Ele atende no primeiro toque.

- Mike....

Tentei o máximo ser firme na minha voz para não deixá-lo preocupado mas não teve jeito Mike insistiu para que eu fosse para a fazenda e acabei cedendo, só espero não levar mais problemas pra ele já basta o idiota do irmão dele, que sofreu um acidente e por isso se martiriza e não quer voltar a andar, eu não aguento com isso, o cara ao invés de agradecer a Deus por esta vivo acha injusto, fala sério.

Começo fechando minha mala, cheguei aqui ontem depois do inferno que passei com a quantidade de repórteres na minha porta.

Saí do quarto do hotel e fecho minha conta na recepção, que me informam do carro que está à minha espera.

O motorista que Mike mandou me deixou próximo da pista onde um jatinho me espera, entro cumprimentando o piloto e o agente de bordo, me sento, fecho os olhos e tento dormir depois de dois dias em claro.

Consegui cochilar durante o voo, assim que desço tem uma picape preto parado na pista de pouso, a porta se abre e vejo meu irmão, nossa faz muito tempo desde a última vez, nos aproximamos e ele abre os braços e me jogo sem nem pensar, e Mike me aperta forte, não consigo conter as lágrimas.

- Shiii vai ficar tudo bem, você está em casa agora e não vou deixar nada de ruim te acontecer.

- Vamos. Mike me ajuda a colocar as malas no carro.

- Eu não deveria ter vindo Mike, não quero trazer problemas para você.

- Karol você é minha irmã, tudo que acontece com você me diz respeito, vamos pra casa, você toma um banho, come e descansa, depois você me conta o que aconteceu tudo bem? Assinto.

- Pedi para Vera fazer sua milanesa.

- Sabe como me distrair não é irmãozinho. Ele sorri.

- Adoro a comida da Verinha.

- Eu sei, ela também adora você e está com muitas saudades pergunta todos os dias.

- Sério? Ele faz que sim.

- Desculpa não ter ligado muito pra você ultimamente, eu só não queria te atrapalhar você já tem o Ruggero pra tomar conta eu não...ele me interrompe sorrindo.

- Primeiro você também é minha irmã, segundo o Rugge já se vira sozinho já algum tempo, e terceiro não atrapalha nunca, Kah eu sei que não somos tão ligados assim, mas eu amo você tá.

Sorrio e suas palavras causam um aperto no meu peito, não sei quando foi a última vez que ouvi essas palavras, ouvi que alguém me amava.

Depois da comidinha da Verinha apaguei, quando acordei já a tardinha a casa estava um silêncio, acredito que Mike não está em casa.

Encontro Vera na cozinha.

- Oi Kazinha conseguiu descansar?

- Sim bastante, olha dormir demais.

- Assim é bom.

- Sabe do Mike?

- Ah, ele está na academia?

- Na cidade? Droga eu queria também.

- Ah não menina, depois que você foi embora, ele mandou fazer uma aqui mesmo, fica atrás da casa.

- Nossa, sério? que maravilha, vou trocar de roupa e dar uma surra nesse safado.

Ela rir que os olhos se fecham.

Vou para o quarto e ponho uma roupa de malhar um shortinho e um top.

Saio da casa e caminho para o lado de trás, encontro uma escada e consigo ouvir a música.

Desço e abro a porta a música está alta, Mike está no ringue com outro cara, eu o conheço só não lembro o nome ele é uma gracinha.

Um outro cara alto, forte e sem camisa está de costas para mim, e Cristo as costas largas e um bumbum, deu até inveja.

Pigarreio bem na hora que ele apoia o peso no chão pega a toalha e se vira ainda abaixado, seu olhar cai nos meus pés e vai subindo me causando arrepio, seus olhos pararam no meu top e tenho que rir homem é tudo igual mesmo não é?

Me aproximo e estalo os dedos na frente dele, ele parece sair do transe, só então me dou conta que o cara lindo e gostoso na minha frente é nada mais nada menos que Ruggero o irmão de Mike, o falso aleijadinho.

- Vejo que aprendeu a usar as pernas.

Não consigo segurar.

- Vejo que sua língua continua a mesma, afiada como sempre. Sorrio irônica.

- Pra você, ela está sempre pronta. Ele ri.

- Olha ele sabe rir, menino isso é épico.

- Não enche garota.

Não tenho tempo para retrucar.

- Kah chega mais, vem experimentar essa belezinha, preciso de uma revanche. Balanço a cabeça sorrindo.

- Irmãozinho quero só ver se aprendeu mesmo. Mike faz sinal para que eu suba.

- Lembra do Agus?

- Claro, como vai Agustín?

Isso, esse é o nome do carinha.

- Muito bem e você?

- Já tive melhores, mas vamos ver o que esse garoto aprendeu.

Ele rir e me passa as luvas.

Faço um coque no alto da cabeça e ponho as luvas.

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