Abra a porta

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Taehyung estava sentado em uma mesa perto da janela, na cafeteria, já era sábado de manhã e o alfa precisa de um lugar mais sossegado para fazer suas coisas particulares.

Jimin e Yoongi estavam no apartamento, afinal, era o lar de Yoongi e ele que era o hospede lá, por isso não queria incomodar, então resolveu tomar um ar e um café, seria bom fazer coisas diferentes.

Ele só queria um pouco de tranquilidade para revisar uns relatórios e, finalmente, escolher um apartamento para se mudar e começar sua nova vida independente, fora do controle de seu pai.

Estava a algum tempo ponderando para fazer isso, mas estava muito sobrecarregado com as coisas do trabalho e da faculdade, depois teve a mudança repentina e ele não tinha conseguido se organizar.

Estava fazendo uma pesquisa sobre apartamentos que ele poderia gostar e fazer dali seu lar, assim como Yoongi, Beakhyun, e ele também queria um espaço só para ele.

Depois da conversa com Beakhyun, ele ficou muito pensativo em relação a isso, por um período muito longo de sua vida, jamais imaginou sair de casa ou traçar um caminho mais independente ainda no período de faculdade.

Esse não era um assunto que era falado em sua antiga casa, não era um ponto que era tratado em um jantar de família, ou em momento nenhum, ele nunca foi incentivado a ser independente e ter suas próprias coisas.

Então, quando o ômega contou sobre seus planos, isso abriu seus olhos para novas possibilidades de vida, um horizonte que ele nunca tinha vislumbrado até então, e depois que foi expulso de casa, Taehyung teve que andar com as próprias pernas de um jeito ou de outro.

Entrou em vários sites e estava gostando das opções, buscava sempre por algo que fosse confortável, sofisticado, minimalista e nada muito exagerado, isso já bastava a casa de seus pais.

Fez alguns contatos e enviou alguns e-mails para os corretores, tudo isso enquanto aproveitava seu café preto e a vista urbana que tinha pela janela da cafeteria, estava um dia muito agradável.

Estava mexendo no notebook quando viu o visou de seu celular acender e ele começar a vibrar, indicando que alguém ligava, pegou o aparelho e atendeu seu amigo.

- Oi Chan

- Oi Teco, tudo bem?

- To bem sim e você?

- Quase enlouquecendo, Beak resolveu que queria escolher as cores da sala, enfim, ta de plantão hoje?

- Não, estou na cafeteria... Você foi mesmo de cabeça nesse lance de noivado, né?

- Sinto que ele é meu ômega, porque vou ficar enrolando?

- Está mais que certo! Mas me conta, porque perguntou se eu to de plantão?

- É que o professor Choi depois uns prontuários pra eu buscar.

- Mas... Você sabe que ele atende no mesmo hospital que meu pai, né? E Não no central.

- Tá brincando?! Não acredito nisso! Nossa que droga.

- Hey, relaxa, não surta, eu passo lá e pego pra você.

- Mas é o hospital do seu pai...

- É sábado, eu duvido que ele esteja de plantão, já estou guardando minhas coisas e indo para lá.

- Teco, eu amo você!

- Eu sei.. Te vejo mais tarde.

- Até mais tarde.

Taehyung desligou o celular e terminou de ajeitar suas coisas, guardou seu notebook e bebeu seu café, arrumou tudo em sua mochila e saiu da cafeteria indo até seu carro, o hospital que seu pai trabalhava não ficava longe dali.

Estava despreocupado, de fato não esperava encontrar seu pai trabalhando no final de semana, não era comum, nem com muito movimento, isso sempre sobrava para os residentes mais novos.

O trajeto não foi longo, ele logo chegou no hospital e foi procurar pelo professor Choi, o que não foi muito difícil, sua missão de pegar a papelada foi mais rápida do que ele imaginava.

Taehyung caminhava pelo corredor para ir embora, quando passou em frente a sala de Namjoon, sentiu um cheiro diferente, era o cheiro de seu pai e um muito familiar, mas que não conseguia identificar.

Se aproximou, o cheiro ficava mais forte, colocou a mão na maçaneta e pensou que podia ser só um paciente, tirou a mão e respirou fundo, mas aquele aroma era algo que estava lhe incomodando.

Poderia se arrepender pelo resto da vida por fazer aquilo, mas não estava aguentando sua curiosidade, segurou novamente na maçaneta e a girou, abrindo a porta.

Taehyung desejou arrancar seus olhos, a ter que presenciar aquela cena em sua vida, Namjoon estava em sua cadeira e Jin sentando em seu colo, o ambiente carregava os sons daquele ato e o cheiro dos dois, misturados.

- MAS QUE PORRA TA ACONTECENDO AQUI? - Taehyung os olhava enojado e com raiva.

- Tae! - Jin levantou, tentando se cobrir.

- Filho? - Namjoon tentou se recompor.

- Isso só pode ser karma! - Taehyung falava exaltado.

- Taehyung, fecha a porta! - Namjoon se levantou, fechando a calça.

- Mas é claro que não! Quer esconder sua safadeza agora? - Taehyung abriu ainda mais a porta e deu um passo pra trás, ficando no corredor - O QUE FOI, DOUTOR KIM NAMJOON, VOCÊ NÃO QUER QUE NINGUÉM VEJA VOCÊ TRANSANDO COM UM PACIENTE EM HORÁRIO DE TRABALHO?

Taehyung gritava no meio do corredor, chamando a atenção de todos os médicos que atendiam naquele corredor, todos os enfermeiros e qualquer um que estivesse por ali.

- Então, o doutor Kim Namjoon, tem um caso com um ômega? E seu casamento, doutor Kim? Não foi você que expulsou seu filho de casa por estar tendo um relacionamento homoafetivo? SEU HIPÓCRITA DO CARALHO! - Taehyung falava o mais alto que podia.

- Tae, calma.... - Jin ergueu as mãos em rendição.

- Calma é o caralho! Eu quero que você vá para a puta que pariu Seokjin! Você está dando para um homem casado! CASADO! - Taehyung estava se controlando para não usar a voz de comando.

- Kim Taehyung, olha o tom que você usa! - Namjoon deu a volta em sua mesa, mas não saiu no corredor.

- O que foi, hein, papai? Você me bate, me põe pra fora de casa porque eu estou apaixonado por um ômega, enquanto você fode um no seu ambiente de trabalho! Isso mesmo, KIM NAMJOON TEM UM AMANTE NO TRABALHO ENQUANTO MANTER UM CASAMENTO POR APARÊNCIA! SEU FALSO, HIPÓCRITA, VOCÊ ME ENOJA! - Quanto mais raiva Taehyung ficava, mais ele gritava.

- Kim Taehyung, cale essa boca ou...

- Ou o que? Vai me bater, de novo? Vai me expulsar de casa? - Taehyung sentiu a raiva dar lugar a decepção - Eu não acredito que fez isso com a mamãe... Você é um monstro! - ele olhou para Jin - Como pode? Como vocês conseguem se olhar no espelho sabendo que fazem isso? Vão pra puta que pariu!

Taehyung sentia uma mistura conturbada de emoções dentro dele, raiva, decepção, tristeza, ódio, desprezo, desgosto, fúria, era tanta coisa junta que ele sentia que poderia vomitar a qualquer momento.

- Nunca mais... chegue perto da mamãe, seu monstro! - Taehyung apontava para Namjoon, tremendo. - E você.... seu ômega, asqueroso, eu não quero nunca mais olhar na tua cara!

Taehyung olhou em volta, pela primeira vez, e viu a quantidade de gente que assistia àquele escândalo, mas não se importou, deu as costas para eles e seguiu para o carro, não aguentava mais ficar ali. 

One Dream -- TaeKook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora