One Dream -- TaeKook (ABO)

Você tá maluca!?

Namjoon demorou quase quatro horas inteiras para reportar a seu superior, no hospital, tudo que tinha acontecido em sua sala e todo aquele transtorno que Taehyung fizera no corredor.

Ele não só foi exposto para todos como também perdeu a vaga de médico no hospital, por justa causa, por estar tendo relações sexuais, em horário de expediente com um paciente.

Teve que assinar inúmeros documentos e pegar todas as suas coisas dali, seu chefe deixou claro que ele não precisava mais voltar na segunda-feira, e depois disso teve que aguentar as chacotas dos colegas por causa do vexame.

Namjoon estava irritado, nem tinha visto o que aconteceu com Seokjin, estava com os nervos a flor da pele e sem cabela para falar com o ômega naquele momento, precisava espairecer e colocar tudo no lugar.

E a primeira coisa era se acalmar e voltar para casa, não sabia que Taehyung fora falar com Hwasa, e se foi, precisava dar um jeito de consertar tudo aquilo, ele ainda não entendia o que seu filho estava fazendo naquele hospital no final de semana.

A visita inesperada de Taehyung foi o mesmo que jogar a merda no ventilador, ele foi exposto, humilhado, perdeu o emprego e corria um sério risco que perder o casamento se seu filho abrisse a boca.

No caminho para casa tentou ligar para Taehyung, mas ele não atendia o celular por nada, fez inúmeras tentativas, mas nada do herdeiro Kim atender, o que deixava Namjoon ainda mais estressado.

Fez um enorme esforço para se acalmar, não podia chegar em casa soltando fogo pelas ventas, tinha que manter a pose e o resto de dignidade que lhe restava, queria arrumar um jeito de consertar tudo.

Quando chegou em sua casa se deparou com uma viatura de polícia, o que era muito estranho, mas parecia que só estavam fazendo a ronda no bairro ou algo assim, Namjoon cumprimentou o policial de longe e entrou em sua casa.

A casa estava um completo silêncio, não tinha barulho e nem cheiro de nada, as luzes estavam algumas pagadas e poucas acessas, não era nem seis da noite e já estava escuro.

- Ah... você chegou... - Hwasa falava to topo da escada, com uma taça de vinho na mão, vestindo seu penhoar.

- Oi, meu amor. Onde estão os empregados? Porque a casa está escura? - Namjoon olhava para cima, para vê-la, tentando agir naturalmente.

- Eu os dispensei.

- Mas, porquê? - Namjoon não estava entendendo, tinha muita coisa na cabeça.

- Por causa, disso...

Hwasa jogou, lá de cima, uma única mala de roupas do alfa, que caiu próximo a Namjoon, e se ele não tivesse dado alguns passos para o lado e desviado, poderia ter lhe acertado com tudo.

- Você tá maluca!? - Namjoon gritou ao ver a mala ser lançada.

- Ainda não! Por enquanto, eu só sou corna.. - Hwasa disse a última palavra com ênfase.

- Então Taehyung já veio aqui, encher sua cabeça? - ele tentou arranjar uma desculpa rápida.

- Ele não precisou dizer nem uma vírgula a mais do que eu já desconfiava, inclusive, você está fedendo a ômega vagabundo!

- Não tem que dar ouvidos a ele! - Namjoon tentava se manter calmo.

- Cala a porra dessa sua boca, Kim Namjoon! Seus colegas de trabalho me mandavam o vídeo de você saindo da sua sala, com um garoto! - Hwasa falava com um tom de nojo e desdem - Eu sei que não lutei por nosso casamento no passado, mas se estava infeliz, era só pedir o divórcio! Assim, você não manchava sua reputação, sozinho, porque eu, querido, não vou passar por isso de cabeça baixa! Eu posso ser idiota, mas não retardada, então pegue essa mala e saia da minha casa!

- Mas essa casa é minha! - Namjoon falou indignado.

- Só que está no meu nome... - Hwasa bebeu um gole do vinho de sua taça. - E não tente mudar o testamento, eu já mandei a papelada para o divórcio, está tudo com a minha advogada.

- Mas, o que você pensa que esta fazendo? - Namjoon gritava para ela.

- Eu estou fazendo o que deveria ter sido feito há anos! Agora, saia da minha casa!

- Você vai se arrepender disso! Sem mim, você não é nada! - Namjoon falava com raiva.

- Melhor ser nada, do que ser isso que nós somos! Um casal de aparência, que não se ama, que não tem afeto e nem o mínimo de respeito! Eu nunca quis dinheiro, eu só queria meu marido. - Hwasa cuspia as palavras sem pudor.

- E, porque desistiu do nosso casamento, sua hipócrita?

- Meu momento ruim não justifica toda essa merda que vivemos! Eu erro como todo mundo, mas eu mudei e tentei melhorar e o que você fez? Foi se esfregar com um qualquer!

- Você não tem esse direito!

- E nem você! Agora, fora da minha casa! Porque a única coisa que eu quero ter em comum com você, é o nosso filho.

- Você vai se arrepender! - Namjoon se abaixou e pegou a mala, sem quebrar o contato visual.

- Já estou arrependida... de não ter feito isso antes!

Namjoon segurou firme a mala e saiu batendo o pé e a porta atrás de si, fazendo o som ecoar por toda a casa, ele estava irado, estressado e com vontade de matar qualquer um que aparecesse na sua frente.

Entrou em seu carro e pensou em qualquer hotel próximo para ficar até organizar seus pensamentos, porque naquele momento, ele estava muito fora de si para tomar qualquer decisão.

Hwasa esperou alguns minutos para ter certeza que Namjoon havia ido embora, só então, depois de ter tido aquela conversa e o mando para fora de casa, ela então, se permitiu chorar.

Não queria ir para seu quarto, pois havia destruído boa parte do closet no ataque de raiva que teve, jogou todas as roupas de Namjoon no chão, algumas ela rasgou, outras tacou pela janela, outras colocou na lareira, estava uma verdadeira zona.

Sem contar o escritório, que ela fez questão de arrancar as cortinas, jogar tudo que estava sobre a mesa no chão, tacar os livros da estante na parede e rasgar vários blocos de anotação de Namjoon.

Ela fez um verdadeiro estrago em sua crise de raiva, e só depois que a euforia do momento passou que, ela fez a mala de Namjoon e deixou pronta para quando ele chegasse.

Naquele momento, sozinha com seu vinho, ela só queria que aquela dor passasse, foi até o quarto de Taehyung, iria dormir ali, e esperar até que toda aquela situação fosse amenizada em seu peito, mas até lá, afogava suas lamentações em uma garrafa de vinho caro e inúmeros lenços de papel, sabia que estava doendo muito, mas também sabia que não doeria para sempre.