Depois...

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Taehyung saiu do hospital explodindo de ódio, entrou no carro e não pensou ao certo para aonde iria, mas precisava falar com sua mãe, contar para ela sobre tudo aquilo que seu pai estava fazendo.

Era melhor que Hwasa soubesse por ele do que depois, no meio de uma mentira bem contada de Namjoon, mas sua cabeça não estava raciocinando direito, Taehyung tremia em raiva e suava nas mãos e na testa.

Com as mãos bem firmes no volante, dirigia sentido sua casa, a respiração pesada podia ser ouvida, seu peito subia e abaixava, enfatizando a intensidade daquele simples movimento da inspiração e expiração.

O nível de cortisol aumentou drasticamente em seu corpo, ele suava, sua pupila estava dilatada, o estomago revirado e sua visão embasada, sua pressão estava caindo rapidamente devido à adrenalina.

Seus braços e suas pernas tremiam de nervoso, Taehyung precisou parar o carro em uma vaga qualquer na rua, não estava conseguindo dirigir e seria muito arriscado para ele continuar naquelas condições.

Estava tão nervoso que começou a sentir falta de ar, era apenas uma crise de ira, ele tinha consciência disso, mas não conseguia se controlar naquele momento, seu corpo todo reagia de uma forma involuntária.

Apoiou as mãos no volante e deixou a cabeça pendurada para baixo, forçando o sangue subir, sua pressão estava caindo muito depressa, sentia seu corpo frio e seus lábios ficando roxos.

Respirou fundo, tivera um pico muito grande de estresse e seu corpo não estava suportando, as imagens de Namjoon e Seokjin juntos, vinha o tempo todo em seus pensamentos, fomentando aquele ódio que sentia.

Taehyung mexeu no porta-luvas do carro, lembrou que sempre deixava algumas castanhas ali, para caso não conseguisse almoçar. Foi sua salvação, o alimento salgado começou a estabilizar a pressão, fazendo aquele frio terrível, passar.

Ele secou a testa, que estava molhada de suor, colocou os teimosos fios de cabelo para trás e continuou respirando profunda e calmamente, precisava estabilizar seus hormônios.

Após alguns minutos, o ódio foi passando, a respiração foi se estabilizando e os pensamentos raivosos deram lugar a uma tristeza sufocante, que o tomou como uma forte e estrondosa onda de um tsunami.

Sentiu como se alguém espremesse seu peito, a dor subia do estomago à garganta e se desmanchava em lágrimas, que teimavam em cair, mesmo com toda a relutância do alfa.

Deixou o ar de seus pulmões saírem livremente pela boca, em um longo suspiro doloroso, cheio de mágoa, dor e ódio, as lágrimas escorriam em sua bochecha e pingavam de seu queixo, molhando sua calça.

Seus olhos estavam parados contemplando o nada, enquanto seus pensamentos vagavam longe, trazendo em sua mente, lembranças dolorosas, sons desagradáveis e um cheiro insuportável.

Seu peito doía, era como se seu coração tivesse se partido em inúmeros pedaços e sido pisoteado, para que não houvesse mais concerto, o que era uma pequena poça em sua calça, foi ficando ainda maior, se espalhando no tecido.

Ele chorava baixinho, não por vergonha ou receio, mas, porque seu corpo não tinha forças, seus braços estavam pesados, apoiados no volante do carro parado, sua testa apoiada perto da buzina e seus olhos fixos no breu do painel.

Taehyung não sabia o que fazer, sentia um buraco em seu peito, um grande e profundo abismo, ainda que sua família não fosse a mais perfeita de todas, ainda era sua família, mas agora, estava destruída.

Namjoon não traiu apenas Hwasa, ele traiu a Taehyung também, como pai, como figura paterna, como referência de homem e alfa, ele estava perdido dentro de si mesmo, em um escuro absoluto, buscando alguma resposta para aquilo tudo.

Estava em choque, paralisado, seu corpo não respondia a nenhum comando que poderia querer fazer, mas sua mente estava borbulhando como um caldeirão fervente.

Não sabia o que fazer, que decisão tomar, o que deveria dizer, se deveria dizer realmente, sua mente elaborava questões e questões, uma em cima da outra sem que ele tivesse tempo para responde-las.

Mas de uma coisa ele sabia, precisava falar com sua mãe antes que Namjoon inventasse qualquer desculpa esfarrapada para ela, tinha chegar em casa logo e conversar com ela.

Entretanto, Taehyung não tinha forças naquele momento e provavelmente, Namjoon já teria saído do hospital, precisava ganhar tempo ate se recuperar e conseguir ir para casa.

Seu coração estava doendo e suas mãos tremiam de exaustam, por se segurarem no volante, de repente, foi tirado de sua bocha de dor e sofrimento quando ouviu o celular vibrar continuamente, fez um enorme esforço e pegou o aparelho para atendê-lo.

- Tae... amor?

- Kook...

- Tae, o que está acontecendo? Meu lobo ta estranho, você ta bem? Eu não consigo entender, eu estou triste.

Taehyung não tinha forças para falar, sua cabela estava latejando, sua voz quase não saía de sua boca, estava difícil juntar as palavras e ainda mais doloroso ouvir em alto e bom som, que aquilo era real.

- Kook... Kook por favor, vá para a minha casa...

- Tae, Tae o que aconteceu? Porque sua voz está assim? Amor, fala comigo!

- Kook, por favor... eu explico depois, só... vai para minha casa, fica com a minha mãe, eu já to indo pra lá.

- Amor o que houve? Eu estou preocupado.

Taehyung não estava pronto para falar, não ali, não agora e nem por celular, não tinha assimilado tudo ainda e só de cogitar falar sobre aquilo, seu peito já apertava e as lágrimas caiam em seu rosto.

Não estava com cabeça para elaborar uma explicação ou tão pouco manter aquela conversa, não tinha forças nem para mexer os lábios, seu corpo todo pesava e pouco a pouco amolecia.

- Eu te conto quando chegar... tchau Kook...

- Tae! Por favor! Fala comigo!

- Depois...

- Tae, por favor, confia em mim.

- Depois...

One Dream -- TaeKook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora