12 - Eu sou g...

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- I... Isto... Aquele... Idiota...

Law tremia um pouco ao ler a carta que estava na sua mão. Já na minha, eu tinha documentos de identificação de escravos. Contudo, não eram os meus. Para minha surpresa, a única pessoa que estava descrita ali era o Law e o comprador, era Rocinante.

- Você... Era um escravo? - Questionei receoso. Esperei que o confirmasse, um monte de duvidas começaram a surgir, questões essas ao qual ele não respondeu. Apenas pegou nas folhas da minha mão e num isqueiro e queimou tudo juntamente com a carta que o pai lhe havia escrito. Pai... Ainda era certo eu chamar ele assim? - Isso não vai fazer falta?

- Eu arranquei o chip debaixo da pele e tatuei por cima do código, não tem mais nada que prove que eu passei por lá. Posso fazer isso com você antes de o mandar para casa, se quiser. Além disso, a partir do momento em que se torna um comprador, eles não podem tocar em você. Enquanto eu for seu dono, estou seguro.

- Mas, sem esse chip... Eu deixo de lhe pertencer, certo?

- Exatamente.

- E posso ser apanhado de novo.

- Tem medo disso? - Acenei positivo. Medo era pouco para descrever a péssima sensação que eu tinha só de pensar em voltar aquele lugar.

- Se já me vai deixar ir e a história acaba aí, eu fico mais seguro com ele. Só para prevenir, prefiro que não o tire.

- Mas assim vai continuar ligado a mim, de certo modo.

- Antes isso do que levar com o Teach de novo.

- Você é quem sabe, a prepósito... Esqueça que viu isso. Entendeu? Rocinante era meu pai. Isso é tudo.

- Claro! Pode deixar. - Ele deu um sorrisinho forçado enquanto aquele pedaço de papel virava cinzas. Quis perguntar o que estava escrito na carta, mas não o fiz. Achei que não tinha esse direito.

Limpamos as paredes enquanto esperávamos a vinda da carrinha. Ela apareceu depois de meia hora, carregou tudo, recebeu o pagamento e partiu. Olhando à minha volta, nem parecia o mesmo lugar.

- Valeu pela ajuda, Luffy. - Apesar de tudo, de se ter livrado daquele "peso", ele não parecia mais leve. Pelo menos, não se importou que eu o abraçasse de novo e desta vez, retribuiu.

Rocinante era um comprador, isso era certo, contudo assim como Law, não me pareceu que fosse igual aos outros. Eu chegara a chama-lo de amigo, mas ele lhe chamava de pai. Que tipo de relação teriam eles? Com que objetivo Rocinante o comprara? Teria Law, em criança, passado pelo mesmo que eu? Abusos podem causar sequelas para uma vida, afetam todo o futuro e forma de pensar de um indivíduo. Era por isso que ele tão fechado a contacto físico com os outros? Se sim, que papel teve Rocinante em mudar isso? Teria ele uma história parecida com a minha? Tais pensamentos me deixaram um pouco atrapalhado com tanta informação. Era por causa de Rocinante que ele era boa pessoa para mim? Eu também fui salvo, indiretamente, pelo Cora-san? Era o que eu queria saber.

Subindo de novo para casa, nos metemos um em cada chuveiro, eu no meu quarto e ele no dele. Um banho, roupa limpa e saí para a sala para tirar a árvore de natal da caixa onde estava guardada enquanto o Torao acabava o duche e eu tentava deixar essas dúvidas de lado. Talvez um dia eu tivesse oportunidade de lhe perguntar sobre o pai. E falando em Law, ele apareceu logo a seguir enquanto eu tentava decidir que decoração colocar primeiro.

- Apressado. - Resmungou ao ver-me mexer nas coisas sem esperar.

- Não sou na... Na... Da...

Quando olhei para ele, travei. Law estava sem camisola, foi a primeira coisa em que reparei. Simplesmente, ele tinha um bom corpo, as tatuagens contrastavam perfeitamente com o tom de pele e davam-lhe um ar mais rebelde, o cabelo húmido que ele ainda secava com a toalha deixava gotículas de água cair sobre o moreno e captavam a minha atenção. Não era usual ele andar sem camisa, na verdade, acho que nunca o tinha encarado diretamente nas poucas vezes em que ele a tirou a caminho a caminho do quarto. Era a primeira vez que eu prestava atenção nos pormenores dos seus traços enquanto ele estava em tronco nú, até então, nunca tinha notado realmente como ele era... Atraente...?

Meu carcereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora