- I... Isto... Aquele... Idiota...
Law tremia um pouco ao ler a carta que estava na sua mão. Já na minha, eu tinha documentos de identificação de escravos. Contudo, não eram os meus. Para minha surpresa, a única pessoa que estava descrita ali era o Law e o comprador, era Rocinante.
- Você... Era um escravo? - Questionei receoso. Esperei que o confirmasse, um monte de duvidas começaram a surgir, questões essas ao qual ele não respondeu. Apenas pegou nas folhas da minha mão e num isqueiro e queimou tudo juntamente com a carta que o pai lhe havia escrito. Pai... Ainda era certo eu chamar ele assim? - Isso não vai fazer falta?
- Eu arranquei o chip debaixo da pele e tatuei por cima do código, não tem mais nada que prove que eu passei por lá. Posso fazer isso com você antes de o mandar para casa, se quiser. Além disso, a partir do momento em que se torna um comprador, eles não podem tocar em você. Enquanto eu for seu dono, estou seguro.
- Mas, sem esse chip... Eu deixo de lhe pertencer, certo?
- Exatamente.
- E posso ser apanhado de novo.
- Tem medo disso? - Acenei positivo. Medo era pouco para descrever a péssima sensação que eu tinha só de pensar em voltar aquele lugar.
- Se já me vai deixar ir e a história acaba aí, eu fico mais seguro com ele. Só para prevenir, prefiro que não o tire.
- Mas assim vai continuar ligado a mim, de certo modo.
- Antes isso do que levar com o Teach de novo.
- Você é quem sabe, a prepósito... Esqueça que viu isso. Entendeu? Rocinante era meu pai. Isso é tudo.
- Claro! Pode deixar. - Ele deu um sorrisinho forçado enquanto aquele pedaço de papel virava cinzas. Quis perguntar o que estava escrito na carta, mas não o fiz. Achei que não tinha esse direito.
Limpamos as paredes enquanto esperávamos a vinda da carrinha. Ela apareceu depois de meia hora, carregou tudo, recebeu o pagamento e partiu. Olhando à minha volta, nem parecia o mesmo lugar.
- Valeu pela ajuda, Luffy. - Apesar de tudo, de se ter livrado daquele "peso", ele não parecia mais leve. Pelo menos, não se importou que eu o abraçasse de novo e desta vez, retribuiu.
Rocinante era um comprador, isso era certo, contudo assim como Law, não me pareceu que fosse igual aos outros. Eu chegara a chama-lo de amigo, mas ele lhe chamava de pai. Que tipo de relação teriam eles? Com que objetivo Rocinante o comprara? Teria Law, em criança, passado pelo mesmo que eu? Abusos podem causar sequelas para uma vida, afetam todo o futuro e forma de pensar de um indivíduo. Era por isso que ele tão fechado a contacto físico com os outros? Se sim, que papel teve Rocinante em mudar isso? Teria ele uma história parecida com a minha? Tais pensamentos me deixaram um pouco atrapalhado com tanta informação. Era por causa de Rocinante que ele era boa pessoa para mim? Eu também fui salvo, indiretamente, pelo Cora-san? Era o que eu queria saber.
Subindo de novo para casa, nos metemos um em cada chuveiro, eu no meu quarto e ele no dele. Um banho, roupa limpa e saí para a sala para tirar a árvore de natal da caixa onde estava guardada enquanto o Torao acabava o duche e eu tentava deixar essas dúvidas de lado. Talvez um dia eu tivesse oportunidade de lhe perguntar sobre o pai. E falando em Law, ele apareceu logo a seguir enquanto eu tentava decidir que decoração colocar primeiro.
- Apressado. - Resmungou ao ver-me mexer nas coisas sem esperar.
- Não sou na... Na... Da...
Quando olhei para ele, travei. Law estava sem camisola, foi a primeira coisa em que reparei. Simplesmente, ele tinha um bom corpo, as tatuagens contrastavam perfeitamente com o tom de pele e davam-lhe um ar mais rebelde, o cabelo húmido que ele ainda secava com a toalha deixava gotículas de água cair sobre o moreno e captavam a minha atenção. Não era usual ele andar sem camisa, na verdade, acho que nunca o tinha encarado diretamente nas poucas vezes em que ele a tirou a caminho a caminho do quarto. Era a primeira vez que eu prestava atenção nos pormenores dos seus traços enquanto ele estava em tronco nú, até então, nunca tinha notado realmente como ele era... Atraente...?
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Meu carcereiro
Fanfiction"- É o seu dia de sorte, garoto. Vai ser leiloado hoje... Não sei direito quem falou aquilo, nem me importei em tentar descobrir. Ao que eles chamavam sorte, eu chamava o início no inferno de uma vida escrava. Por era isso que eu era desde que á um...