31 - Corpos

2.2K 215 114
                                    

Paramos no caminho de volta para comprar comida para o Peter e não tardou, estávamos em casa. Desse dia em diante passou a ser rotina Law falar com Smoker uma vez por semana, por uma questão de organização e para se manter a par do progresso do policia. Eu fazia o mesmo com Ace e Sabo pelo telefone, de dois em dois dias, apenas para verificar uma e outra vez que estava tudo bem e para eles não reclamarem que eu prometi não sumir de novo. Geralmente, nessas conversas, eu estava sozinho. Raramente falava com eles perto de Law por uma questão de horários e mesmo quando o fazia, entre os dois lados, só havia um “oi tudo bem” e nada mais. Não eram de muitas conversas, já me dava por feliz por se aceitarem minimamente sem se matarem. Claro, nem pensar em dizer aos meus irmãos que andava com uma arma. Eles teriam um surto!

“Mas Luffy” – insistia Ace – “não pode mesmo vir ter connosco? Nem uma visitinha? Por cinco minutos?”

- Já disse que não! Quer que eu seja descoberto e morra?

“Claro que não! Okay, distancia está bom, adoro distancia, não morra por favor…”

Por fim, Ace estava bem mais… Compreensivo? Não sei definir, mas mudara desde que cá esteve e Sabo passou uma semana dando sermão nele para que confiasse em mim. Aos poucos, foi se tornando desse jeito provavelmente, pelo medo de me perder.

Sobre Nami e Robin, acabei não lhes dizendo que namorava o homem com quem vivia faz um tempo. Essa conversa caiu no esquecimento e ainda bem, assim não tinha de adiantar pormenores que sei que elas quereriam saber a respeito de coisas o qual eu não estaria á vontade para lhes contar, se é que me faço entender.

Nisso, faziam quatro meses desde que os vi. No natal que passara fazia pouco tempo, ambos pediram a Law para pegar algo na casa deles. Incerto e um tanto desconfiado, o tatuado seguiu para a morada que lhe foi dada. Voltou ao fim do dia com um monte de embrulhos e um pedido de ajuda para abrir a porta sem tombar tudo no chão.

- O Sabo e o Ace estavam esperando na porta com eles. Abriram a mala, botaram-nos dentro do carro e mandaram entregar para você. Simples assim…

Fiquei bem feliz, no entanto, um tanto frustrado por não comprar nada para eles já que não pretendia encontrá-los pessoalmente. Ao ligar-lhes, descobri que era essa a ideia.

“Deixe de ser bobo, a gente comprou porque quis, não queremos que retribua. Nós agora somos o seu Pai Natal, Luffy.” - E o assunto ficou arrumado.

Sobre o tratamento? Está indo ótimo. Segundo Law deveria acabar em três meses, mas a minha evolução dizia que eu acabaria em menos tempo. Depois, precisaria apenas de mais um pouco para desabituar o corpo com ao medicamento já que existia uma grande chance de eu reagir a ele como vicio. Fosse como fosse, eu confiava nele, sabia que daria conta do recado.

- Até mais – falei. Assim, desliguei. O tatuado aproximou-se de mim e observou-me atentamente, algo que fazia imenso ultimamente. – Então… Vai desembuchar, Torao?

- Sobre o quê?

- Sobre o que passa na sua cabeça. Ultimamente anda me analisando e nem vem dizer que é falta de sexo outra vez, que isso você não tem! – Ele fez sinal para me aproximar e eu fui na sua direção. Sentei de frente para ele, no sofá.

- Estou só feliz. Nada mais.

- Com o quê?

- Com você ter ficado aqui. Fiquei tanto tempo com medo que fosse embora que estou incrivelmente feliz ao ver que mesmo tão próximo da sua família, você fica comigo.

- Claro que fico, eu gosto de você!

- Eu sei que sim.

- Só faltam 5 meses, menos de meio ano… E tudo acaba…

Meu carcereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora