Estávamos a sustentar o olhar um do outro, ambos a tentar ter a certeza do que estava a acontecer. Ou pelo menos eu estava, já ele, só deu um sorriso calmo como quem estava a apreciar a situação. Eu gostava dele e não achava que fosse me magoar, queria tentar ir mais longe... Já Law... O que ele queria, mesmo? Era uma pergunta para o qual eu não tinha resposta ainda.
- Por mim, tudo bem - respondeu simplesmente.
- Sério? - Perguntei um tanto surpreso pela facilidade de resposta.
- Sério, é bom para descontrair, não tenho nada contra a fazê-lo com você, para mim só traz vantagens. Mas não vá se iludir, sexo não significa algo amoroso com você.
- Certo, pode deixar! - Ele se espreguiçou e se deitou ao comprido. Diversão, talvez fosse o que ele procurava. Eu não me importava. Deitei-me praticamente em cima dele enquanto recebia um cafune leve na cabeça. Estava bom assim... O conforto, o carinho, a atenção, era o que eu mais precisava e o que ele mais me dava. Depois, ainda me perguntava como eu podia gostar tanto dele mesmo ficando ali. Eis a resposta...
- Ei, Luffy... Você é bem carente comigo, sabia?
- Eu sempre me adaptei a todo o mundo bem rápido. E você facilitou.
- Eu? Porquê?
- Talvez porque eu estava á espera de um maníaco pior do que os daquele buraco e você se revelou totalmente o oposto e é bem carinhoso comigo. Eu só me aproveito. A pergunta é... Porquê você é assim, se eu não devia passar de uma cobaia?
- Porque de outra forma, o Cora-san não me perdoaria. Você simplesmente teve sorte na rifa.
- Tudo pelo Cora-san, então?
- Absolutamente tudo...
- Cafuné está incluído?
- Não. Só que... Eu também peguei intimidade com você, okay? Então... É, me pegou...
- Hum... Então vai sentir minha falta! - Provoquei.
- Se sentir é só deixar você com o chip, depois segui-lo e arrastar você de volta.
- Você não faria isso! Seu demônio!
- Sou pois, um demônio que o vai amarrar se tentar resistir a voltar. - Olhei emburrado. Ele começou a rir e de vagar, fechou os olhos. Parecia feliz... Já eu, estava com uma certa dúvida na veracidade do que dissera. Certamente estava a brincar sobre me amarrar. De certeza... Acho eu... Espero eu... Era brincadeira, né? - Vamos dormir por hoje.
- Não vai fazer nada comigo? Você disse que aceitava...
- Pegue um pouco mais de intimidade comigo primeiro.
- Mais ainda?
- É, faço isso com você se adaptar com a minha proximidade. Eu ajudo você.
- Como?
Law não respondeu em palavras. Deu-me um selinho leve na testa, ao que me aproximei e depositei um sobre os seus lábios. Ficamos assim um pouco mais e logo peguei no sono com a sua mão ainda a fazer-me cafuné. Essa rotina durou até ao natal, estendendo-se não só para a hora de dormir, como para outros momentos do dia. Passou a ser algo comum de que eu, sinceramente, não tinha queixa. Ficamos bem mais próximos. Fosse no sofá, na hora de almoço ou simplesmente a meio do dia, começou a ser comum ele me pegar pelo queixo e me beijar, ou ao contrário nas poucas vezes em que era eu quem tomava iniciativa. Ele não se importava e eu gostava que ele agisse assim comigo. Agora sim, era uma completa bagunça emocional.
Apesar disso, não passavam de beijos com - por vezes - alguns amassos pelo meio. Como se tivesse medo de me magoar ou de me assustar, ele tentava manter sempre o controle sobre ele mesmo em tudo o que fazia sem ir longe de mais. Para mim estava ótimo. Ainda não tinha esquecido o que houve com aquele demônio do Teach, por isso e apesar de por um lado querer tentar ir mais longe, por outro, o autocontrole dele me dava uma certa segurança.
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Meu carcereiro
Fanfiction"- É o seu dia de sorte, garoto. Vai ser leiloado hoje... Não sei direito quem falou aquilo, nem me importei em tentar descobrir. Ao que eles chamavam sorte, eu chamava o início no inferno de uma vida escrava. Por era isso que eu era desde que á um...