14 - Doente

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"O caso do desaparecimento de Luffy me deu voltas á cabeça, principalmente pelo que se seguiu: uma carta onde ele afirmava estar bem. Era simplesmente impossível... Mas não foi isso o que mais me chamou a atenção.

"Tomem cuidado extra com Vergo." Como alguém que nunca se cruzou com ele antes saberia algo assim? Algo estava errado, tinha de haver algo mais. Tinha de haver mais alguém, mas mais do que isso, tinha de investigar. Se alguém estivesse a usar o pirralho para passar informações, eu podia segui-las para o encontrar.

Comecei por prestar atenção a algumas pistas que me poderiam ser dadas por ele. Além da parte de Vergo, só outras duas me chamaram a atenção. A de que eu, Tashigi e Sengoku não estávamos ligados ao submundo e a de haver agentes a manipular informações.

Podia ser mentira, mas partindo do princípio que era verdade, não tinha nada a perder em verificar. Nenhum crime é perfeito. Tinha de haver algo que tivesse escapado nos arquivos.

Ei, pirralho, é bom que essa carta seja sua e que você realmente esteja vivo, porque tem muitas coisas que quero esclarecer com você.

Smoker..."





Nova cor, nova decoração, novo quarto. Demorou 3 dias o processo de pintura e secagem, mais dois a chegar a mobília nova. A velha? Law deu. De novo... Comprou um novo espelho para o banheiro e restaurou o móvel, ambos quebrados, devia realmente ter passado uns maus bocados... Mas cinco dias depois, terminamos, mais exatamente esta manhã quando às oito horas, chegou o que faltava do que comprara. Queria ver Ace e Sabo reclamarem agora do meu jeito para decoração!

- Como se sente? - Perguntei-lhe. Desta vez, ele realmente parecia diferente e mais leve ao contrário de quando terminamos aquela garagem. Finalmente tirou o peso dos ombros de manter aquelas más memórias presentes todas as noites.

- Estranho. É como se estivesse a dizer adeus ao Cora-san.

- Mas... Ele está aí. Isso não chega? - apontei para o peito dele, no lugar do coração, com o dedo. - E se sentir que está sozinho, eu faço companhia, então não precisa quebrar móveis toda a vez que estiver chateado.

- Vou lembrar-me disso. Enquanto isso...

- Já sei, "vá estudar" - resmunguei tentando imitar o seu tom de voz.

- Eu ia só dizer que ia ficar a dormir com você mais um tempo...

- Sério?

- Ora, você ficou feliz?

- Si... Quer dizer... Porquê?

- Até me adaptar a essa nova imagem desse lugar e... Para vigiar você...

- Eu não vou fugir.

- Não era a isso que me referia. Eu vou começar com a minha experiência, quero ficar de olho para ver como o seu corpo reage. Assim, se algo der errado e precisar de intervir, não perco tempo. - A mim, aquilo soou-me como uma desculpa esfarrapada, os quartos ficam a uns metros de distância, eram só alguns passos! Mas não me importei unicamente porque podia continuar a dormir com ele. Nesses últimos dias, essa tinha sido a melhor sensação do mundo, além de não ter tido qualquer pesadelo desde então. O conforto que ele me passava, para mim, era o culpado disso. - Preciso de preparar tudo durante a tarde, por isso só começarei á noite... Vou ter de o deixar sozinho por umas horas. Aproveite e faça o trabalho de casa das férias.

Meu carcereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora