11 - Garagem

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"Tive esperança que, quando você mostrou acreditar no pai natal fosse uma brincadeira, mas a sua inocência me surpreendeu, Luffy. No fim, não fui capaz de acabar com esse seu lado que me cativou.

Quando li a sua carta, não pude deixar de dar um sorriso. Qualquer coisa que você quisesse, eu podia comprar mas o que você pediu, eu tinha receio de não conseguir realizar. Claro, nunca diria isso a você diretamente, não seria capaz depois de ver esses olhos em espectativa que me travaram de algum jeito.

Você me lembra imenso o Cora-san. O seu sorriso, o seu jeito espontâneo, a sua presença, me lembravam dele. Uma pessoa que me fazia sentir responsável por uma criança no corpo de um adulto, com quem eu nunca admitiria que gostava de conviver.

Ei, Luffy, posso não conseguir realizar tudo o que pediu, mas... Talvez você mesmo o consiga fazer. Eu contava em ter uma convivência minimamente pacifica com você e manter o seu psicológico estável como uma forma de autoproteção para que quando (e se) tudo acabasse e fosse seguro mandar você de volta para casa, não me denunciasse. Não estava nos meus planos me apegar de mais a você, você se apegar a mim ou até mesmo manter contacto.

Contudo, agora que li isto... Porque não? Não tenho mais o homem que me salvou, mas sei que ele rejeitaria a todo o custo eu tratar alguém como você como uma simples cobaia mesmo com a certeza da cura e também sei que ele não me perdoaria se depois de ler isso, simplesmente jogasse o papel fora e chamasse de disparate. Não é, Rocinante?

Ei, Luffy... Acho que não seria ruim de todo me abrir um pouco mais e criar uma amizade com você para além de uma simples convivência, afinal, até gosto da sua presença por aqui. Você deu uma luz diferente à minha vida. Mas se realmente fizermos isso, tenha paciência, por favor, não é algo com que eu esteja adaptado.

Vamos por partes, pode ser? Antes de tomar qualquer decisão sobre ficar perto de mim, gostava que você me conhecesse um pouco melhor.

Trafalgar Law."







- Você tirou férias? Mesmo??

- Sim, ontem depois de entregar a sua carta passei pelo hospital e... Bom... Eles têm mais médicos e eu, um tempo de férias por gozar. Sei lá, só deu vontade... Vou ficar em casa até á semana depois de ano nov... Que cara é essa?

- Nada não! - Fiquei com o humor bem mais em alta ao ouvir isso. Ele também deu um sorriso discreto, vá se lá saber o porquê. Uma das coisas que eu havia pedido era que Law recebesse algo também, especifiquei as férias porque achei mais simples e é algo que lhe faria jeito. Eu sabia que o Pai Natal conseguia, eu sabia!

- Mais uma coisa, Luffy... Sei que você está animado com o natal e tal, mas... Eu não costumo celebrar. Tudo o que tenho dessa data deve estar num canto muito empoeirado da garagem, nas coisas do meu pai. E... Eu não mexo lá faz uns anos... Já deve ter até um ninho de ratos lá no meio.

- Tudo bem, eu ajudo você a arrumar.

- É, pode ser... Mais uma coisa. Vou começar aquilo para a semana.

- Aquilo... O quê...?

- A minha experiência.

- Tanto faz. Eu vou ficar bem, não foi o que você disse?

- Sim, mas vai sentir dores leves no corpo durante um mês e um pouco mais de cansaço do que o habitual.

- Não é como se pudesse evitar. Vamos logo buscar as coisas para o natal-

Meu carcereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora