36 - Derrubar

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Olhei para o meu dedo. Ao passar numa joalharia, dias atrás, eu e Law acabamos vendo dois anéis bem simples de que gostamos. Eram eles que, neste curto período de tempo, nos uniam sobre qualquer distância. 

- O que é isso? - Questionou Ace assim que notou. Estava com eles em casa de Penguin onde o tatuado me deixara antes de ir trabalhar depois de ambos me pedirem por uma visita, apenas para se distraírem daquela prisão. 

- Anatomia? - Respondi, relativamente aos papeis na minha mão. 

- Estou falando do seu dedo. 

- Ah... É um anel. 

- Sim mas porq... QUEM DEU PARA VOCÊ? 

- Você não sabe fazer mais nada a não ser gritar? Law que me deu e nem adianta você xingar! 

- Não acredito - comentou um dos ruivos - ele pediu mesmo você- 

- Pediu - sorri - e eu aceitei. 

Sabo ao meu lado estava incerto. Ace estava estático e Sacchi e Penguin confusos. Não bastava eu ter feito o lado mais sentimental de Law vir á tona, ainda fiz ele gostar de alguém - eu - ao ponto chegar àquilo. De ele me pedir que ficasse ao seu lado até ao final das nossas vidas... 

- Luffy - chamou o loiro - ele fez o que eu acho que ele fez? 

- Depende do que você acha. 

- E você aceitou? Sabe que isso é um grande compromisso, certo? Tem mesmo a certeza do que está fazendo? 

- Absoluta. 

Para desgosto deles, o assunto encerrou ali. Agora, era o dia em que finalmente alcançariamos o nosso objetivo. Eu estava com ambos e com Kid na parte de trás de uma carrinha, em todo o mundo, em cada leilão, o plano era semelhante. Uma pessoa acedia ás câmeras de segurança do local em questão através do sistema de hackeamento criado por Shashi e coordenava os outros sobre qual o percurso a seguir. O combinado entre nós os três e Smoker era que eu assumiria esse papel e controlaria todo o processo da queda do leilão de Teach, o ruivo avançaria entre as forças policiais e Sabo e Ace ficariam junto a mim para não arrumarem confusão. 

- O turno da vigia troca de funcionário entre as 12h e as 12.30. Existe, apenas, um espaço de 1 minuto e meio onde não há ninguém lá, quando um vai chamar o outro para o seu lugar, uma brecha insignificante que não se incomodaram em corrigir. É a nossa única chance de conseguir vantagem. - Expliquei. 

Kid pegou na arma. Estava com um sorriso psicótico no rosto, com a adrenalina á flor da pele e uma sede de sangue que me fez questionar sobre a existência da sua própria sanidade mental e talvez até da minha, por permanecer junto dele.

Enfim, me concentrei no meu trabalho e tentei deixar para lá. Apesar de assustador, aquele jeito de ele agir não estava incorreto de todo. Acima de tudo, naquele momento, nós dois devíamos manter-nos frios e psicologicamente intocáveis, se cedêssemos aos sentimentos, colocaríamos as vidas de todos em risco. O meu jeito de fazer isso era me concentrar nas câmeras que devia analisar e o dele... Bom... Sarcasticamente falando, talvez fosse imaginar mil e uma formas de retribuir o "favor" que nos fizeram pela fantástica hospedagem naquele buraco chamado leilão, durante todo o tempo em que lá ficamos. 

- Eu vou nessa, Luffy! 

- Tome cuidado, Kid. 

- Não preciso de cuidado, muito menos de sorte. Só de dar um fim nesses desgraçados. 

O ruivo saiu com entusiasmo na voz e bateu a porta sem que eu tirasse os olhos dos ecrãs. Entre todos eles, cada um com uma imagem diferente, a minha tarefa era vigiar todos os movimentos de cada pessoa ao pormenor. Atrás de mim, Ace e Sabo acompanhavam a situação. Não percebiam o porquê de tantos botões ou como Sacchi conseguira aceder ao sistema de câmaras do edifício, nem eu entendia na verdade, mas queriam estar ali, junto do irmãozinho e apoia-lo no que ele - no caso eu - precisa-se. Não queriam deixar-me sozinho de novo. 

Meu carcereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora