Desci as escadas a espreguiçar-me e a bocejar. Mesmo depois de um banho matinal, com cabelo a pingar e toalha na cintura, as olheiras sobre o meu rosto denunciavam quase de imediato que eu passara a noite a ver series. Outra vez...
- Bom dia, Luffy...
A expressão na minha cara mudou para insatisfação ao sentir um dos meus irmãos, um loiro de olhos azuis e avental de cozinha, dar-me um beijo na bochecha. Ele sorriu com isso, já era hábito aquele tipo de carinho e normalmente eu até gostava e retribuía, mas naquela manhã, estava especialmente irritado... Meu dia anterior tinha corrido inteiramente mal, me meti em briga, fui parar na diretoria sem ter culpa nenhuma, peguei uma semana de castigo a cumprir serviço comunitário por isso, discuti com meus amigos só pela raiva e a caminho de casa um carro resolveu me sujar de lama. Por isso, já estava sem a mínima vontade de sair de casa.
- Tem mesmo de fazer todas as manhãs, Sabo?
- E eu lá tenho culpa de gostar de mimar o meu irmãozinho mais novo? Á uns dias, você não se importava. O que deu em você?
- Deu que eu não sou mais uma criança e queria que parassem de me tratar como uma!
- Paro quando você se tornar responsável.
- Eu sou responsável!
- É responsável ficar a ver series até às 4 da manhã com aula no dia a seguir? Já para não falar de que recebi um telefonema muito interessante ontem, do diretor... Porquê você se meteu em encrenca de novo? - Desta vez, quem falou foi o meu outro irmão, um moreno de sardas leves no rosto. Ele era bem impulsivo como eu, o que fazia do loiro, irmão do meio, o mais razoável de nós os três.
- Eu não tive culpa, Ace, não fui eu que comecei a briga, eles que me provocaram!
- Não importa quem começou, você tem de entender que não pode se deixar levar assim. Tem de agir com calma e ser responsável!
- Eles me chamaram criança! - Revirei os olhos como se fosse um disparate. Eles cruzaram olhares e vieram ambos na minha direção, um de cada lado, me envolvendo num abraço.
- Só não queremos que o nosso bebê se magoe... Então tente se comportar.
Então, cheguei no meu limite. Normalmente eu resmungaria e diria um "tá", com cara de emburrado, só porque o abraço era gostoso e não queria que acabasse. Mas naquela manhã, não... Naquele dia, empurrei-os, rangendo os dentes, ao que ambos me olharam confusos.
- Eu não sou um bebê, não sou o vosso bebê, sou quase um adulto, me tratem como um e parem de pegar no meu pé!
- Não fale assim connosco, Luffy!
- Eu falo como bem entender!
Fui para o quarto e tranquei a porta. Quando mudei de roupa e sai, pronto para a escola ao qual não queria ir, vi que me esperavam.
- Tome o pequeno-almoço antes de sair. Conversamos sobre essa falta de respeito ao jantar. - Declarou Sabo.
- Não quero.
- Você vai comer e nós vamos juntos como sempre e te deixamos na porta antes de irmos trabalhar. Por favor, Luffy! Se comporte e pare de birra!
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Meu carcereiro
Fanfiction"- É o seu dia de sorte, garoto. Vai ser leiloado hoje... Não sei direito quem falou aquilo, nem me importei em tentar descobrir. Ao que eles chamavam sorte, eu chamava o início no inferno de uma vida escrava. Por era isso que eu era desde que á um...