7 - Adaptação

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O seu desaparecimento foi o nosso desespero.

Começou comigo a sair de casa, ainda chateado pela discussão anterior. Eu sabia que você não queria dizer o que disse, Ace sabia também, ambos tínhamos a perfeita noção de que você não era mais uma criança e que se não queria ser tratado como uma, era injusto a gente continuar a fazê-lo. Ainda assim, não pude deixar de me sentir mal. As suas palavras me magoaram e eu sabia que as minhas tinham feito o mesmo em você.

Concordei com Ace que falaríamos disso mais tarde, que tínhamos de lhe dar espaço e respeitaríamos isso por enquanto. Afinal, não faria você deixar de ser o nosso irmãozinho e nós os três sabemos que a melhor forma de nos conquistarmos uns aos outros, é pelo respeito. Mas bastou eu começar a me acalmar para o destino me derrubar. Esse destino veio na forma da Nami a correr para nós e a gritar por ajuda enquanto chorava compulsivamente. Não entendemos o porquê, mas bastou ouvir o seu nome entre os gritos dela para perceber que algo estava muito errado. E então, ao alcançar-nos, ela finalmente nos contou o que viu.

Senti o desespero tomar conta de mim, ao passo que Ace ficou dominado pela raiva. Corri com ele para lá enquanto a ruiva ligava para a polícia. Não sabíamos o porquê de você virar ali justo nesse dia, não tinha ideia de quem eram as pessoas da carrinha que o amarrou e levou, não estava entendendo porra nenhuma! Só sabia o que Nami me dissera: Que havia medo nos seus olhos enquanto você tentou gritar por ajuda e não conseguiu. Isso me deixou apavorado. Eu sabia que algo muito ruim tinha acontecido.

Pedimos ajuda a todos os que conheciam você e junto com a polícia passamos horas á sua procura. Mas nada... Nenhum rasto além do seu telemóvel na beira de uma estrada deserta na saída da cidade, num lugar onde você nunca tinha ido.

Fiquei pior a cada minuto. Um monte de possibilidades me passava pela cabeça, todas elas me deixando com medo pela grande probabilidade de serem reais. A cada segundo, o ressentimento de todos aumentava até ao fim do dia, a gente conhecer Smoker, que pegou o caso.

"A polícia acha que ele foi levado pelo comercio de escravos" - disse - "e se isso for verdade, me desculpem ser tão direto neste momento, mas... Não voltarão a ver ele nem inteiro, nem com vida."

Caí de joelhos no chão, a chorar, pela primeira vez em anos. Não, não era verdade, você não podia estar morto. Eu me recusava a acreditar! Assim, mesmo com ele dizendo que faria os possíveis para o encontrar, não ouvi mais. Eu não ficaria quieto á espera. Fui para as TVS, os jornais, a internet, procurei você, dia-após-dia. Você não estava morto! Eu sabia que não! Procurei você incansavelmente até onde o folgo me permitia!

Contudo, passou um mês... Dois... Três... E você, continuava sem aparecer. A cada dia, a realidade me dizia para encarar os factos. Então, depois de três meses, simplesmente cheguei a casa e não saí mais. Percebi que todos já tinham encarado a realidade menos eu. Você provavelmente já havia morrido fazia muito tempo e não havia lágrimas que o pudessem trazer de volta...

Mesmo como seu irmão, não pude estar lá para defender você.

Luffy, me desculpe. Eu... Sou um incompetente...

Sabo..."

Contei um mês em casa de Law até o meu aumento ao peso ideal ser concluído. E bom... Ele cumpriu o que disse e eu podia dizer com toda a certeza que contrariamente a tudo aquilo em que acreditava, a vida com o meu carcereiro nem era tão ruim assim, quanto eu pensei que seria...

Meu carcereiroOnde histórias criam vida. Descubra agora