Acordei cedo com a campainha a tocar. Me enrosquei nas cobertas tentando ignorar, mas Law não era da mesma opinião por isso e contra o meu murmúrio para que ficasse junto a mim, se levantou e abriu a porta. Logo, a voz de Kid ecoou por todo o apartamento enquanto entrava cómodo a dentro sem se importar com o facto do outro estar só de roupa interior.
- Se levantem os dois, vão tomar um banho e abram a janela, tirem a porra do cheiro a sexo dessa casa antes de Smoker chegar!
Resmunguei e levantei ensonado. Infelizmente, ele tinha razão. Por mais que na noite anterior a gente não tivesse passado de algo bem calmo, só pela sensação e sem qualquer marca que fosse costumeiro ele me fazer, as outras evidencias para além do estado do meu corpo ainda existiam e tinham de ser escondidas.
Levantei e tirei as cobertas da cama para as trocar. Enquanto Law tomava banho, Kid me ajudava e depois, enquanto eu estava no chuveiro, os dois se livraram da roupa espalhada entre a sala e o quarto. No fim, me deitei no meu quarto e Law no dele, para nossa infelicidade. Sem conseguir dormir, acabei escrevendo sobre o dia anterior e desfazendo a cama só para parecer que dormi nela. Law não demorou a aparecer na cozinha para tomar café com o ruivo depois de deixar a dele do mesmo jeito.
Uma hora mais tarde, estava a acabar de relatar o ocorrido no meu caderno quando ouvi o telemóvel tocar. Atendi ao perceber que era o número de Sabo.
"Estamos cá em baixo."
- Subam ao 6º andar. 2B. - Assim, guardei o caderno e fui para a beira dos outros dois. Os meus irmãos bateram na porta dois minutos depois, pelo que foi Law a tomar de novo a iniciativa de ir ao encontro dos convidados. Abriu-lhes caminho para entrarem, momento exato em que um ambiente tenso se instalou. Bom, com ele, Ace e Sabo, todos no mesmo cómodo, já era de se esperar... - Oi!
Assim que me viram de torrada na boca, no entanto, a tensão dispersou-se não por completo, mas o suficiente para que o ar se tornasse respirável. Law voltou calmamente para o seu lugar para tentar apreciar o resto do café que não acabara e os outros dois se encostaram no balcão ao meu lado, passando a observar-me.
- Finalmente vemos você moreno outra vez - comentou o loiro. Sorri. Aquela rotina de mudar de aparência era tão normal para mim que não fazia diferença, mas imaginei que eles deviam ter esperado muito por isso, por me terem de volta do jeito que sempre fui.
Enquanto Sabo tentou manter a calma, passou a observar o lugar e se focou em Peter que estava á beira das suas pernas, Ace continuou a cruzar olhares entre mim e vez ou outra, o tatuado, que tentava ignorar o sermão de Smoker. Na verdade, Law meio que ignorava os dois também, mantendo até uma certa distancia enquanto ambos tentavam desvendar a minha nova vida. Eram normais as reações deles, eu acho. Law, por ter um certo receio da minha proximidade para com os meus irmãos e eles, porque aquela era a minha realidade atual, longe deles, com uma pessoa que não conheciam e que me salvou ao mesmo tempo que me meteu naquela confusão. Os dois ainda não sabiam o que pensar daquela situação, não sabiam exatamente como reagir ao Torao então, a mim, restava continuar a agir normalmente até aprenderem a confiar minimamente nele e lhe dirigirem a palavra, talvez até começar uma conversa.. Porque era isso mesmo que faltava, uma mínima convivência para tentarem se entender, algo que eles estavam a tentar fazer para o meu bem, por mais que sentissem que era estranho concretiza-lo com quem me comprou. Era quase impensável até à bem pouco tempo que, alguém que eles odiaram e pensaram em apanhar por tanto tempo estivesse ali, na sua frente com tanta calma e contrariamente ao que sempre pensaram, a tratar perfeitamente de mim tal como eles fariam, ensinando-me até a ser bem mais calmo e racional do que á um ano atrás.
- QUE MERDA LHE PASSOU PELA CABEÇA? VOCÊ ESCONDEU TUDO! - Gritava Smoker.
- Bom dia para você também, Smoker-ya.
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Meu carcereiro
Fanfiction"- É o seu dia de sorte, garoto. Vai ser leiloado hoje... Não sei direito quem falou aquilo, nem me importei em tentar descobrir. Ao que eles chamavam sorte, eu chamava o início no inferno de uma vida escrava. Por era isso que eu era desde que á um...