"Nenhum de nós acreditou quando viu o que continha o pedaço de papel no envelope sem remetente entregue pelo correio naquela manhã. Sabo nos chamou a todos de urgência, queria falar algo sobre você. Depois de vários dias sem sair daquele quarto fechado a não ser para comer, a emoção na voz dele fez-nos entender que algo novo podia ter surgido. O que surgiu, foi a sua carta...
"Eu estou vivo, eu estou bem, eu vou voltar", era o que Sabo mais destacava enquanto chorava de alívio e ao mesmo tempo de preocupação. "Me desculpem, adoro vocês" era o que mais os afetara, pois em meio a tudo aquilo pelo que devia ter passado, á sua sobrevivência em algum lugar longe deles, ambos sabiam que isso devia ser o que mais o atormentava e consequentemente, o que mais lhes pesava na consciência. "vão me abraçar de novo?" era o que fazia as lágrimas escorrer sem controlo, todos sabemos o quanto você os ama, essa simples frase tinha ainda mais impacto pelo que houve na última vez em que o fizeram, por sabermos que você estava bravo e os afastou quando tudo o que queria, era no fundo, um pouco de compreensão e amor. Amor esse que todos sabíamos que devia ser aquilo de que mais precisava agora.
Aquele desenho estranho no canto do envelope, era a prova de que era seu. Mesmo que Smoker, única pessoa a quem Sabo recorreu a seu pedido tenha duvidado da identidade do seu escritor, esse simples pedaço de papel trouxe-nos uma nova esperança.
Eu me culpei, todos os dias, por ver você ser levado á minha frente sem fazer nada para o impedir. Se eu tivesse gritado, se o tivesse impedido de virar naquela rua, se não tivesse só ficado escondida enquanto você tentava se libertar em vão, talvez pudesse ter sido diferente. Eu me culpei por isso por tanto tempo... Mas agora, ali estava algo que nos deu uma pequena luz de que você estava vivo. Que ainda havia esperança de o reencontrar...
Fiz o que você pediu e dali em diante, passei a colocar as matérias para que qualquer um pudesse ver. Smoker, sem nada a perder, por causa das informações sobre infiltrados nas autoridades, começou a investigar processos antigos de rapto por conta própria e mesmo sem nos dizer nada, notamos que ele provavelmente havia encontrado algo de errado entre eles.
Ei, Luffy, é verdade, não é? Você vai voltar...
Estamos esperando por você.
Nami..."
Lucy passou a ser o meu segundo nome. Aquela não foi a última vez que saí.
Chegamos a casa tarde nessa noite. Depois do cinema onde devorei três baldes de pipocas (para desgosto da carteira de Law) acabamos por passar no parque da cidade, apanhar ar puro e apreciar a vista que dava quando a noite já ia alta e não havia sinais de civis naquela área. Era relaxante, a simples imagem da natureza me deixava mais calmo e descontraído. Sentado num banquinho de jardim em frente ao rio, respirei fundo o ar húmido da noite enquanto a luz fraca dos candeeiros dava brilho aos cantos escuros o qual a lua não conseguia alcançar, deixando-os nítidos aos meus olhos que pareciam querer gravar cada traço daquele lugar. Fazia tempo que não me sentia tão... Vivo...
- Então, feliz por ter saído? - Acenei positivamente, esquecendo por completo o meu medo da rua. Não sabia se tudo aquilo era por estar fora do apartamento ou por ter ultrapassado parte do meu receio do mundo exterior, mas me sentia feliz. Estava confortavelmente sentado junto a Law com um chocolate quente na mão e á medida que as nuvens ameaçavam mandar vir chuva, fui me chegando mais perto para me aquecer no calor humano e contrariar as baixas temperaturas do local.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu carcereiro
Fanfiction"- É o seu dia de sorte, garoto. Vai ser leiloado hoje... Não sei direito quem falou aquilo, nem me importei em tentar descobrir. Ao que eles chamavam sorte, eu chamava o início no inferno de uma vida escrava. Por era isso que eu era desde que á um...