Estava escuro. Não sabia onde estava, apenas que me encontrava em pé em algum lugar onde a luz não existia. Tentei me mexer, me soltar, andar para tentar entender que local era aquele, mas algo me prendia.
“Me ajude…”
Atentei ao que me rodeava, cerrei um pouco os olhos para tentar me adaptar com a falta de iluminação, mas não havia nada... Apenas uma voz muito suave que, de longe, clamava por alguém. Em busca de respostas, passei a procurar a sua origem.
“Ajuda…”
Era uma voz feminina, eu sabia. Tentei olhar um pouco mais longe e finalmente um pouco de luz se fez presente, emanada a partir do chão. Reparei que, o motivo de não conseguir me mover, era porque os meus pulsos estavam presos por algemas.
“Por favor… Alguém… Me ajude…”
Uma corda que partia delas e que se encontrava enrolada em volta dos meus braços e pernas parecia paralisar todo o resto do meu corpo. Quando comecei a me sacudir para tentar me libertar, de um momento para o outro, os acessórios que me confinavam soltaram-se e fiquei livre, a luz expandiu-se e comecei a ver algo ao longe.
“P… Porquê?”
Havia uma silhueta de uma mulher alta, de cabelos verdes e vestido curto. Era a dona da voz. A mesma que tinha visto no leilão e que agora, de cabeça baixa, se aproximava de mim.
“Luffy.”
Recuei um passo. Ela estava fraca, mancava, tinha uma voz sofrida e uma presença assustadora. Quando ela levantou a cabeça na minha direção, percebi o porquê. Eu vi… Vi que não tinha olhos, vi o rosto ensanguentado, vi a faca que lhe cortava todo o céu da boca, vi o estado em que ela estava. Igual aquele dia… Morta...
“Porquê você… Não nos ajudou…”
Então, num golpe, a sua cabeça foi cortada. O corpo caiu e apenas o rosto ficou suspenso no ar, preso pelos cabelos que alguém segurava. Olhei para trás dela… E vi Teach!
"É a sua vez.”
* * * * *
Acordei num pulo que fez Law acordar junto comigo. Estávamos a dormir abraçados depois do provável melhor momento da minha vida, apesar disso, o meu psicológico não parecia querer concordar com me deixar desfrutar desse momento. Eu estava ofegante, suava frio, estava com o coração a mil. Senti o estômago embrulhar e corri desajeitado para o banheiro, deitando tudo para fora na privada. O tatuado, confuso e preocupado, veio atrás de mim.
- Luffy?
- Eu… Estou bem… - Dei descarga e tentei me recompor passando o rosto e a boca por água no lavatório. Por trás, senti um abraço. Ao olhar no espelho em frente, notei que Law se encontrava com o queixo sobre o meu cabelo enquanto os seus braços rodeavam a minha cintura. Era só nestes raros momentos que eu reparava no quão visível era a diferença entre as nossas alturas.
- O que houve? – Perguntou.
- Foi só… Um sonho.
- Você está muito pálido – pôs a mão na minha testa – sua temperatura parece normal, mas convém você descansar um pouco…
- Tah…
- Quer que lhe traga alguma coisa? – Acenei em negação, sequei o rosto e voltei para a cama. Me deitei ao comprido, tão pouco me importando se ainda estava despido. Nada que Law já não tivesse visto… - Quer falar sobre isso, Luffy? – Se sentou ao meu lado, pronto a ouvir. Não, eu não queria. Só o puxei para um abraço para que me fizesse cafuné até eu dormir de novo. Conforto, era do que eu precisava… - Sabe que é falta de educação vomitar depois de dormir beijando alguém?
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Meu carcereiro
Fanfiction"- É o seu dia de sorte, garoto. Vai ser leiloado hoje... Não sei direito quem falou aquilo, nem me importei em tentar descobrir. Ao que eles chamavam sorte, eu chamava o início no inferno de uma vida escrava. Por era isso que eu era desde que á um...