Capítulo 25
Bella
Encaro um par de olhos escuros, que parecem não ter qualquer emoção. O homem que está na minha frente tem uma cicatriz enorme cortando todo o lado direito do rosto, a cicatriz dá um ar assustador, mas quando ele sorri, os dentes de ouro acrescentam um ar ainda mais bizarro.
— Eu sabia que tínhamos uma pequena intrusa. — Fala.
Enquanto ele fala, arrumo meu celular, programando o gravador o empurro atrás de mim, no chão. Felizmente, consigo me livrar dele bem a tempo, antes que o homem assustador segure meu cabelo com força e me arraste de baixo da cama. Com dor, tento acompanhar seus paços largo, engatinhando até onde ele quer me deixar, no centro do quarto.
Seu parceiro aparece logo em seguida na porta, ele está me avaliando, querendo pegar qualquer reação minha, em uma tentativa de deduzir o que vim fazer nessa casa. Como uma atriz desesperada, finjo que esse é mais um papel em um filme de ação, e me forço a ficar no controle das minhas emoções.
— Você é bem idiota, se achou que entraria aqui e não descobriríamos. — Zomba. — Felizmente, também temos nossas fontes.
Será que por fonte eles querem dizer alguém dentro da casa do Arthur? Aquela mulher que foi "resgatada"?
— Sorte nossa que eles não desativaram a câmera do corredor, caso contrário a gente podia ter achado que você tinha ido embora.
Ok, então eles sabem que eu estou aqui, mas não viram nada do que eu fiz, ele nem mesmo sabem que procurei por pistas na casa inteira. Posso lidar com isso, minha única saída é mentir, fazê-los acreditar que vim para me despedir da casa e dos meus medos.
— Deve saber que morei aqui. — Digo. — Só queria ver esse lugar pela última vez.
O homem se abaixa e segura meu rosto com força, apertando minhas bochechas, ele olha nos meus olhos por um tempo, então empurra meu rosto com força e em seguida me dá um soco, sinto o gosto do sangue na minha boca.
— Não seja uma mentirosa, porra! Entrou aqui em busca de alguma coisa, quero saber o que é? — O que estava na porta se aproxima, ficando a centímetros do meu rosto.
— Não entrei aqui em busca de nada, eu só queria deixar esse lugar no meu passado. — Minto. — Vocês trabalhavam para o Bernardo?
Eles se olham e riem.
— Trabalhavam? — Repete. — Nós trabalhamos para muita gente, e alguém muito importante pagou para pegarmos algumas coisas dessa casa, para preparar o terreno.
— Quem? — Peço, querendo gravar o nome da pessoa.
— Seria divertido ver sua reação, embora tenhamos outras coisas para fazer. — O que me deu um soco fala. — Não se preocupe, você vai encontra-lo logo.
Levo a mão até o meu rosto que está doendo. Sei que não tenho como escapar desses homens, não sou idiota a ponto de pensar que em uma luta contra eles, eu ganharia. Os dois estão me encarando, provavelmente esperando que eu tente algo.
— Não tem como sair da casa carregando-a. — Diz o da cicatriz.
— Vocês podem me deixar aqui, eu juro que não vou contar nada, nem sei que vocês são. — Prometo.
— Acha que somos idiotas? — O sem cicatriz tira um canivete do bolso e começa a brincar com ele. — Se te deixarmos no momento que a gente colocar os pés na rua os malditos Petrov vão nos caçar.
— Eles nem sabem sobre vocês, pensem bem. — Tento convencê-los. — Podem mudar de lado, eles vão ficar muito gratos se entregarem quem está tentando mata-los. Não é melhor estar do lado deles do que de quem quer que seja?
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Sentindo Novamente
RomanceDescendentes do crime livro 3 Quando eu era criança, em meio a uma vida infernal, o meu passatempo favorito era me trancar no meu quarto e imaginar uma vida melhor. Eu não precisava de muito apenas, poder dormir a noite sem me preocupar com acordar...