Capítulo 12

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Capítulo 12

Arthur

Por mais que tente me iludir e pensar que quando fui embora a vida da Bella melhorou um pouco, sempre que olho em seus olhos me deparo com o olhar perdido e distante, o medo se fazendo presente.

Como chegamos tarde, em vez de levar Bella para conhecer meus pais, a levo para nossa casa. Assim como Zack, eu queria um lugar que fosse só meu, onde poderia fugir da maluquice da minha família e ter um lugar para pensar em paz. Porém, ao contrário do meu primo, não queria me sentir preso em um apartamento, então mandei construir uma casa grande o suficiente para quando tiver filhos. Sempre odiei a ideia de ter que me mudar depois, me adaptar a um novo lugar, quero que as lembranças construídas sejam parte da nossa casa.

Não demora muito o trajeto até nossa casa, ficamos em silêncio o tempo todo, Bella está olhando pela janela, é como se ela estava absorvendo a beleza da cidade tentando assimilar as mudanças que ocorreram no tempo que esteve aqui. Augusto está roncando, é incrível como ele não consegue ficar em silêncio nem quando está dormindo.

Quando passamos pelos portões e andamos pela trilha de arvores que leva até a frente da casa, Bella se vira para mim.

- Seus pais estão nos esperando? Não é meio tarde para ...

Suas mãos estão se mexendo de forma nervosa, então estendo a minha e as seguro.

- Achei que você precisaria de um tempo para descansar, vamos ver meus pais amanhã. - Explico. - Essa é a nossa casa.

Ela ignora a palavra nossa como eu sabia que ela faria.

- Eu não sabia que você tinha sua casa, achei que ficaríamos com os seus pais. - Responde.

- Eu amo os meus pais, mas a casa dos meus pais e tios sempre que alguém entrando sem bater ou invadindo para xeretar. - Conto, me referindo aos meus primos e primas.

- Obrigada. - Ela me agradece, respirando aliviada.

- Qualquer coisa por você. - Pisco, abrindo uma porta e saindo do carro, corro para o outro lado e ajudo Bella a sair.

- Não necessária. - Sorri.

Passando pela frente do carro, vejo Augusto apoiado contra a porta do passageiro, sem pensar, abro ela, fazendo o idiota cair do carro. Bella começa a rir, enquanto Augusto se levanta e limpa suas roupas.

- Muito engraçado, idiota. - Me insulta.

- Você é muito preguiçoso para um segurança. - Rebato.

Me ignorando ele passa por mim e sobe como escadas até a porta de entrada, quando ele tenta abrir uma porta, está trancada.

- Alguém esqueceu de abrir a porta para você. - Zomba.

Continuo subindo com a bela, quando chegamos em frente a porta, coloco a mão no trinco que abre.

- Isso se chama tecnologia. - Zombo.

Entramos em casa e noto que Bella parou para observar o lugar, o térreo é todo em conceito aberto, com paredes de vidro que dão para a piscina, uma cozinha é toda branca com uma ilha preta, como escadas que levam ao segundo andar são feitas do mesmo piso de madeira escura do resto da casa.

- Por que pessoas ricas têm tantos sofás e mesas espalhados pela casa? - Augusto bufa seu comentário indignado.

Me seguro para não rir, quando entrei para os Petrov também estranhei esse detalhe, então com o tempo me acostumei com isso, é prático se alguém está sentado em um deles e eu preciso conversar com outra pessoa, me sento em outro canto, sem incomodar ninguém.

Sentindo NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora