Capítulo 22

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Capítulo 22

Bella

Assim que a mulher na cama se estabiliza, o homem que cuidava dela se afasta, guardando o equipamento que usava e se aproximando de nós. É uma sensação boa o ter aqui, me dá mais segurança de que as pessoas com quem me importo vão estar seguras, mas ao mesmo tempo, é mais uma pessoa com quem devo me preocupar.

Depois de anos fugindo do Bernardo, me tornei amiga próxima de todos os homens de sua equipe, eles se tornaram parte da minha vida, suprindo o vazio da ausência de uma família. Foi com eles que passei noites de sábado quando não tinha que trabalhar ou quando Vi estava ocupada.

Calum é um velho amigo, ele trabalhou na minha segurança por bastante tempo, se eu for sincera toda a equipe do Augusto já cuidou de mim por um tempo. E foi graças a isso que passei a viajar mais, não querendo correr o risco que eles se ferissem cuidando de mim.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto, então meus olhos vão para a mulher na cama. — Quem é ela?

Arthur me puxa para ele, me segurando ao seu lado.

— Conhece o filme de terror? — Ele me pergunta curioso.

Reviro os olhos para seu apelido.

— Calum já trabalhou comigo como meu segurança. — Explico.

Calum sorri.

— Quem você acha que me fez assistir filmes de terror? — Meu amigo zomba, empurrando o Arthur e me abraçando. — Augusto me chamou, ele estava preocupado com as brechas de segurança.

— Vai trabalhar comigo? — Pergunto.

— Sim, ele dividiu a segurança entre todos os Petrov, você no caso é minha.

Arthur faz uma careta e o afasta de mim, não precisa nem olhar para ele para saber que está com ciúmes, seu bufo irritado deixa mais do que claro. A questão é, assim como Augusto, os homens que trabalham para ele se tornaram como irmãos, eles implicam comigo, passam por cima das minhas ordens e sempre arrumam um jeito de me irritar.

Mas dentre todos os seguranças, Calum é o que mais me entende. Acho que seu passado teve algo tão ruim quanto o meu, ele nunca fala sobre seu passado, tem seus momentos de fúria, e cicatrizes por seu corpo.

— Nem morto você fica sozinho com ela. — Arthur briga.

Dou risada do seu jeito ciumento.

— Ele é como Augusto. — Explico para o meu homem.

— Mais bonito e inteligente, mas ainda assim, ela me trata como um irmão. — Passa a mão no peito como se estivesse magoado. — Como todo mundo, Bella não é perfeita.

A mulher na cama geme de dor, fazendo minha atenção se voltar a ela e a pergunta que fiz e ambos os homens não responderam.

— Quem é ela?

Arthur pigarreia, limpando a garganta e pensando em como responder minha pergunta.

— Encontramos ela na casa do Bernardo, ela estava presa em um tipo de fosso. — Explica. — A porta pela qual entramos na casa era na verdade um lugar que ele usava para torturar e matar mulheres, encontramos vários corpos e apenas ela estava viva.

Não sei o que pensar, alguma coisa nessa situação está me deixando com um pé atrás. Pode ser que esteja tão acostumada a sentir medo que agora que o meu pior pesadelo se foi, preciso de algo novo para me preocupar.

— Bernardo era um fodido, estou aliviado que você tenha escapado dele no passado, sabe-se lá o que ele teria feito. — Calum fala.

A mulher na cama abre os olhos e me encara, por um segundo ela parece surpresa, então no próximo ela está chorando desesperada. Calum vai até seu lado e segura sua mão na dele, acalmando seu choro.

Sentindo NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora