Capítulo 33

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Capítulo 33

Bella

Não sei quanto tempo faz que estou presa nesse quarto escuro, não entra nem mesmo um feixe de lux por baixo da porta. Poderia jurar que estou em um porão, se não fosse o constante barulho de passos subindo e descendo a escada. O cheiro desse lugar também é familiar, um cheiro que em algum momento foi perdido em meio as minhas lembranças.

Como se não bastasse estar presa aqui, o tempo se arrasta na medida que minha preocupação com Arthur aumenta, será que ele está bem? A culpa está me consumindo, se ele não tivesse ido lá me salvar...

Um barulho na porta chama minha atenção, encaro a maçaneta girar e a porta se abrir lentamente, uma figura escura aparece, leva um tempo para meus olhos se acostumarem com a luz.

— Não sabe o quanto estou feliz em ter você aqui, finalmente estamos sozinhos. — A voz familiar e sombria diz, o medo começa a tomar conta de mim conforme ele se aproxima. — Sabe, por um momento pensei que você ia ser a mesma ratinha assustada de quando veio morar na minha casa.

— Era isso que você queria, o meu medo.

— Sim, no começo achei irritante a sua nova personalidade, mas depois... — Acaricia meu rosto. — Gostei ainda mais da mulher que se tornou, tem algo divertido em quebrar uma mulher forte, dominá-la até que me aceite por completo.

— Seu lixo. — Grito para ele, me afastando de seu toque. — As pessoas vão descobrir que me sequestrou.

Bernardo sorri, um riso de satisfação.

— Graças ao seu falecido namoradinho, todo mundo acha que estou morto.

— Todos estão te procurando! — Lembro, não acreditando no que ele disse sobre o Arthur.

Arthur não ia desistir tão fácil da vida, mesmo morrendo de medo de que ele não resistisse, sinto que essa é mais uma mentira do Bernardo, e não vou cair no seu jogo.

— Não soube? Encontraram o meu corpo, ou melhor, do meu irmão gêmeo. — Fala. — Você não é a única que tem uma linhagem de merda, felizmente, graças aos Petrov estou livre daquele idiota.

Então é isso, todo esse tempo era o Bernardo quem estava ditando as regras, jogando com todos.

— Jogou com todos. — Declaro.

Mais uma vez o sorriso satisfeito toma suas feições.

— Sim, não que tenha sido fácil, levei um bom tempo preparando tudo, garantindo que Arthur não voltaria para sua vida, Rurik foi uma boa jogada, até o imbecil estragar tudo. — Anda pelo quarto. — Mesmo comigo cuidando de tudo, Arthur te achou. Não faz ideia do quanto eu queria matar o filho da puta, e te punir por ter sido uma menina má.

— Você é doente!

— Não seja tão dura comigo, tudo que fiz foi por nós.

— Não existe nenhum nós! — Grito. — Como pode pensar isso depois de ter abusado de mim? Eu era uma adolescente, achei que você fosse a melhor coisa que aconteceu nas nossas vidas, até que percebi que era na verdade um pesadelo em forma de gente. — Me levanto. — Qual é o seu plano? Me manter presa aqui e abusar de mim? — Dou risada. — Não sei se percebeu Bernardo, mas não sou mais aquela criança amedrontada, se me tocar vou te matar.

Ele bate palmas, como se estivesse vendo um espetáculo.

— Bravo... bravo. — Dá a volta na cama. — É disso que estou falando, vai ser divertido te foder e ouvir seus gritos, sentir sua luta, enquanto fodo sua bunda.

Sentindo NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora