Capítulo 11

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Capítulo 11

Bella

Arthur estava um tanto recoso com a ideia de voltar para Moscou, de alguma forma ele sentia que estávamos mais seguros aqui do que lá. Com jeito, Augusto e eu conseguimos esclarecer as coisas e mostrar que não importa onde estivéssemos, as coisas iam ficar bem.

A pior parte em tudo isso foi deixar Vi para trás, mas ela me garantiu que eu ia me divertir em Moscou e que a Carol e Olivia estavam indo para a cidade com seus maridos. Elas estavam animadas em voltar para Moscou, e cansadas desse vai e vem entre os dois países, algo sobre seus maridos trabalhando com o primo do Arthur.

A ideia de conhecer a família do Arthur me aterrorizou em um primeiro momento, mesmo com ele me garantindo que sua mãe já sabia sobre mim e estava ansiosa para me encontrar, na cabeça do meu "noivo" isso me tranquilizaria, na minha, eu estava quase surtando.

Durante o voo, Arthur se sentou ao meu lado e me abraçou, Augusto e ele estava conversando e discutindo como seria o esquema de segurança na cidade. Ambos preocupados comigo, enquanto eu estava louca com a possibilidade de alguém tentar mata-lo mais uma vez.

Quem diria que eu conheceria os pais dele? Quando Arthur me deixou há muito tempo para ter uma nova vida, jamais pensei que faria parte dela. Isso me lembra de como as coisas na minha vida ficaram quando eles se foram, lembranças desconfortáveis que lutei para esquecer ao longo dos anos.

***

Sentada em frente a janela do pequeno apartamento que divido com minha mãe, observo Arthur e seus irmãos entrarem no carro com o homem alto e bonito. Não sei como expressar o quão feliz estou por vê-los encontrar alguém que os ame e que vá cuidar deles. É triste pensar em como as coisas foram tão difíceis para ele e seus irmãos, ver como as coisas vão melhorar agora, me dão um pouco de esperança de que talvez, só talvez, a minha vida também melhore.

Minha mãe aparece pouco tempo depois, o cheiro dela é sempre o mesmo bebida e drogas. Eu devia ter me acostumado com isso, ela sempre está alta quando vem para casa, seu comportamento odioso é o mesmo também.

— Soube que os pirralhos do apartamento ao lado foram embora. — Diz, sua voz cheia de ódio. — Agora como você sente? Sabendo que eles vão se esquecer de você? — Ri.

Detesto quando ela faz isso, quando ela me coloca em uma posição de dizer coisas horríveis ou de não demonstrar nenhuma emoção. Independentemente do que eu diga, ela vai usar isso como um motivo para descontar sua raiva em mim.

— Eles merecem ter uma vida boa, não importa que esqueçam de mim. — Respondo.

Tento passar por ela, ir para o banheiro e esperar que ela fique cansada o suficiente para dormir.

— Onde você pensa que vai? — Agarra meu braço, cravando suas unhas no meu pulso.

— Eu vou ao banheiro, precisa de alguma coisa? — Pergunto.

De alguma forma sinto meu estômago embrulhar, eu deveria sorrir quando estou sentindo dor? Ou saber como disfarçar o medo que estou sentindo por culpa da pessoa que deveria me proteger desse tipo de medo?

— Estou com fome. — Diz, seu rosto perto do meu, seu hálito me dando ânsia.

— Estamos sem comida. — Falo.

Antes que eu possa reagir, ela me solta e me dá um tapa na cara.

— Claro que estamos sem comida, sua porca, eu passo o dia todo fora e ainda assim você consegue acabar com toda a comida. — Grita.

Sentindo NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora