Capítulo 27

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Capítulo 27

Bella

Dafne e eu nos viramos na direção da voz de Arthur, que está parado com a roupa amassada, como se tivesse lutado com alguém. Como ele veio da direção que os dois homens foram há pouco, tenho certeza de que essa é razão para seu estado.

— Me explique Dafne, como a mulher que conviveu com a minha família, que disse que estava tentando me proteger, se tornou uma inimiga? — Pergunta, caminhando na minha direção.

Dafne observa enquanto ele começa a me soltar.

— Rurik está aqui. — Murmuro para ele. — Me sai bem com os dois homens, até que ele chegou.

— Você não devia ter vindo sozinha. — É sua resposta irritada.

Não vou discutir com ele a esse respeito, ele não faz ideia das coisas que encontrei, dos áudios que gravei e que ainda está ligado no meu celular em baixo da cama. Espero que meu celular não apague e me faça perder todas as provas que guardei, isso seria péssimo.

— Vamos falar sobre isso depois. — Digo, olhando para Dafne que ainda está parada nos observando.

O olhar perdido em seu rosto carrega um misto de emoções que não consigo decifrar direito. Ela parece com medo, e ao mesmo tempo determinada, talvez essa noite seja mesmo o fim de tudo isso, só resta saber se isso é um teatro, ou se a mulher que me ameaçou quando cheguei está realmente tentando defender seu irmão.

— Não a solte. — Manda, tirando uma arma e apontando na minha direção. — As coisas não vão acontecer como você planeja, não agora.

— Dafne...

— Eu disse, não! — Repete, sua voz se tornando mais forte. — Rurik planejou todo esse show, e é isso que vai ter, a porra de um show.

— Jax vai ficar decepcionado com você. — Ele fala.

— Não envolva o Jax nisso, ele não tem nada a ver com essa história. — Diz, balançando ao redor.

— Abaixe essa arma.

— Cale-se, estou farta de ter pessoas gritando e me dizendo o que fazer. — Ri sem humor. — A minha vida toda eu tive que aguentar Rurik me dizendo como eu não sou boa filha e como deveria servir a um propósito.

Arthur termina de me soltar e me coloca atrás do seu corpo, de forma protetora, é quando Rurik desce as escadas rindo e aplaudindo. A forma como seus lábios de contraem em pura alegria é a mesma que monstros e assassinos em filmes de terror tem. Ele está amando essa situação, ver dois irmãos brigando.

— Não posso nem dizer o quanto estou orgulhoso de você, Dafne. — Elogia parando ao lado dela. — Finalmente está se comportando como alguém da família, todos os anos te criando foram uteis.

A tensão no ar se torna mais evidente com sua presença, Arthur volta sua atenção para Rurik, concluindo que ele é uma ameaça maior que a Dafne. Eles estão prontos para atacar a qualquer momento, tão prontos que deixam escapar algo importante que ele disse.

— O que é tudo isso, Rurik? Você não tem capacidade de me matar sozinho, então usa de truques sujos para me atingir? — Debocha Arthur.

O homem a nossa frente tenta disfarçar, mas seu sorriso diminui e o canto de seus lábios se contraem em irritação mal disfarçada. Sempre me interessei em saber o que o motivou a fazer tudo isso. Por que tanta raiva contra o próprio filho?

— Por que? Talvez deva perguntar a sua mãe.

Arthur dá de ombros como se não fosse nada.

— Eu duvido que minha mãe saiba de alguma coisa, ela vive protegida pelo meu pai. — Zomba.

Sentindo NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora