XXVI. I like the taste of your lies

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        SEBASTIAN LACREVER

      Sebastian ainda estava trabalhando no esboço de uma armadura de guerra quando ouviu três batidas exageradas na porta

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      Sebastian ainda estava trabalhando no esboço de uma armadura de guerra quando ouviu três batidas exageradas na porta. Ele nem precisava pensar muito para descobrir a pessoa que estava do outro lado, esperando impacientemente para ser atendida. Orion, claro, que sempre gostava de tornar sua chegada um espetáculo de luzes cegantes e incriminatórias. E por mais que Sebastian estivesse submerso em um lago profundo de mau humor volátil e enfrentando graus variados de estresse, sabia que ignorar Orion não seria exatamente benéfico para sua tentativa falhar de obter paz de espírito.

        - O que você quer? Estou ocupado - prosseguiu. Ele não estava sendo rude, Orion sabia disso. Era apenas o jeito evasivo dele de ser, direto ao extremo sem ao menos perceber.

        - Ocupado desenhando algo que não seja meu rosto? E onde está a graça nisso? As fantasias perversas? - Provocou, fazendo-o bufar em resposta.

       Na mesma proporção que Sebastian sentia vontade de abraçar Orion e protegê-la contra todas as adversidades da vida, ele também apreciava a ideia de quebrar uma cadeira na cabeça dela às vezes.

          - Você sabe que não desenho pessoas, especialmente aquelas com o ego extremamente elevado. Apenas roupas. - Piscou, largando o papel de lado. - Mas, enfim, o que você quer?
 
        - Sabe, outra pessoa em seu lugar estaria apreciando o privilégio de ficar na minha presença. - Mostrou a língua, observando com desdém Sebastian colocar os braços atrás da cabeça e fuzilá-la com um olhar mortal. - Mas... vim por causa de Alípio. Ele me contou sobre o que aconteceu na estalagem em Aquila, sobre você ter saído correndo, praticamente desesperado, e só ter voltado horas depois. Queria saber o que aconteceu.

        - Não é da sua conta - ele disse, mas sorriu minimamente para ela antes de voltar a atenção para o papel.

        Orion bufou e estalou os dedos, fazendo todos os desenhos sumirem da mesa. O poder dela arrastou a cadeira onde Sebastian estava sentado até ela, e Orion o encarou com uma expressão de teimosia.

          - Se você não quiser contar, tudo bem, vou respeitar seu tempo e sua vontade. Não sou uma fofoqueira enxerida. - Orion fez uma pausa e tombou a cabeça. - O.k, às vezes sim. Mas esse não é o ponto. Foco. Te conheço tanto quanto conheço a mim mesma, Sebastian, e sei quando algo está te deixando triste ou incomodando. Fiquei tão absorta nos meus próprios pensamentos ultimamente que não percebi que você estava enfrentado seus próprios problemas e sinto muito por isso. Mas estou aqui agora e quero ajudá-lo.

          O semblante neutro de Sebastian não mudou, mas ele falou:
 
        - Encontrei a minha minha mãe enquanto estávamos em Solarian. - Percebendo a expressão de pura surpresa não absorvida de Orion, ele continuou: - Nos encontramos por puro acaso. Ela já tem uma nova família, um filho, um marido. Ela disse que não estava pronta para ser mãe, que a vontade de viver foi maior do que a de me amar por completo. Ela disse que foi embora e não se arrepende. Não totalmente, foi o que ela disse. Como se isso amenizasse as coisas.

storm of poison and steel | ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora