VIII. the meeting of darkness

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      ALÍPIO ARCHERON

     Um silêncio esmagador preenchia o cômodo

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     Um silêncio esmagador preenchia o cômodo. Até mesmo Cassian, que roubara uma das bebidas do acervo de Rhysand e agora estava deitado preguiçosamente no sofá, descontava a ansiedade no álcool e não ousava pronunciar uma palavra sequer, mesmo que fosse para amenizar a tensão ou gerar assunto. Azriel, a poucos metros de distância, estava igualmente carrancudo e perdido dentro do redemoinho de sombras que o cercava, tornando-se quase invisível aos olhos alheios.

       - Já faz quanto tempo? - murmurou Alípio, aninhando-se nas almofadas do tapete estampado e bocejando de sono.

      - Dez minutos desde a última vez que você perguntou - bufou Feyre. Ela sempre ficava de mau humor quando estava ansiosa, e suas unhas roídas costumavam ser o alvo no qual ela descontava a aflição gritante.
 
       - Acho que passar alguns minutos na companhia do Bryaxis seria mais suportável do que essa espera interminável - murmurou Mor, fazendo referência à criatura que vivia no poço cavernoso da biblioteca de Velaris. Criatura assustadora que, diga-se de passagem, Feyre e Rhysand tiveram um árduo trabalho para encontrar após a guerra.

      Quando Alípio era criança e fazia algo errado, como fugir de casa ao anoitecer ou quebrar as facas Illyrianas de Azriel acidentalmente,
Rhysand ameaçava levá-lo para conversar com o monstro, mesmo que fosse uma ameaça vazia já que Rhysand era mole demais quando se tratava do filho. Normalmente Alípio sempre ficava amedrontado e Rhysand recebia belos tapas de Feyre por tê-lo deixado naquele estado.

         - Entre as duas opções, eu preferiria passar algumas horas tentando domar nosso pequeno dragão - retrucou Cassian, piscando para Amren que parecia muito interessada em estrangular o guerreiro pela provocação.

      - Não sabia que estávamos falando sobre missões impossíveis, irmão - brincou Rhysand, cujas mãos faziam círculos tranquilizadores nas costas expostas da parceira.

      - Eles já deviam estar de volta, não? - inquiriu Alípio, o cabelo desgrenhado o deixando com uma aparência terrivelmente modorrenta. - Eles partiram há cinco horas.

      - Viagens entre mundos não são simples, Alípio - respondeu Azriel com uma voz contida. - Além disso, o tempo costuma funcionar de modo diferente em outros universos. Não é fácil entender e delimitar esse tipo de coisa. São possibilidades muito vastas.

      - Você já viajou para outro mundo, tio Azriel? - perguntou Alípio, o rosto agora ativo com uma animação exploratória.

      - Não, antes de Helion contar eu nem sequer sabia que existiam passagens para outros mundos espalhadas por aí - deu de ombros com o olhar fixo na porta ornamentada, como se tivesse esperanças que a qualquer momento Eris e Helion fossem simplesmente passar por ela com a irmã de Alípio nos braços. - Já tinha ouvido historias sobre isso, mas nada confirmado.

storm of poison and steel | ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora