ORION SCORPIUS
Chegamos a Andrômeda no período da tarde. Tivemos que pegar um atalho pelos campos de treinamento do exército, e os soldados pareciam honestamente intrigados com a nossa volta repentina, já que não haviam sido alertados sobre a quantidade de dias que ficaríamos afastados por motivos particulares. Só restava um cristal de safira que precisávamos achar, e Atlas achou mais sensato não nos acompanhar até lá, e sim ir direto à fortaleza de Kalel para não levantar suspeitas.Eu estava irritada de uma maneira que eu não me sentia há muito tempo. Certamente eu não era uma pessoa que tinha a paciência como uma das minhas altas qualidades, e eu raramente acionava o meu botão de calma resoluta. Eu tinha perdido metade do meu reino. Perdido para que o rei de Kallivar mantivesse a boca fechada, perdido para evitar minha morte e a dos meus amigos. Um risco tão grande para um plano tão frágil e de pouca credibilidade.
Pulei do veículo e segui para o castelo, Elphys, Sebastian e Alípio no meu encalço, os três parecendo igualmente abalados e cansados. Eu não precisava ler suas mentes para saber que ambos pensávamos na mesma coisa: um banho decente e algumas horas de sono em um colchão que não fosse em cima de um chão de pedras e folhas. Mas o plano ainda não estava completo. Precisávamos do último cristal, mas este não seria de extrema dificuldade como seus antecessores, já que ele estava no alcance do meu controle e dificilmente enfrentariamos adversidades ao tentarmos pegá-lo.
Eu parei subitamente quando Cora surgiu no topo da escadaria. Eu quase poderia estar aliviada em vê-la, não fosse a expressão angustiada em seu rosto. Ela torcia os dedos, como sempre fazia quando estava nervosa e precisava de um pincel para se acalmar. Eu estava prestes a perguntar o motivo de seu nítido desconforto quando o caminho até o castelo foi inesperadamente preenchido por trinta soldados. Todos trajavam armaduras de guerra e possuíam o símbolo do exército de Andrômeda. Lanças e espadas afiadas despontavam de suas mãos firmes e bem treinadas. Pessoas que passavam pelos arredores do castelo, habitantes comuns, funcionários e outros, afundaram em um silêncio absoluto. As máquinas pararam de funcionar.
- O que significa isso? - A minha voz ecoou no espaço silencioso, e apenas o barulho do vento movimentando as copas das árvores me acompanhou.
- Isso é uma intervenção - respondeu um dos soldados, e eu logo o reconheci como o membro da segunda mais alta patente do exército. Um macho de confiança, até agora.
- Orion! - A voz de Delion me despertou, e meus olhos seguiram até meu amigo que corria entre os soldados, ofegante. Ele veio até mim, os olhos verdes brilhando com raiva. - Eu tentei contê-los, fazê-los mudar de ideia, mas eles estão obstinados. Descobri que eles vinham tramando isso há meses sob os panos, esses desgraçados. Eles não vão desistir.
- Não vão desistir do quê? - Minha pergunta soou como um rosnado, mas foi Alípio quem respondeu:
- De tomar a coroa e o trono. - Ele olhou para mim, preocupação brilhando nos olhos azuis. - Eles querem colocar o exército no poder. Querem depor você.
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storm of poison and steel | ACOTAR
Fanfiction{concluída} Orion Scorpius não sabe absolutamente nada sobre a origem de seu poder ou família. A rainha sombria que chegou ao poder por meio de um golpe é temida por todo o território feérico, especialmente por ser portadora de imensurável poder e a...