XVII. a pawn and a leader

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ORION SCORPIUS

      A minha despedida de Feyre e Rhysand fora, no mínimo, afável

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      A minha despedida de Feyre e Rhysand fora, no mínimo, afável. Eu ainda não sabia ao certo como agir e o que dizer, mas eles tomaram essa responsabilidade para si e me afundaram em um abraço livre de restrições e me deram conselhos que, embora eu não tenha requisitado, se assentaram profundamente em minha mente e me seguiram conforme eu e Alípio atravessávamos o portal que conectava a dimensão infinita dos dois mundos. Eu dera um rápido adeus para os demais membros da família, limitando-me a um comportamento plenamente cordial. Alípio, por sua vez, sofreu o mal das paparicações e abraços sufocantes. Felizmente eles não estenderam esse tratamento a mim, provavelmente porque enxergaram minha aversão aquilo.

     Transitar entre a passagem que unia dois mundos fora decididamente penoso, como ser sugado por um furacão de cores e vibrações eletromagnéticas. Eu senti minha pele se desprender dos ossos, a minha alma ser ceifada pela morte e revivida pela energia espamódica. Quando aterrisamos na área plana próxima ao rio e eu nos atravassei instantaneamente para o meu castelo, a primeira coisa que fiz ao chegar à sala foi cair de joelhos, respirando o ar em sorvos asmáticos enquanto me arrastava pelo chão. Alípio não parecia muito melhor. Ele simplesmente desmontou contra a parede, a pele adotando uma cor verde doentia enquanto ele resfolegava.

     - Orion! - O grito de Elphys quase me arrancou do meu estado de torpor, e eu certamente teria pulado nela de tamanha saudade se meu estado mental e físico não tivesse deteriorado tanto.

     Procurei por apoio em um dos sofás, mas cedi novamente antes que pudesse chegar lá. Em um átimo Elphys estava agachada ao meu lado, segurando meu cabelo no punho enquanto eu colocava o café da manhã para fora junto as entranhas.

     - Não vomite nas minhas botas, porra - ela advertiu, mas o toque de sua outra mão no meu ombro era tranquilizadora, o dedo traçando círculos calmantes na pele coberta.

     - Quando acabar aí, seria interessante se explicasse quem é esse garoto caído no nosso tapete - a voz de Shade era descontraída enquanto ele surgia na sala e me colocava de pé, suas mãos firmes ao redor da minha cintura conforme ele me guiava até o sofá. Ele abraçou minha cabeça contra sua cintura enquanto sussurrava:

     - Senti saudades, pequeno morcego. Nunca mais nos assuste desse jeito.

    - Ele é o humano que você vai me dar de aniversário, Orion? - essa voz, mais musical e imaculada, pertencia a Cora, que se agachou ao lado de Alípio enquanto cutucava seu rosto perfeitamente simétrico. Alípio resmungou, ainda aturdido, e deu um tapa de leve para afastar a mão investigadora de Cora. - Achei ele meio rude. Provavelmente precisará de algumas aulas de etiqueta.

      - Ele não é humano, Cora, e pare de cutucá-lo como se ele fosse um maldito saco de feno - censurou Delion, aproximando-se furtivamente e se agachando a minha frente. - Podemos falar sobre o garoto depois. Onde diabos você esteve e qual sua ligação com Atlas?

storm of poison and steel | ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora