{concluída} Orion Scorpius não sabe absolutamente nada sobre a origem de seu poder ou família. A rainha sombria que chegou ao poder por meio de um golpe é temida por todo o território feérico, especialmente por ser portadora de imensurável poder e a...
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O tempo ominoso e dificuldade de locomoção nos deixou em certa desvantagem. Chegamos em Kallivar ao entardecer. Estávamos devidamente protegidos com nossos uniformes práticos e resistentes às substâncias químicas externas, levando em consideração o alto grau de radioatividade no ar daquele reino e a propagação intensa de doenças. Colocando essas adversidades à parte, o desconforto de Sebastian era quase palpável para mim, o que me deixava inquieta e paranóica.
Eu sabia que não estava sendo fácil para ele colocar os pés no reino em que seu pai sofrera tanta desgraça, ainda mais quando grande parte dela fora a mando do rei. Eu tinha plena consciência que Sebastian desejava sedentamente por vingança, mas eu também sabia que isso de pouco aliviaria seu rancor pungente. E por mais que eu não quisesse soar egoísta, qualquer descontrole de Sebastian colocaria nosso plano em risco, e eu não estava disposta a deixar que sua vingança incontrolável colocasse nossas chances sob terra.
O céu de Kallivar era vermelho, como se ali não houvesse dia e noite, e dragões voavam pelas redondezas, sendo eles criaturas tão astutas e perigosas que precisávamos nos esconder longe de sua vista periférica para não corrermos o risco de sofrer algum ataque feroz por parte daqueles predadores naturais. Vulcões adormecidos decoravam o terreno em grande expansão, fazendo-me pensar no estrago que seria causado caso eles fossem despertados. Kallivar era muito similar ao inferno descrito em livros fantasiosos, o que não contribua nem um pouco para minha paz de espírito.
Adentramos a caverna com uma lentidão necessária, temendo que armadilhas estivessem dispostas pelo terreno arenoso. Tivemos sorte que aparentemente nenhum inimigo traiçoeiro estava a nossa espera, o que alavancou nossas probabilidades de sair dali sem quaisquer confusões extremas.
Pela primeira vez, eu estava feliz com a ideia de não me envolver em alguma confusão.
Elphys parou em cima de uma rocha e soltou um suspiro irritado. Fiquei ao seu lado para descobrir o que tinha lhe deixado tão pessimista, e dei de cara com um rio relativamente extenso que bloqueava a nossa chegada até o outro lado da caverna, onde o cristal nos esperava.
- Vamos ter que atravessar - reclamei, visivelmente irritada enquanto encarava aquele obstáculo entre nós.
- Está com medo de um pouco de água? - Alfinetou Alípio, cutucando minhas costelas enquanto passava por mim, o sorriso fraco revelando o quão fisicamente cansado ele estava. - Sempre suspeitei da sua aversão a higiene básica, mas tenho que admitir que seu cheiro não está um dos mais agradáveis. Aproveite o banho grátis.
- Se os seus pais não tivessem lhe achado no canal de esgoto de Velaris, eu quase poderia ter empatia por você. - Bufei, e talvez, só talvez, eu tivesse mirado pisar em seus pés enquanto seguia caminho, e talvez Alípio tivesse desviado rápido o bastante para que eu não os acertasse.
