ORION SCORPIUS
Atravessei os corredores em uma tentativa de não atrair atenção. Desde a guerra de Cetus há três meses, que ganhara o nome da capital do meu reino em uma homenagem por eu ter sido a responsável pela derrota de Kalel, eu não tinha parado um segundo sequer. Reuniões entre os reinos e os representantes das cortes do outro mundo tinham se tornado frequentes, além de projetos ambientais para restauração das terras destruídas no período de calamidade, e inserção de volta à sociedade para aqueles que tiveram suas finanças e bens tomados.
Após a morte do rei de Kallivar pelas mãos de Sebastian, que cedera ao desejo por vingança em seu momento de vulnerabilidade, sua filha, única sucessora Kruh na linhagem do trono, aceitara a responsabilidade de governar o reino e abrir as fronteiras, tornando o território mais acessível. Nahami Kruh era inteligente, mente aberta e infinitamente menos atroz do que o pai. Ela era a segunda fêmea a assumir a coroa desde a criação dos reinos, e eu não podia negar que inflava meu peito saber que muitas fêmeas estavam ganhando cada vez mais espaço sem que fosse preciso uma quase morte ou sacrifício para isso.
Existiam muitos portais entre mundos espalhados pelo universo, e eles certamente poderiam apresentar perigo à ordem natural das coisas se pessoas com intenções ruins soubessem de sua existência. Atualmente, o único portal que eu sabia que existia é o que ligava o meu mundo ao dos meus pais, mas de resto tudo era um grande mistério.
Nós decidimos manter o portal aberto entre os dois mundos, e com a administração correta tudo se desenrolaria de maneira apropriada.
Eris, por sua vez, após sua traição ser descoberta, assinou um contrato que o obrigava a disponibilizar seus soldados para necessidades de outras cortes, limitar sua quantidade de poder bélico e abrir mão de certa porção de terra para investimentos externos, além de uma doação exorbitante de ouro para projetos das cortes vizinhas. Além disso, o macho foi obrigado a sair de seu poder centralizado e dividir o controle com Deniah, uma ex representante da corte Invernal e agora Grã-Senhora da Corte Outonal.
Tudo parecia tão diferente, tão infinitamente repleto de paz. Eu estava radiante, e jamais deixaria de ser grata a cada coisa que eu tive que enfrentar até chegar a esse momento, para que eu pudesse finalmente entender o que paz completa significava.
Não que eu estivesse fugindo das minhas responsabilidades, mas fiquei aliviada quando cheguei ao meu quarto sem qualquer importunação. Eu estava exaustada e gostava de ter um tempo para mim.
Joguei a capa preta em um canto qualquer do quarto e corri até a varanda, curvando meu corpo na balaustrada de mármore, e observei a área perto da floresta, cuja grama brilhava com a luz melíflua do sol, onde Sebastian e Elphys conversavam com um grupo de arquitetos sobre a construção de um enorme monumento em homenagem às vidas perdidas durante a guerra. Sebastian tivera a ideia e eu concordei prontamente. Era, sem sombra de dúvidas, indispensável homenagear aqueles que tiveram suas vidas perdidas de maneira tão honorável, tanto que eu e Shade estávamos trabalhando com muito afinco para dar suporte às famílias dos soldados e civis. O monumento seria construído em cima das cinzas da fortaleza de Kalel, que eu e Atlas destruímos até reduzi-la a poeira após a batalha.
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storm of poison and steel | ACOTAR
Fanfiction{concluída} Orion Scorpius não sabe absolutamente nada sobre a origem de seu poder ou família. A rainha sombria que chegou ao poder por meio de um golpe é temida por todo o território feérico, especialmente por ser portadora de imensurável poder e a...