IV. a message from the cauldron

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  ALÍPIO ARCHERON

      Alípio nunca suspeitara que pudesse ter uma irmã, muito menos uma cuja a identidade era um completo mistério

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      Alípio nunca suspeitara que pudesse ter uma irmã, muito menos uma cuja a identidade era um completo mistério. Ele estava habituado a ser filho único, e quando era criança e perguntava a seus pais se eles podiam presenteá-lo com um irmão, eles sempre lhe respondiam que para os feéricos a gravidez era algo raro e celebrado, e Rhysand fazia questão de ressaltar que se Alípio precisava de alguém para bater ou culpar pelas coisas, podia simplesmente usar Cassian.

     Desde que deixaram a residência de Helion, Alípio passara as últimas horas pensando em sua suposta irmã. Caso ela estivesse realmente viva - como as evidências de Helion apontavam -, eles seriam capazes de encontrá-la? Será que ela tinha uma família adotiva que cuidou dela assim como o Círculo Íntimo de seus pais cuidara de Alípio? Será que a infância dela tinha sido tão privilegiada e divertida quanto a dele? Como seria a personalidade dela? Eram muitas perguntas, porém nenhuma resposta.

         Alípio largou a paleta de cores bruscamente sobre a cama e ignorou a tinta densa que escorreu pelo lençol. O quadro estava ficando horroroso, pelo menos para ele que estava acostumado a pintar coisas tão majestosas. O motivo de sua insatisfação era óbvio: Rhysand e Feyre não lhe dirigiram a palavra desde que eles retornaram a Velaris, e até Cassian parecia absurdamente perturbado. Alípio odiava ficar no escuro e, mesmo que soubesse que aquele era um assunto crítico, ele se sentia no direito de exigir respostas. Alípio deixara de ser um adolescente há anos. Ele era o futuro Grão-Senhor daquela corte e não queria ficar sem saber das coisas, especialmente quando o assunto era sua irmã que, supostamente, sobrevivera a morte e agora morava em um mundo distinto do deles.

         Alípio, disposto a ganhar respostas mesmo que tivesse de barganhar muito para isso, deixou o quarto para trás e rumou em direção à sala.

         - Onde vocês vão? - indagou assim que pôs os pés no cômodo arejado. Rhysand, Azriel e Amren, os quais estavam mergulhados em uma conversa aparentemente sigilosa, desviaram o olhar para encará-lo.

      - Interrogar as sacerdotisas que estavam no templo naquela noite -  respondeu Rhysand, as vestes escuras lhe conferindo um ar sombrio. Ele nem sequer parecia abalado pela possibilidade da filha estar viva. Seu semblante estava tão calmo quanto costumava ficar em situações cotidianas.

         - Ótimo, vou com vocês - deu de ombros, a determinação explícita em cada palavra.

         - Não, você não vai - negou o macho, erguendo o dedo para silenciar Alípio que estava prestes a prorromper em protestos. - E isso não está aberto a discussões.

         Rhysand afastou-se do grupo e sumiu de vista ao atravessar o  corredor. Alípio enviou aos tios um olhar em busca de auxílio, mas ambos apenas deram de ombros como se aquela decisão não estivesse ao seu alcance, e Amren ainda acrescentou um sorriso viperino ao seu gesto.
       
         - Ao inferno que não vou! - exclamou o macho, pisando fundo enquanto seguia para o quarto de seus pais.

storm of poison and steel | ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora