III. dilemmas of the past

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RHYSAND

      Rhysand ficou petrificado no instante em que Helion citou sua filha morta

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Rhysand ficou petrificado no instante em que Helion citou sua filha morta. Essa menção passageira ao passado trouxe memórias dolorosas para o Grão-Senhor, cujas mãos inertes ao lado do corpo pareciam ter perdido completamente a sensibilidade. Sua postura normalmente estável oscilou, e seus olhos violetas com pontos prateados perderam o foco momentaneamente. Reagindo de modo automático, Rhysand levou a mão ao joelho de Feyre, que estava ao seu lado e parecia tão afetada quanto ele. Apesar dos anos de prática, a Grã-Senhora da Corte Noturna não era tão boa em camuflar suas emoções, e naquele momento todos podiam enxergar seu medo, curiosidade e angústia. Rhysand estava sentindo o mesmo, embora não deixasse tão aparente.

- O que você está insinuando, Helion? - a voz rouca e profunda de Rhysand pareceu despertar todos de seu transe.

Alípio estava nitidamente desconfortável, alternando o olhar incrédulo entre os pais e Helion. Rhysand compreendida sua confusão, afinal eles nunca lhe contaram a respeito da irmã que ele tivera. A irmã que não resistira ao parto, cuja morte causara uma ferida incurável no coração de Feyre e Rhysand. E, embora eles raramente citassem o acontecido, Rhysand via a dor nos olhos da parceira sempre que o aniversário da menina chegava. O dia que eles comemorariam juntos se ela estivesse viva.

Rhysand se lembrava calorosamente do Solstício de Inverno anos atrás, meses após eles terem derrotado Hybern. Ele se lembrava da conversa que tivera com Feyre a respeito de ter um filho, a imagem que ela mostrara em sua cabeça. Aquilo seria um presente para ambos, e Rhysand se recordava vividamente da alegria que inundou seu corpo diante da possibilidade de ter um filho com a fêmea que ele mais amava no mundo. A oportunidade de ser um pai melhor do aquele que ele tivera. Então, após cinco anos de tentativas falhas porém nenhuma desistência, Feyre engravidou. Rhysand chorou de felicidade enquanto tomava sua parceira nos braços.

Então, chegou o dia do parto. A criança aparentemente suportava uma carga de poder exorbitante, uma herança genética de Rhysand e Feyre. Ela era só um bebê, não tinha capacidade física para suportar tamanho poder e energia. Quando conseguiram tirá-la do corpo de Feyre, que já estava lívida de dor, a bebê não respirava. Rhysand a pegou em seus braços, e ao mesmo tempo que aquela pequena criatura era a coisa mais bela que ele já tinha visto, olhar para ela também era um tortura. Sua primeira filha, morta.

Rhysand não se lembrava detalhadamente dos acontecimentos seguintes. Ele se recordava fracamente de ter caído de joelhos no chão, os gritos de tristeza de Feyre machucando seus ouvidos. Alguém tomou o bebê falecido de seus braços e ele rastejou até a trêmula Feyre, abraçando-a enquanto ela se debatia e tentava alcançar o bebê, o qual Cassian fizera o favor de levar para fora, seus olhos marejados encontrando os de Rhysand uma última vez.

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