XIX. beautiful as a fallen angel

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ORION SCORPIUS

     Mantive meu semblante impassível conforme Sage adentrava o cômodo, sua atenção atenta aos pormenores enquanto seu olhar flutuava pelo ambiente austero e que estaria vazio se não fosse por minha presença suspeita

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     Mantive meu semblante impassível conforme Sage adentrava o cômodo, sua atenção atenta aos pormenores enquanto seu olhar flutuava pelo ambiente austero e que estaria vazio se não fosse por minha presença suspeita. Minhas mãos deslizavam dentro das luvas pretas de cetim, ensopadas de suor, mas minha habilidade exímia de controlar o nervosismo já estava tão enraizada dentro de mim que eu podia muito bem estar dormindo a frente de Sage tamanho era o descaso que eu aparentava estar sentindo.

       - Então, o que você está fazendo aqui? - repetiu a pergunta com a voz melíflua, mas que continha um tom ligeiramente acusatório.

       - Estava procurando seu pai - respondi na mesma hora, tão tranquilamente que ninguém jamais acharia que eu estava mentindo. - Eu gostaria de conversar com ele sobre um assunto urgente, mas aparentemente cheguei tarde demais e ele já saiu para a passeata anual.

        Em meu desespero interno, preocupada com o que Sage contaria ao pai, me agarrei àquela corda uniforme e raramente visível que vinha me guiando nos últimos tempos, e pude sentir Atlas tremeluzindo do outro lado, sua consciência próxima da minha.

        Encontrei o livro, mas ele está aqui, como se nossa situação não pudesse ficar melhor. Preciso que você venha aqui. Agora.

        Mandei a mensagem através daquela ligação tênue, desejando arduamente que ele atendesse ao pedido, que ele fosse capaz de me ouvir e vir persuadir seu irmão a manter a boca fechada.

         - O que foi, príncipe Sage? - perguntei, avaliando minhas próprias unhas vermelhas e longas com um desinteressante enervante. - Por que está me olhando como uma cobra curiosa, levantando a cabeça para encarar a presa? Sou uma aliada do seu pai, por que diabos apresentaria uma ameaça a você?

        - Porque cheguei apenas há alguns dias de Kallivar, mas já fiquei sabendo do seu deslize com as jóias de Encantor - explicou rapidamente, gesticulando com as mãos magras e longas enquanto o fazia. Ele era tão diferente de Atlas e Kalel, ele parecia tão absurdamente frágil. Agora eu entendia porque Atlas tinha tanto o instinto de protegê-lo. Sage parecia apenas um garoto, cegado demais para ver o óbvio, e doce, mas que tentava ser algo que não era. - Para alguém tão próxima de meu pai e membro ativa do Dia da Glória, como você poderia não saber que ele já tinha partido na passeata?

      Revirei os olhos, uma risada vazando entre meus lábios como água corrente. As costas de Sage se retesaram automaticamente.

       - Veja, não quero ser rude com você, príncipe. Eu odiaria que nossa relação começasse com o pé esquerdo - falei, minha voz quase abafada por um bater de asas fantasmagóricas que soou atrás da janela fechada, um trio de pássaros pretos voando e piando em direção a lua. - Sou uma fêmea crescida, como você pode ver. Quaisquer que sejam meus problemas eles serão resolvidos diretamente com Kalel, não com o filho dele. Você pode achar que estamos no mesmo patamar, mas está terrivelmente enganado. Lutei em batalhas e arranquei cabeças quando você era apenas um bebê. Não devo satisfações a ninguém além de Kalel.

storm of poison and steel | ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora