Segunda Chance

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— Sana por favor me ouve, eu sou seu irmão. – Ao ouvir isso a japonesa realmente se surpreendeu, ela sempre foi filha única e nunca nem soube do nascimento de outro Minatozaki.

Sua surpresa foi tanta que ela nem sabia o que dizer naquele momento, Momo foi a primeira a reparar isso e então só a envolveu em um abraço apertado.

— Está tudo bem meu amor. – Momo afirmou em um tom que só Sana conseguia ouvir

— Podemos conversar Sana? – Ele perguntou, sem entender muito por que ela estava reagindo assim a sua afirmação.

— Se você quiser poder ouvir o que ele tem para falar, eu vou estar lá com você meu bem. – Momo falou ainda abraçada a esposa e tentando acalmá-la.

— Podemos. – Sana falou tentando parecer firme no seu tom de voz e segurando a mãe da japonesa mais velha.

— Vamos conversar no café do hotel. – Ele falou vendo a sua irmã confirma com a cabeça e então todos foram para lá. – Acho melhor me apresentar primeiro, eu sou o Minatozaki Shion. – Ele disse agora com o grupo já sentado em uma das mesas do lugar.

— E o que você quer tanto falar comigo? – Sana perguntou sendo direta em um tom sério, mas sem soltar a mão da sua esposa por debaixo da mesa.

— A algumas coisas que eu tenho que falar com você, Sana. – Shion respondeu demostrando estar um pouco nervoso no momento. – A primeira coisa que tenho a te explicar e sobre mim mesmo, eu nasci um ano depois de você ir estudar na Coreia, segundo a okaasan foi o otoosan que pediu para eles derem mais um filho. – Sana se sentiu nervosa ao lembra do pai, ele com o tempo basicamente virou uma memória trancada a sete chaves no seu subi consciente que ela prefere nunca destrancar.

— É estranho saber que tenho um irmão dezesseis anos mais novo que eu, ainda mais vinte e quatro anos depois dele ter nascido. – Sana confessou sentindo carrinho da sua esposa em sua mão como uma forma de confortá-la.

— Entendo, também foi estranho quando eu soube sobre você a dois anos atrás. – Shion falou suspirando em busca das palavras certas para o que teria que dizer. – Não sei como você vai reagir a isso, mas a dois anos atrás o otoosan faleceu devido a um enfarto fulminante. – Ele disse visivelmente emocionado em falar sobre isso.

Sana sinceramente não sabia como reagir a essa notícia, parte de si se sentia aliviada, em saber que o seu maior meda nunca aconteceria, porém, outra parte se sentia mau em saber que não pode se desculpar com ele.

Momo então percebeu a lágrima solitária que escorreu pelo rosto da esposa, em um ato quase involuntário ela deu um beijo rápido na bochecha dela.

— Está tudo bem Sana? – Shion perguntou levemente preocupado com a irmã mais velha.

— Sabe até os meus treze anos ele era um bom pai, ele sempre comprava o meu sorvete favorito, me levava para passear e até me ajudava quando eu queria fazer algo que normalmente a Kime não deixava, dessa versão dele sinceramente estou com saudade, mas no homem que ele virou depois que me assumi como lesbica eu não gosto nem de lembrar. – Sana disse olhando fixamente para a mesa de madeira a sua frente.

— Isso é normal meu amor. Guarde só as boas lembranças que tem com ele. – Momo falou apertando um pouco mais a mão da esposa e tentando passar um conforto para ela.

— Posso continuar? – Shion perguntou vendo a sua irmã confirmar que sim com a cabeça. – Alguns meses depois que isso aconteceu a okaasan me contou sobre você e em como ela está arrependida de ter brigado com você. Desde então a gente anda tentando de encontrar e o destino fez isso ao fazer você se hospedar no mesmo hotel que eu trabalho e ainda nos encontrarmos naquele shopping. – Ele explicou tentando passar a veracidade das suas palavras a elas. – Ela nitidamente sofreu com o que você disse ontem. Sinceramente só peço que ouça o que a okaasan tem a dizer a você. – Ela disse mantendo o tom.

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