Capítulo 40 - O final (parte 2)

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Any Gabrielly

Meu cérebro implorava para que meus pés agissem. E com muito esforço, passei a recuar. Meu estômago congelou ao ver o garoto. Ele parecia muito bem para quem rolou de uma escada a algumas horas. Acelerei meus passos e quando lhe dei as costas para começar a correr consegui ver seu vulto saindo do carro. Adentrei os arbustos e tentei correr o máximo que conseguia floresta a dentro. Uma mão fria agarrou meu braço direito com certa força, me puxando para trás e então entrelaçando um de seus braços em minha cintura, me agarrando de maneira firme e então, me arrastando para a estrada novamente. Tentei escapar, me debatendo.

ㅡ Para de se mexer! ㅡ Josh disse, um tanto irritado.

Logo, um pano foi colocado em frente ao meu nariz, o cheiro de clorofórmio invadiu minhas narinas. O cheiro me lembrou ao dia em que Josh me sequestrou.

Aos poucos, minhas pálpebras foram pesando e meu corpo desistia de lutar. De repente, tudo escureceu.

Meus olhos se incomodavam com uma luz que vinha de algum lugar que eu não sabia qual era já que ainda não havia aberto. Quando abri meus olhos e encarei o teto sujo repleto de teia de aranha fui capaz de reconhecer o local sem nem mesmo olhar ao redor. O desespero tomou minha cabeça, meu corpo, fui afogada por um mar de desespero. Me coloquei sentada rapidamente. Eu estava no porão novamente, e a luz que me incomodava vinha de uma pequena fresta entre as madeiras pregadas na pequena janela que havia ali. Eu estava sozinha naquela prisão novamente.

Apertei meus olhos, tentando lembrar do que havia acontecido, e alguns flashes vieram em mente. Nesse momento eu me odiava mais que qualquer coisa. Como eu havia o deixado me capturar novamente? O que me impressiona é ele não ter me matado, ainda.

Levantei daquela cama, tocando o chão gelado com meus pés machucados. Meus pés ardiam como se houvesse espinhos no chão. Andei vagarosamente até me acostumar com a dor até as escadas, subi degrau por degrau até a porta, e tentei a abrir, girando a maçaneta, mas não abriu. Girei a maçaneta várias outras vezes, mas a porta estava trancada. Dei alguns murros na porta.

ㅡ Abre essa merda! Me tira daqui! ㅡ Gritei, repetindo a frase várias outras vezes, mas nem sinal do Josh.

Quando cansei de socar a porta, suspirei, voltando a descer as escadas, andei até a cama e ali me sentei, apoiando meus cotovelos nos joelhos e meu rosto em minhas mãos.

Passei longos e torturantes minutos daquele jeito, pensando em formas de fugir novamente, em como eu iria morrer ou até mesmo em um milagre em que o Josh resolve me perdoar e acabo vivendo o resto da minha vida nesse lugar. Para mim, a última alternativa era a pior. Bufei, frustrada com toda aquela situação.

Acabei me iludindo várias vezes ao pensar que finalmente sairia dali, e não daria tempo para que me encontrassem enquanto estivessem investigando o desaparecimento de Noah, já que levaria mais algum tempo e talvez eu já não tivesse mais todo esse tempo.

Meu coração parecia quase saltar da boca, meus dedos tremiam e eu estava tão assustada, eu costumava a esconder esse sentimento de mim mesma quase sempre, mas dessa vez eu não poderia negar que estava sentindo medo.

Eu já não sabia mais o que era certo ou errado, estava exausta, queria que tudo acabasse, apenas.

Levantei um pouco minha blusa e em minha cintura, onde já haviam diversos machucados, cravei as unhas, sentindo a ardência no local. Mordi meu lábio inferior na intenção de abafar meus gemidos de dor, enquanto algumas lágrimas rolaram.

Joguei minha cabeça para trás, encarando o teto, enquanto deixava as lágrimas cair. Chorar iria tirar um pouco do peso que eu sentia em minhas costas.

Red JacketOnde histórias criam vida. Descubra agora