Capítulo 14.

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Any Gabrielly

Meus olhos se incomodavam com uma claridade que vinha de algum lugar, mas eu não sabia se aquela claridade vinha do paraíso ou eu ainda estava viva, não sabia nem se tinha coragem para descobrir.

Minutos de reflexão, decidi finalmente abrir meus olhos, e sim, eu estava viva. Estava novamente trancada naquele porão escuro e sujo.

Me sentei na cama e senti algo me segurar, as correntes. Chequei todo meu corpo para ver se ele não havia me machucado, encontrei apenas hematomas em meus braços causados por seus dedos na hora em que me segurou e m derrubou no chão.

Minha cabeça estava explodindo, e meu corpo também doía um pouco. Paro por alguns segundos apenas para lembrar de tudo o que aconteceu na noite passada, e acabo me arrependendo do que fiz. Agora não poderei mais ter alguns minutos de liberdade como tive ontem. Mas se eu nunca tentar, jamais conseguirei sair desse lugar que eu nem sequer sei onde é.

Suspirei, desapontada comigo mesma por ter sido tão idiota a ponto de não ter cravado aquela faca no pescoço dele. Eu estaria me tornando alguém como ele se fizesse isso, mas se pra sair daqui eu tivesse que fazer isso, talvez valesse a pena.

A casa permanecia silenciosa e isso me assustava. Não sei se era cedo ou não, não sabia nem as horas. O que está acontecendo comigo? Por que eu? pensei. Eu só quero ir embora e poder ver novamente meus amigos. Eles ainda lembram de mim? Alguém ainda lembra de mim?

Voltei a me deitar, pois ainda sentia algumas dores e de qualquer forma estava entediante. Fiquei assim durante minutos, ou horas.

Olhando para o teto permaneci, até que ouvi o barulho da porta se abrindo e passos pesados vindo da escada. Me sentei imediatamente, vendo então, Josh vindo em minha direção. O garoto pegou o banquinho que costumava ficar em um canto do porão e colocou ao lado da cama, próximo a mim. Ele se sentou e, em silêncio, me encarou por longos segundos. Meu olhar estava focado na escada, por medo talvez, de lhe encarar. Algumas vezes lhe espiei de canto. Minhas mãos estavam suando frio, meu corpo estava rígido, era tudo o que Josh causava em mim, medo, apenas medo. Como pude achar que ele era uma pessoa boa? É claro, com esse rosto angelical, quem não acharia? Não importa, eu fui uma idiota!

一 No que tanto pensa, querida?

Senti meu estômago embrulhar e uma vontade imensa de socar ele. Ainda me arrependo de ter esfaqueado sua mão, acho que foi pouco.

一 Não te interessa!

Lhe encarei por poucos segundos, mas já foram muito e necessitei desviar meu olhar.

一 Calminha - disse em um tom divertido, calmo. 一 Você tentou me esfaquear ontem, deveria ao menos estar temendo por sua vida e medindo suas palavras comigo.

Ri, tentando demonstrar sarcasmo. Mesmo assim, logo ele perceberia meu medo escondido por trás de um sorriso.

一 Se eu me preocupasse tanto em estar viva eu não teria tentado fugir ontem. - Devolvi de forma afiada seu comentário.

一 Você tentou fugir para poder viver.

Seu sorriso me deixava enojada.

E tudo bem, talvez eu não soubesse o que responder, pois o que ele disse era verdade.

O silêncio estava dominando o local, até ser quebrado pelo garoto.

一 Vamos lá! Você deveria estar animada. Como sou uma pessoa bondosa, resolvi te dar mais uma chance de viver.

Franzi minha testa, incrédula com o que escutei.

一 Afinal, por que estou aqui? Por que eu?

Dessa vez tive coragem de lhe encarar. Meu olhar implorava por uma resposta. Era o que eu precisava neste momento, além de sair dali.

一 Na hora certa você saberá, querida. 一 Aproximou seu rosto do meu. 一 Eu prometo 一 sussurrou em meu ouvido.

Senti um frio na espinha e todos os poros de meu corpo se arrepiarem.

一 Por enquanto, você terá que esperar aqui, quietinha.

Ele sorriu, tocando a ponta do meu nariz com o indicador, como se eu fosse uma criança.

一 E eu, agora terei que subir e responder seus amigos, eles estão mandando várias mensagens em seu celular para saber como você está. Aquela sua amiga, a Sabina, certo? -Concordei com a cabeça. 一 Ela disse que está com saudades e não vê a hora de você voltar.

Ele riu, acho que pelo fato de que por ele eu não iria mais voltar.

Senti meu peito se apertar, e mesmo que tentasse, não consegui impedir as lágrimas que correram minha bochecha.

一 Eu te odeio!

Berrei.

Ele gargalhou alto enquanto subia as escadas, se divertindo com a situação.

O que acharam desse capítulo? O que acham que está por vir? Me contem tudo no grupo da fanfic, o link esta na minha bio.

Red JacketOnde histórias criam vida. Descubra agora