Capítulo 12.

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Any Gabrielly

Três dias. Três dias trancada ali. Três dias sem saber onde estou. Três dias longe de casa. Três dias com medo de morrer. Os três piores dias da minha vida e eu não tinha ideia de como sair daquele lugar, até porque eu não sabia em que lugar eu estava. Pelos barulhos de pássaros e árvores, sinto que estou em um lugar afastado da cidade, o que me preocupa mais ainda.

Abraçada em minhas pernas, a única maneira que eu encontrei para me esquentar, observava o canto escuro do quarto, onde nada podia se enxergar. Lembro-me de que quando pequena eu morria de medo do escuro, agora, nesse lugar onde estou sendo mantida presa por um desconhecido, confesso que o escuro não me assusta mais tanto como Josh me assusta. Não tenho mais medo da escuridão como tenho medo dos dias que virão e do que irei enfrentar.

Eu não sei que horas são, mas sei que é tarde o suficiente para Josh estar na cama, pois não ouço barulho algum. Até agora.

Alguns resmungos vieram do andar de cima, resmungos que aumentavam até estar em um tom alto.

ㅡ Não! ㅡ Gritou, desesperado. Me assustei.

Acabei fazendo movimentos bruscos ao ouvir o grito de Josh, e as correntes deslizaram pela cabeceira de ferro da cama, causando um barulho alto. Me xinguei baixinho pelo barulho que havia feito.

Passos fizeram uma trilha até a porta do porão. Eu o acordei. Ele abriu a porta e desceu as escadas com cuidado, parado no fim da escada me observou por alguns segundos.

ㅡ Ainda acordada?

Perguntou, marchando em minha direção.

ㅡ Não consigo dormir ㅡ respondi.

ㅡ É, eu também não.

Colocou as mãos na cintura, parado nos pés da cama enquanto me encarava.

ㅡ Vou fazer um chá, quer também?

Ele estava estranho, talvez mais pacífico e sincero, sem ironias.

Balancei a cabeça de forma positiva, respondendo sua pergunta. Ele fez o mesmo e deu as costas, subindo as escadas e saindo dali, mas deixou a porta aberta. Do que adiantava se eu ainda estava presa naquelas correntes. Poderia ser uma forma de mostrar que estávamos em trégua, e era evidente que ele achava que eu já estava me acostumando com aquilo, mas eu não estava. Só que se para ter mais liberdade ele teria que achar que estou acostumada com esse lugar e que quero ficar, eu estava disposta a convence-lo disso.

Não demorou até ele voltar com duas xícaras de porcelana branca em mãos. Me entregou uma e ficou com a outra. Josh se sentou no banco que costumava deixar próximo à cama. Ele ficou de frente para mim.

ㅡ É do que?

Me referi ao chá.

ㅡ Fiz uma mistura com vários chás que encontrei, mas tem camomila, hortelã, e o resto eu não sei ㅡ deu de ombros.

Assenti com a cabeça. Tentei esfriar um pouco do chá e então bebi, não estava nada mal, pelo menos consegui me manter aquecida. Ele percebeu o recado assim que viu meu corpo encolhido. Ele levantou, largando a xícara ao lado de minha cama.

ㅡ Já volto.

Saiu novamente do cômodo, voltando alguns segundos depois, segurando um cobertor.

ㅡ Aqui está.

Ele estendeu o cobertor na cama, cobrindo meu corpo.

ㅡ Obrigado ㅡ eu disse em um tom baixo.

Assentiu com a cabeça, pegando sua xícara. Ele permaneceu em pé, fazendo menção de sair.

ㅡ Espera ㅡ ele recuou. ㅡ Por quê eu estou aqui?

Meu olhar implorava por uma resposta, eu precisava saber.

ㅡ Teremos tempo para conversar, agora descanse, querida.

Ele estava de volta com aquela palavra extremamente irritante, mas dessa vez deu sorriso não carregava nada de ironia.

Fiquei em silêncio, e ele saiu.






Como eu disse no grupo do Whatsapp, esse será o último capítulo pequeno, os próximos serão maiores. É importante que entrem no grupo pois lá tem informações extras sobre a fanfic.

Enfim, não esqueçam de votar, comentar bastante e compartilhar com os amigos.

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