Capítulo 4.

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Any Gabrielly

Passei o dia todo em frente ao meu notebook, fazendo e entregando currículos por email. Seria difícil achar um bom emprego sendo que tranquei a faculdade de Jornalismo. Tranquei no segundo semestre pois não tinha dinheiro para continuar pagando, havia acabado de perder o emprego em uma livraria em que eu trabalhava. Penso em futuramente tentar uma bolsa, não quero desistir do meu futuro.

Sentada no sofá da sala, enrolada em um cobertor e segurando uma xícara de chá, era exatamente assim que eu estava enquanto assistia um novo episódio de Dickinson.

Minha paz foi interrompida por um estrondo alto que veio do andar de cima. Larguei minha xícara imediatamente na mesinha de centro e então levantei, juntando a pouca coragem que eu tinha e subi as escadas, dando passos lentos. Minhas pernas tremiam e novamente eu estava morrendo de medo.

Ao chegar no quarto, meus dedos tocaram o interruptor e com medo do que estaria por trás da escuridão, acendi a luz. Um vazio. Tudo estava normal por ali, apenas a janela de meu quarto estava aberta. Devo ter a esquecido assim e por isso o vento derrubou algo. Me tranquilizei, relxando meus ombros que estavam rígidos por conta do medo. Dei passos rápidos até a janela e a fechei.

O som da campainha ecoou por todos os cômodos da casa. Isso só reforçou que preciso tirar essa campainha, vale muito mais bater na porta do que eu acabar ficando surda.

Desci rapidamente as escadas, parando em frente a porta e então olhando para meus trajes, percebendo que não estou o mais adequada possível para receber visita, afinal estou vestindo apenas uma camiseta enorme que ganhei de Noah e um shorts. E quem disse que é visita? Poderia ser apenas um vizinho precisando de um pouco de açúcar. Pois bem, o meu está acabando então eu também preciso.

Segurei na massaneta gelada e suspirei fundo, como se quem estivesse atrás da porta fosse o presidente dos Estados Unidos, se bem que ele não vale muita coisa.

Desviei meus pensamentos balançando a cabeça e então girei a maçaneta, abrindo a porta. Noah estava em frente a porta, segurando uma caixa de pizza. Seu olhar foi até a camiseta que eu usava e então deixou um sorrisinho de lado escapar de seus lábios.

ㅡ Olá ㅡ disse com seu tom animado de sempre.

Noah entrou rapidamente, sem ser convidado. Largou a pizza na mesinha de centro e se jogou sobre o sofá. Folgado.

Fechei a porta e voltei para o sofá, negando com a cabeça, sorrindo.

ㅡ Posso saber a que devo essa excelentíssima visita?

Fui irônica.

ㅡ Um amigo muito querido resolveu lhe trazer pizza ㅡ sorriu de um jeito adorável, arrancando um pequeno riso de mim.

ㅡ Já disse o quanto eu te amo?

O garoto assentiu com a cabeça, ainda sorrindo.

ㅡ Mas pode dizer novamente, adoro ouvir.

ㅡ Eu te amo.

ㅡ Eu também te amo, Any.

Senti seus lábios tocarem minha bochecha e então se afastarem rapidamente.

Me curei até a caixa de pizza e então a abri, pegando um pedaço e dando uma mordida um tanto generosa, saboreando a pizza de mussarela que meu amigo trouxe.

ㅡ O que está assistindo? ㅡ Perguntou.

ㅡ Dickinson ㅡ respondi assim que terminei de mastigar meu pedaço.

ㅡ Parece legal.

Deu de ombros, também saboreando um pedaço da pizza.

Assistimos pelo menos uns três episódios de Dickinson, então decidi que já estava na hora de Noah ir para sua casa, pois eu já estava ficando com sono.

Nos levantamos e então acompanhei o garoto até a porta. Abri, dando espaço para que Noah passasse, e assim o fez.

ㅡ Até mais ㅡ disse, com um pequeno sorriso e as mãos nos bolsos de sua calsa jeans.

ㅡ Até mais ㅡ correspondi seu sorriso.

Quando pensei em fechar a porta, o garoto rapidamente se aproximou, colando nossos lábios. Milhares de coisas passaram por minha cabeça, inclusive a Sabina. Imediatamente me afastei, com minhas mãos em seu peito lhe afastando de mim.

ㅡ O que pensa que está fazendo? ㅡ Perguntei, com os olhos arregalados e um tanto apavorada com o que havia acontecido.

ㅡ Me desculpa ㅡ se pronunciou, com um olhar arrependido, e ao mesmo tempo envergonhado.

Sei que está envergonhado pois não conseguia fixar seu olhar em algo, estava desviando para vários lugares, menos para meu rosto, um sinal de que estava nervoso. Seu rubor também lhe entregou.

ㅡ Noah, acho melhor ir embora ㅡ falei de maneira firme e séria, talvez firme até demais.

O garoto apenas concordou com a cabeça e deu as costas para mim, indo embora.

Fechei a porta, bufando. Não acreditei no que acabou de acontecer. Diversas coisas se passavam pela minha cabeça no momento. Para me distrair, fui guardar a caixa de pizza e arrumar a sala que estava um pouco desarrumada.

Com o serviço concluído, fui até meu quarto e em minha cama me deitei. E assim fiquei, deitada olhando para o teto por vários minutos. Apenas pensando.

Como Noah pode fazer isso? E Sabina? Ele a beijou não faz muito. Sem falar que ela é afim dele a anos, e é minha melhor amiga!

Enquanto pensava, a sensação de estar sendo vigiada voltou. Olhei para a janela, mas nada. A única coisa que me vigiava era a lua, apenas.

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Red JacketOnde histórias criam vida. Descubra agora