Capítulo 7.

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Any Gabrielly

Durante todo o trajeto até a casa de Sabina fiquei pensando sobre a Rosa Vermelha que estava em minha porta. Quem teria a deixado lá? Será que foi Noah? Tenho quase certeza que em um gesto de bondade possa ter sido ele, mas de qualquer jeito eu não gostei. Sabina não havia entendido a situação, mesmo que tenha dito que sim, eu conheço muito bem minha amiga para saber que ela não se sentia bem com aquilo. Não era justo Noah partir pra cima justo agora, eu nem sei se sinto algo por ele. Não sei se sinto algo por alguém, nunca foquei nisso.

Ao chegar na casa de Sabina, andei em direção aos meus amigos que estavam na entrada da casa, rindo e bebendo.

ㅡ Olá ㅡ sorri gentilmente.

Cumprimentei todos com um rápido abraço.

ㅡ Aí está você! ㅡ a morena veio em minha direção, segurando dois copos de plástico, um em cada uma de suas mãos. ㅡ Pensei que não viria.

ㅡ Oi, Sabi ㅡ sorri.

ㅡ Aqui está ㅡ entregou um dos copos para mim.

ㅡ Como você está?

ㅡ Estou bem, e você?

Ela não estava bem. Estava apenas disfarçando.

ㅡ Estou bem. Você viu o Noah?

Quando me dei conta do que havia dito, quis morrer. Eu queria saber dele para conversar apenas sobre a rosa, mas perguntei pra pessoa errada.

ㅡ Eu não sei, acho que ele ainda não chegou.

Seu rosto entregava a mágoa que ela queria esconder, mas seu disfarce era o sorriso que carregava sempre junto à ela. Na verdade, todos disfarçam suas dores com um sorriso, alguns são convincentes, outros fazem seu melhor.

Passei mais alguns minutos ali com ela e com outros amigos nossos, mas percebi que aos poucos ela ia se afastando e me evitando. O clima estava pesando e eu não estava me sentindo bem, acredito que ela também não. Por isso, me afastei de todos, indo até o lado de fora da casa, no quintal. Me sentei em uma pequena mureta e observei todos.

Alguns minutos se passaram e eu ainda estava ali, sentada, sozinha e vendo várias pessoas bêbadas se agarrando ou ingerindo diversos tipos de bebidas. Mas de uma coisa eu tenho certeza, seus fígados devem estar gritando por socorro.

Me cansei de fiar observando a todos, então como não vi Noah por ali, lhe mandei uma mensagem.

"Hey, você está em casa? Por que não veio à festa?" Enviei. Alguns instantes depois ele respondeu. "Olá, estou. Achei melhor não ir."

Franzi o cenho. Noah nunca diz "Olá" ou coloca algum ponto no fim de uma frase, ele prefere ser o mais prático possível. Dei de ombros, não achei que deveria me preocupar com algo tão insignificante.

"Precisamos conversar. Estou indo aí" Enviei uma última mensagem e então desliguei a tela do meu celular.

Levantei da mureta e sem me despedir de ninguém fui embora.

Demorou menos de vinte minutos até que eu chegasse em frente a casa de Noah. Percebi que a luz da sala estava ligada pela claridade que atravessava sua janela. Andei com passos rápidos até os dois degraus que davam acesso a varanda em frente a sua casa. Subi aqueles dois degraus e encarei a porta por alguns segundos. Toquei a campainha.

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