Capítulo 34

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Any Gabrielly

Depois de Josh chegar, passei o resto do dia no porão, temendo a cada segundo que ele tivesse descoberto que mexi em suas coisas e encontrei a chave. Não almocei e não fiz nenhuma refeição desde o café da manhã, mas poderia aguentar mais um pouco, passei um dia todo sem comer quando cheguei aqui, algumas horas não seriam nada. Do jeito que sou, se Josh me fizesse qualquer pergunta aleatória eu acabaria me entregando, se bem que ele não troca mais nenhuma palavra comigo, e eu ainda não entendi o motivo. Estávamos tão bem, e do nada tudo muda.

Por que eu me importo com isso? É errado, eu não deveria me importar com um psicopata, mas é inevitável, quanto mais ele me machuca, mais eu quero estar perto. É tão estranho, pois eu sei o que ele fez, e no momento estou me achando tão errada quanto ele, pois estou me aproximando de alguém que faz mal para outras pessoas. Mas se eu o confrontasse, iria morrer. Eu sei que isso poderia me libertar, mas eu não queria ser morta por suas mãos, não iria admitir isso.

Suspirei pesado.

O quão errada eu era nessa história?

Bufei, irritada com meus pensamentos. Pensar, pensar e pensar, era tudo o que eu fazia ultimamente, nunca imaginei que pensar tanto iria me deixar maluca. Se eu ainda não estava, ficaria maluca.

Já era noite, por conta sã escuridão que se alojou no cubículo escuro e sujo onde eu dormia. Liguei o abajur ao lado de minha cama, o abajur que Josh me deu, junto com o cobertor que agora eu me esquento. Lembro de ter sido um de seus primeiros atos solidários e carinhosos comigo, foi aí que nossa relação passou a mudar e eu fui desistindo aos poucos de lutar.

Minhas pálpebras começaram a pesar, anunciando que o sono estava chegando, devagar, com cuidado, assim como Josh foi chegando, até finalmente dar o bote como uma cobra.

Meus olhos se abriram lentamente, incomodados com a forte luz que batia em meu rosto. A luz ficou cada vez mais fraca, e no lugar dela agora estava Noah. Não consegui conter um enorme sorriso, contente por vê-lo. Levantei do gramado, só então me dei conta que novamente estava ali, naquele enorme gramado dos meus sonhos, encontrando novamente Noah. Caminhei em sua direção, com certa pressa, não queria perde-lo de novo.

Assim que me aproximei, abracei o garoto dos fios castanhos fortemente, enterrando meu rosto em seu peito, podendo sentir seu típico perfume masculino, um dos melhores que eu já havia sentido. Uma de suas mãos se depositou em minhas costas e a outra em minha cabeça.

Não me deixa, por favor implorei baixinho.

Eu nunca te deixei, estou e sempre estarei com você.

Levantei meu rosto para enxergar melhor suas expressões, e agora ele possuía um sorriso suave nos lábios.

Eu não consigo sem você aqui.

Meus olhos estavam marejados, já pavê e Noah estavam secos, tranquilos.

Eu já disse, estou sempre com você.

Noah tocou com a mão meu peito, apontando para o meu coração. O abracei fortemente novamente, deixando que as lágrimas rolassem.

Você não pode desistir, precisa lutar.

Lhe encarei, com o rosto inchado pelo choro.

Eu nunca desisti, nunca. E nunca irei desistir, por você, Noah.

O garoto beijou o topo de minha cabeça e começou a se afastar.

Agora vá! Ele está vindo.

Franzi o cenho, confusa.

Ele quem?

O monstro.

Ele estava se referindo a Josh. Pensei em correr, mas não poderia lhe deixar ali.

Fuja, Any! Vá!

Noah gritou.

Me afastei aos poucos, sentindo as lágrimas rolar novamente.

Vem comigo, por favor.

Eu não posso.

Por quê?

Um braço passou por seus ombros, com o punho que segurava uma adaga cortando a garganta de Noah. O garoto se engasgava em seu próprio sangue enquanto implorava por ajuda apenas com o olhar. Eu tentava gritar, mas a voz não saía.

Quando Josh caiu sobre a grama verde, que por causa do seu sangue se tornou vermelha, Josh se encontrava em pé atrás do corpo, com suas mãos ensaguentadas, segurando a adaga. a jaqueta vermelha possuia alguns respingos mais escuros de sangue. Um sorriso maligno brotou nos lábios de Josh.

Olá, querida.

Proferiu, fazendo agora com que minha voz saísse e eu gritasse o mais alto que conseguia.

Despertei daquele pesadelo horrível com meus próprios gritos. Quando abri os olhos, Josh estava em minha frente, arrancando mais um grito meu. O garoto me encarava, parecendo preocupado. Olhei para meu corpo, percebendo que estava muito suada.

ㅡ Você está bem? Ouvi seus gritos.

ㅡ Estou, foi apenas um pesadelo.

Josh assentiu com a cabeça.

ㅡ Entendi.

ㅡ Pode ir.

ㅡ Vai ficar bem?

Sem lhe olhar nos olhos, balancei a cabeça de forma positiva.

Esperei que saísse do porão, para voltar a me deitar.

O segundo pesadelo consecutivo com Noah. Era algum sinal?

As lágrimas voltaram a rolar, depressa. Levei o cobertor até minha boca, então gritando. Meus gritos foram abafados por aquele cobertor. Tal cobertor que assim como a cama, travesseiro e paredes guardava meus mais íntimos segredos. Larguei o cobertor, levando minhas mãos a cintura, onde levantei a blusa e cravei minhas unhas de maneira forte no local. A dor era enorme, algumas lagrimas de dor escaparam, mas aquilo, assim como o cobertor, iria abafar a dor que eu sentia dentro de mim.

Espero que tenham gostado desse capítulo, chorem comigo haha. Beijo, amo vocês!

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