Capítulo 33

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Any Gabrielly

A noite foi longa e torturante, a imagem de Noah ensanguentado em minha frente não saía da minha cabeça.

Amanheceu, a pouca luz que atravessava a janela coberta por madeiras sujas pregadas na parede anunciou que a manhã havia finalmente chegado. E também me lembrou do que eu teria para fazer hoje, limpar a cozinha e sala como Josh ordenou.

Suspirei, levantando da cama, fui até o pequeno banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes e voltei para o quarto.

Posso pensar que agora tenho pelo menos o privilégio de escovar os dentes e tomar banho, no começo de tudo eu fiquei nesse porão sujo, fedendo por dias.

Esperei por longos minutos sentada na cama, até Josh aparecer. O garoto vestia uma camiseta branca, calça jeans e um tênis branco.

ㅡ Irei passar a manhã fora, tome café da manhã e limpe o a sala e cozinha, não suba para o andar de cima.

Confirmei com a cabeça. Josh saiu, deixando a porta do porão aberta. Pouco tempo depois, pude ouvir o barulho de seu carro. Ele havia saído.

Levantei da cama e andei em direção a escada, onde subi, indo parar na cozinha. Me alimentei de um sanduíche, então lavando a pouca louça que estava suja. Respirei fundo e comecei a limpar, preferi começar pela cozinha e depois seguir para a sala.

Algumas horas depois, tudo estava limpo e organizado em seu devido lugar. Resolvi bisbilhotar um pouco o andar de baixo, poderia ter algo, alguma pista de quem ele era. Eu já sabia que essa casa era de família, afinal, quando transamos pela primeira vez, Josh comentou sobre as taças de sua avó. Mas e seus pais? Será que não estão mais vivos? Ou ele não mantém contato? Como não sabem que o filho é um maníaco que mata mulheres inocentes apenas por puro prazer?

Encarei as escadas que levava aos quartos por longos segundos. Josh havia dito para eu não ir ao andar de cima, mas eu sabia que se tinha alguma pista ou qualquer coisa que fosse me ajudar, essa era a hora de eu procurar. Eu não sabia que horas eram, muito menos que horas ele chegaria, precisaria ser rápida.

Em um ato de coragem, andei rapidamente até as escadas, subindo as mesmas até parar no segundo andar. Andei pelo corredor, abrindo apenas uma fresta da porta do outro quarto que havia. Era tão simples, sem graça, sem nada, apenas uma cama e um guarda-roupa. Fechei a porta do quarto sem graça e fui em direção ao de Josh. Ao entrar em seu quarto, iniciei a procura por algo. Lembrei da caixa que vi dentro de seu roupeiro alguns dias atrás, ela tinha um cadeado que a mantinha trancada, eu precisava encontrar a chave desse cadeado. Dei partida em minha missão de encontrar as chaves, vasculhei seu quarto todo, até baguncei algumas coisas, mas as organizei novamente. Onde poderia estar essa chave? Já sei!

Saí de seu quarto e fui até o quarto quase vazio, ele sabia que eu não me interessaria em procurar naquele cômodo. Vasculhei o guarda-roupa, embaixo da cama, até chegar na mini cômoda que havia ao lado da cama, ao abrir uma das gavetas, me deparei com uma chave sozinha, largada dentro da gaveta. Só podia ser ela! Eu finalmente havia encontrado!

Fechei os olhos, com um sorriso de orelha a orelha, comemorando mentalmente por ter achado a chave.

Segurei ela em minha mão, e quando pensei em ir ao quarto de Josh abrir a caixa, pneus esmagando o cascalho anunciaram que Josh chegou. Meu coração acelerou. Eu não conseguiria chegar lá embaixo a tempo. Eu estava ferrada. Guardei a chave novamente na gaveta e fechei a porta do quartinho, deixando apenas uma pequena fresta para que eu pudesse enxergar o corredor. Ouvi a porta da frente ser aberta, então trancada novamente, e logo os passos de Josh nas escadas, ele estava cada vez mais próximo. Minhas mãos estavam trêmulas e minha barriga havia sido congelada. Vi Josh passar por mim direto, indo até seu quarto. Após entrar em seu quarto, Josh fechou a porta, essa era a minha chance. Abri a porta devagar, tentando não fazer barulho, fechei a porta novamente e andei rapidamente, ainda assim com cuidado até o andar debaixo. Como ele não me viu na sala, deve ter imaginado que eu estaria no porão, era para lá que eu iria.

Novamente no porão, me sentei na cama, fingindo estar distraída em meus pensamentos. Na verdade eu estava com medo de que ele descobrisse que estive nos quartos e que eu encontrei a chave.

Como previsto, não demorou até que Josh estivesse no mesmo cômodo que eu. O silêncio era o mesmo da noite passada, mas agora em especial era torturante.

ㅡ Você limpou, se quiser pode subir, ou ficar aqui, como preferir. ㅡ Seu tom era seco, rude, desinteressado.

Esperei que se retirasse, para então me deitar. Encarei o teto enquanto pensava em tudo o que fiz essa manhã e no quanto me arrisquei.

Eu poderia subir e aproveitar a pouca liberdade que eu tinha, mas por hoje seria melhor eu me manter afastada dele, depois de tudo que eu fiz essa manhã. Além disso, ele estava estranho comigo, seria ainda pior eu me aproximar muito. Nada impede de ele surtar e tentar me matar antes mesmo de saber o que fiz. Na verdade, se ele soubesse era capaz de me torturar e me garantir uma morte lenta e dolorosa. Não temo a morte, mas não quero algo lento e doloroso, mais lento e doloroso do que estou sofrendo impossível.

Levantei um pouco da minha blusa, observando as marcas que deixei em minha cintura. Suspirei, fechando meus olhos.

O que acharam do capítulo? Espero que tenham gostado. Já aviso que pode conter alguns erros, pois não foi revisado.

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Amo vocês!

Red JacketOnde histórias criam vida. Descubra agora