Any Gabrielly
Se passou uma semana desde que encontrei com Josh, o desconhecido do beco, e ele não voltou nem para buscar a jaqueta que deixou comigo. Não me incomodei pois seria uma peça a mais em meu guarda-roupa.
Como mais um dia normal, sai de casa para acompanhar Sabina ao trabalho, mas antes larguei um saco de lixo na lata de lixo em frente a minha casa.
Enquanto andava pelo caminho que me leva a casa da minha melhor amiga, senti uma sensação estranha, como se tivesse sendo vigiada. Olhei para todos os lados, mas não havia ninguém na rua. Assim como todos os dias, a rua estava completamente vazia.
Você está imaginando coisas, Any. Isso é apenas sono! Pensei.
Dizem que por conta do sono as vezes as pessoas começam a alucinar. Eu dormi tão pouco está noite e por isso devo estar imaginando coisas.
Cheguei em frente a casa de Sabina. A garota estava de braços cruzados, esperando por mim.
ㅡ Pensei que não viria ㅡ brincou.
ㅡ Com o sono que estou pensei seriamente nessa possibilidade ㅡ ri fraco, agora andando lado a lado com a garota.
ㅡ O que aconteceu?
ㅡ Apenas passei a noite maratonando The Order.
ㅡ Me decepcionei com o final.
ㅡ Eu também.
E o assunto morreu.
Eu estava quase andando de olhos fechados. Fui puxada e acolhida por seu braço, que passou por meus ombros, me abraçando de lado. Sorri com seu ato e provavelmente Sabina também sorria.
ㅡ Vou te dar bastante cafeína e já já isso passa.
ㅡ Espero. Estou parecendo uma morta viva.
ㅡ Você sempre está, hoje está apenas menos arrumada ㅡ brincou. Deixei um tapa em suas costas, o que fez a morena rir mais ainda.
Chegamos em seu trabalho. Como de costume entrei com os outros funcionários e então me sentei em uma banqueta, colocando meus braços sobre a bancada e por fim deitando sobre eles.
Meus olhos estavam se fechando, até Sabina colocar uma xícara de café em minha frente.
ㅡ Preto, pra ver se você acorda pra vida.
ㅡ Obrigado ㅡ disse quase em um sussurro e então dei um gole no café.
ㅡ O tal Josh apareceu para buscar a jaqueta?
Neguei com a cabeça. Bebi mais um gole do café.
ㅡ Não. Nunca mais vi o garoto e, talvez ele nunca apareça para buscar.
ㅡ Mas e se a jaqueta tiver algum valor sentimental para ele?
ㅡ Ele virá buscar, caso contrário, a jaqueta será mais uma peça em meu guarda-roupa ㅡ dei de ombros, como se não tivesse importância.
Na verdade, tinha importância. Eu estava cada vez mais curiosa sobre o quase desconhecido (quase pois já sei seu nome), como ele poderia sumir assim do nada?
Terminei meu café. Me despedi de Sabina e voltei para minha casa.
Na metade do caminho, lembrei que teria que passar no supermercado comprar algumas coisas que estavam faltando.
Vida adulta é um saco. Sempre achei que a vida seria fácil como quando eu era apenas uma criança, mas quanto mais eu ia crescendo, mais responsabilidade e problemas apareciam.
Já no supermercado, adentrei, pegando um pequeno carrinho que me acompanhou durante todo o meu trajeto pelo estabelecimento. Na hora de pagar, percebi que o dinheiro que havia sobrado não era muito, um sinal de que eu precisava urgentemente procurar um emprego.
Carreguei as sacolas até minha casa. Ao tocar a maçaneta, percebi que a porta não estava trancada. Meu coração acelerou, minhas mãos começaram a suar e eu podia sentir meu estômago se revirar. Eu estava com muito medo. Será que alguém havia entrado e roubado algo? Ou até pior, será que o ladrão ainda estava dentro da casa? Para ter certeza, eu precisava entrar.
Respirei fundo, com o pé eu empurrei a porta e as minhas compras foram deixadas no lado de dentro da casa, próximo à porta. Caminhei devagar, quase parando. Era possível ouvir meus passos no assoalho de madeira, que fazia um barulho extremamente irritante por ser tão velho. Primeiro chequei a sala e cozinha, não havia ninguém e nem estava faltando nada. Depois, fui até o quarto de hóspedes, meu quarto e banheiro, não havia nem uma alma penada e nada faltando. Fiquei mais tranquila ao pensar na possibilidade de eu apenas ter esquecido de trancar a porta mais cedo. Voltei para primeiro andar, onde peguei minhas compras e levei para a cozinha. Novamente fui até a sala de estar para fechar a porta de entrada, mas dei de cara com a velha irritante, que também é dona da casa onde eu moro e estou com o aluguel atrasado, caminhando pela calçada, vindo em direção a porta.
ㅡ Olá, Any!
ㅡ Eu prometo pagar o aluguel assim que puder, dona Eliza ㅡ disse, com um suspiro cansado. Cansado de estar sempre arrumando desculpas.
ㅡ Mas você já pagou, por isso vim aqui ver se estava bem, não esperava que fosse pagar os dois aluguéis atrasados de uma vez só.
Eu paguei?
ㅡ Mas eu não...
Fui interrompida.
ㅡ Da próxima vez pode me entregar pessoalmente ao invés de deixar apenas um envelope com dinheiro em minha porta, eu não mordo ㅡ sorriu de forma tão debochada. Eu odeio essa velha! ㅡ Agora preciso ir, deixei uma torta salgada no forno!
Saiu rapidamente, só não correu pois poderia cair e se quebrar toda, afinal, seus ossos são extremamente frágeis por conta da idade.
Mas... espera! Eu não paguei o aluguel, não tinha nem como conseguir todo o dinheiro de uma vez só. O pior é que essa mulher dos cabelos brancos, um pouco acima do peso e com sua voz tão enjoada não me deixou nem lhe explicar que eu não havia pago nada. Deixarei para outra hora lhe contar.
Voltei para a cozinha e então comecei a fazer o almoço. Mas enquanto cozinhava continuei pensando nesse envelope de dinheiro que a velha disse estar na sua porta. Quem faria isso? Sabina não, a garota não tem um salário tão generoso a ponto de conseguir pagar o meu aluguel atrasado.
NÃO ESQUEÇAM DE ME SEGUIR PARA SEREM NOTIFICADOS QUANDO EU POSTAR CAPÍTULO NOVO.
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Red Jacket
FanfictionOnde Any resolve voltar para casa pelo caminho mais curto, um beco escuro. Nesse trajeto acabou por encontrar Josh, um completo desconhecido. Quem diria que esse desconhecido poderia mudar sua vida da maneira mais fria e assustadora possível? Cover:...