2° Tem. 28 capítulo

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BRUNNA

Ao ouvir tais palavras, eu fiquei sem chão, senti uma parte do meu mundo desabar aos poucos. Aquilo não podia ser sério, precisava  ser uma brincadeira se mal gosto, ao menos isso era tudo o que eu gostaria que fosse. Porém, as coisas giravam de uma maneira diferente da que eu queria. Em anos trabalhando ao seu lado e a filha da mãe não havia ganhando nem mesmo um arranhão em todas as missões já executadas. Mas quando se trata do destino, nem tudo é tão simples assim. Nem era para o traste estar naquela maldita transação, mas como se preocupar com o seu próprio bem, não é algo que a mesma possuí em prontuário, não se importou com as opiniões ao seu redor, simplesmente lançou um foda-se e seguiu percurso ao lado de uma Luane completamente contrariada.

Lud: Não vai me dizer o que está acontecendo? - Insistiu na questão depois de minutos, já dentro do carro, porém o meu silêncio parecia não ser capaz de se quebrar. Eu queria falar, explicar a situação do momento, mas não estava conseguindo. Não obtendo nenhuma resposta, apenas soltou um longo suspiro enquanto se mantinha atenta aos sinais e as movimentações dentro da rua. A muito tempo não a via dirigir com tanta cautela, respeitando as sinalizações e o limite máximo permitido dentro da cidade. Confesso que cheguei a pensar em pedir para que a mesma se lembrasse de qual a função de um acelerador, porém achei melhor não, não iria adiantar em nada, então não havia motivos para correr o risco de causar algum acidente.

Mantendo um cuidado que raramente demonstra ter, levamos um tempo extra para estarmos estacionando em uma vaga em frente ao hospital indicado. Caminhando ao seu lado, não me preocupei em pedir informações na recepção, apenas segui até a área de espera, onde Luane  parecia flutuar em outro mundo, ao se manter imóvel e com os olhos fechados.

Lud: O que você está fazendo aqui, Luane? - Perguntou chamando a atenção da amiga, que finalmente nos olhou e pela tonalidade vermelha que tomava seus olhos. Vi que as coisas não estavam nada bem.

Bru: Eu não contei para ela - Falei ao perceber a confusão em sua face. Lud: Não me contou o quê inferno?! - Percebendo que estava perdendo o controle, respirou fundo e esperou pela resposta que não veio - Não vou perguntar de novo.

Luane: Tivamos um contratempo com o processo se transferência - Disse se colocando de pé - Um dos idiotas não esperou uma luz para saber quem se aproximava da gente e disparou duas vezes. Quando me dei conta do que havia acontecido, já era tarde, só tive tempo de passar o comando a frente e a socorrer - Enquanto relatava o ocorrido, seus olhos eram tomados pelas lágrimas na mesma proporção em que as palavras era ditas - O filho da mãe atirou nela, Ludmilla - Finalizou voltando a se sentar com o rosto escondido entre as mãos, sendo assim me coloquei ao seu lado tentando passar algum tipo de conforto, porém não tive chance de ficar muito tempo.

Lud: Foi o mesmo idiota da última vez? - Depois de um tempo parecendo tentar raciocinar, fez a pergunta e diante de um aceno positivo, apenas cerrou os punhos e pegou caminho de volta a saída. Pensando em evitar alguma merda, me levantei o mais rápido possível e fui atrás dela, conseguindo a alcançar  antes da mesma se colocar dentro do carro.

Bru: O que pensa que vai fazer? - Questionei segurando sua mão já na porta do veículo e pela raiva estampada em seu semblante, é óbvio que eu possuía uma idéia.

Lud: O que você acha? - Grossa, como boa parte das vezes, disse firme e se encostou na porta se mantendo de frente para mim - Mostrar porque domino aquela merda toda e o que acontece quando a porcaria de um acordo é quebrado.

Bru: Matar ele, não vai melhorar as condições  dela, Ludmilla - Fui Objetiva, mesmo possuindo a mesma vontade que ela - Se fizer isso, você perde o que estar tentando buscar, em segundos. Não terá mais a chance de continuar tentando uma mudança de ação, sabe disso. Se quer mesmo fazer com que ele pague por algo, garanto que tirar o poder que o mesmo possuí é a melhor maneira.

Lud: Eu não ligo para nada disso, Brunna. Fui bem clara quando pedi para que não houvesse disparos contra meus parceiros. Assinamos um termo de não agressão para isso - Sorriu ironicamente. Não aceito que meus colaboradores quebrem uma ordem minha, imagina se vou aceitar que esses filhos da puta quebrem a porra de um acordo.

Bru: Se o matar, irá voltar para o topo da lista dos mais procurados, sua imbecil - Tentei manter a calma, mas com ela nada era tão fácil - E ainda sim a situação da Lari, não irá mudar de Status, tenta entender.

Lud: Não é só por ela, Brunna - Disse deixando o olhar vagar pelo horizonte.

Bru: E por que mais séria, LUDMILLA? - Não vai me dizer que deseja voltar a liderar esse ranking idiota? - Joguei e diante de seu silêncio, parecia que ali estava a minha resposta - Se for realmente isso, é bom que...

Bru: Poderia ser qualquer um ali, poderia ser Luane - Disse me interrompendo e fixando seu olhar  no meu - Ou até mesmo você. Bru: Mesmo assim, as coisas não se resolvem dessa...

Lud: Eu sempre vou fazer de tudo para garantir o bem de vocês, Brunna - Não importa se para isso eu precise por a minha cabeça prêmio novamente - Não importa se para isso, eu precise por a minha cabeça a prêmio novamente.

Bru: Deixa de ser idiota, podemos resolver isso de uma forma viável, não precisa voltar a ser procurada daquela forma - Insistir - Me houve pelo menos desta vez, pode ser?

Lud: Tá legal, vamos fazer do seu jeito - Soltando um longo e pesado suspiro, concordou  - Mas saiba que se algo parecido voltar a acontecer,não vou te dar ouvidos.

Bru: Nem eu pediria isso - Aceitei sua sobreposição - Agora vem, preciso saber como ela está e você precisa ajudar o seu clone.

Lud: Sabe que a gente nem se parece tanto, não é?

Bru: Não é o que a Lari diz - Falei a contrariando e se o momento fosse outro, eu com certeza teria rido da cara emburrada que ela fez - Agora finge que é a melhor amiga do mundo e vai servir de apoio para ela - Sem esperar qualquer menção vinda da parte dela, apenas a empurrei na direção da Luane e me mantive a uma certa distância.

Já fazia mais de uma hora que havíamos chegado aqui e mesmo somando o longo tempo em que Demoramos no trânsito, não parecia que o médico iria aparecer para nos ceder as boas notícias tão cedo. Só espero que não tenha saído nada errado e que ela esteja bem, ou caminhando para ficar. Já basta os problemas que esse ser humano moreno me causa,não preciso ter que me ocupar com mais um. Mas se for depender apenas dela, eu estou completamente fudida, já que a filha da mãe, é tão teimosa quanto a Ludmilla. Estou começando a achar que esse namoro vai me causar muita dor de cabeça, mas quem sou eu para querer dizer alguma coisa, se ela me dizia o mesmo quando os papéis estavam invertidos, não é? Tenho mais é que ficar na minha e tocer para que a filha da mãe melhore logo, assim posso devolver as doações que sofri no passado.

??: Responsáveis por Larissa Carvalho? - Fui tirada dos meus pensamentos, pelo chamado do médico e assim como as meninas, me aproximei dele - A quem devo me reportar?

Bru: Claro,  perdão. Sou a Comandante Brunna Gonçalves, da CIA. Sou a chefe da agente Carvalho e responsável pela missão na qual ela sofreu o incidente - Expliquei para evitar qualquer problema futuros e ele apenas assentiu, já fazendo uma rápida checagem sob os papéis em suas mãos.

Doutor: Muito bem Então - Disse voltando sua atenção a mim - A situação da senhora Carvalho, não está muito boa e devido a localização em que os projéteis atingiram, a cirurgia não foi simples. Ainda tivemos a sorte por um dos disparos ter passado direto, deixando assim, apenas o trabalho de uma saturação bem feita. Porém, houve o alojamento do projétil abaixo de sua clavícula, próximo a órgãos vitais. O que nos exigiu uma enorme atenção e dedicação. Devido a grande perda de sangue durante a cirurgia, a paciente se encontra muito debilitada, mesmo obtendo o grande sucesso durante o process...

Luane: Como ela está? - Perguntou o cortando,não tendo mais paciência para esperar todo o relatório médico.

Médico: A paciente se encontra desacordada devido aos sedativos, porém está bem. Ficará sob observação constante pela próxima semana, podendo receber alta na semana seguinte de acordo com o avanço de seu quadro clínico.

Luane: Podemos vê-la?

Médico: Infelizmente isso não será possível, as visitas só serão permitidas dentro de dois ou três dias. Antes disso, não podem ultrapassar aquela porta - Disse firme posicionando os braços para trás - Sinto muito, mas essas são as regras do hospital. Tudo para o bem da paciente...

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora