2° Tem 48° Capítulo

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LUDMILLA

Nada poderia ser tão simples não é mesmo? Não quando se trata da minha vida. Pensei realmente que não fosse sair dessa. Principalmente depois de ouvir a explosão do lado de fora. Aquilo me destruiu, me destroçou de várias formas, mas ao menos estava mantendo a segurança da Larissa, no momento era o que importava, era o que me deixava um pouco mais em paz com o meu espírito. Porém, isso não era o suficiente, os disparos havia feito o maior estrago, estava perdendo muito sangue e talvez não fosse ter uma chance, mas não era apenas isso o que estava me matando e ninguém melhor do que eu para saber. A dor que me atingiu pouco depois da Larissa me ceber uma leve pressão sobre os ferimentos, parecia ser algo de outro mundo, era como se alguma coisa estivesse me rasgando de dentro para fora e a única resposta cabível, seria a abertura dos ferimentos causados pelas facadas aquele dia infernal. Não havia mais dúvidas, eu havia me fudido mais do que o esperado e não parecia ser capaz de controlar tudo ao meu redor por muito mais tempo, dessa forma, acabei apagando com o olhar completamente carregado de dor e tristeza da Larissa sobre mim.

Morte, qual a definição realmente correta do que é a morte? O que de fato significa morrer?

Alcançar a morte, nada mais é do que deixar de se fazer presente.

Para muitos, esse conceito se dá a existência. Para eles, quando se perde a vida, você simplesmente Deixa de existir, mas depois de ter o Desprazer em tê-la frente a frente comigo, percebi e nem de longe essa poderia de fato ser a definição correta. Assim como meio mundo, eu também pensava dessa forma, mas como deixar de existir se sempre terá alguém para lembrar de quem você foi um dia? Por esse motivo, você deixa de se fazer presente, mas não existente. Seja para o lado bom ou para o ruim, Alguém irá sempre lembrar da sua existência. Esse era o fato consumado, porém ao que ficou Claro, ainda não era a minha hora, teria muito mais pelo o que passar nessa terra, só não sabia se estava de fato afim com essa nova oportunidade.

Seja quem fosse ou o que fosse, não pensou duas vezes antes de me mandar de volta para a minha realidade, a minha dolorosa realidade. Queria sim ter chance de voltar uma última vez a vida, mas se fosse para receber a notícia de que elas não haviam sobrevivido aquela explosão, não valeria a pena. Por causa dos meus erros, já havia passado tempo demais longe de quem não de verdade e não queria reviver o amargo sentimento da perda, sabendo que agora não haveria mais volta de vez, nao haveria um meio para tentar me reaproximar. Só para completar ainda mais toda a bagunça causada, vinha também a sensação de vazio, não só por não ter ao meu lado a mulher que mudou a minha vida, mas também porque não teria a presença da minha melhor amiga para ao menos tentar buscar uma superação.

Quando enfim pude voltar a mim, procurei a todo custo me acostumar com o mínimo de barulho que fosse, meus tímpanos pareciam mais sensíveis que o normal e enorme claridade não me permitia abrir os olhos, mas uma voz se fixou feito uma ótima música posta em replay. Não importava as circunstâncias, sempre  iria reconhecer, a sua voz, principalmente quando se estava agindo de forma autoritária e armando algum tipo de ameaça. Porém estando no estado em que me encontrava, poderia muito bem ser alguma brincadeira da minha mente, não poderia duvidar, mas também queria muito acreditar no contrário. Sendo assim, me forcei a me acostumar o mais breve possível com a claridade emitida em todo o ambiente, para enfim abrir os olhos e vê-la em uma conversa com a Lulu e a Lari. Sabia o que meus olhos me mostrava, o que realmente estava presenciando, mas ainda havia aquele sentimento de dúvida, de que tudo poderia não passar de uma simples alucinação, de que meus olhos poderiam estar mostrando exatamente o que eu mais queria ver no momento, mas no fim nada disso importava. Se quisesse mesmo ter alguma certeza, teria de pagar para ver acontecer e foi no que decidir apostar.

Lud: Brunna? - A chamei na esperança de que tudo o que se passou pela minha mente até o momento, fosse apenas fruto do enorme medo de perde-la mais uma vez e não soube como reagir ao receber seu olhar completamente sobre mim, da mesma forma que as meninas. A muito não a vi assim e a conhecendo da forma que conheço, poderia jurar que diante de todos, ela foi capaz de demonstrar todo o seu autocontrole sem se deixar emocionar. Era essa a sua maneira de agir desde o nosso término e que de certa forma, caiu muito bem sobre si com o título que carrega até então.

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora