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Diego Santoro

Diego: Eu já entendi e sei que você está certa - Falei me dando por Vencido - Já tinha pensado em resolver isso antes mesmo delas irem viajar, mas achei melhor quando voltasse, vai ser mais fácil de tentar esclarecer as coisas.

Sil: Espero de verdade que você tem razão Diego - Disse me dando as costas e subindo para o andar de cima.

Respirando fundo, me sentei no sofá e me permite pensar em todas as possíveis ações que deverão ser executadas o quanto antes. A discussão de agora pouco, é sobre um ponto Bem antigo, no qual Silvana e eu sempre discordarmos 100%, mas nunca tirei a razão dela. Então tendo finalmente chegado ao que eu estava esperando, vou trazer tudo as claras assim que as meninas voltarem, não posso e não quero mais manter isso somente para mim.

Me levantei já pegando as chaves do meu carro e sai, iria resolver os trâmites de um carregamento que está programado para chegar em no máximo, uma hora. Então tenho que ser rápido já que estou um pouco atrasado, levando em consideração onde irei receber a entrega. Com todo o meu percurso feito rapidamente e em grande silêncio, de modo que eu pudesse ficar preso em meio aos meus pensamentos, cheguei ao local com vinte minutos de antecedência, o que me deu o tempo necessário para rever cada uma das exigências e negociações passadas. Estava tudo em ordens, não tinha com o que me preocupar e como é um fornecedor que já conheço a muito tempo, nem selecionei uma equipe muito forte para me acompanhar , apenas o necessário e dois guardas costas de suporte mais atrás.

Assim que o caminhão do contato estacionou lugar combinado, fiz sinal para dois dos meus homens irem checar a mercadoria, porém fui surpreendido ao vê-los irem direto ao chão e sem esperar qualquer outra movimentação, já entrei em posição de defesa erguendo minha arma e os outros ao meu lado fizeram o mesmo.

Jorge: Diego, meu amigo - Desceu ao abrir a porta sendo seguido de dois policiais que estavam na porta de trás do caminhão - Vejo que dessa vez eu estou um passo a sua frente e com a vantagem a meu favor - Disse sorrindo e eu não fiz nada a não ser retribuir - Do jeito que está, até parece que está com tudo a seu favor, não é mesmo?

Diego: Queria o quê? Que eu ficasse com medo? Decepcionado  porque pela primeira vez em anos, você conseguiu fazer um movimento correto? - Falei e vi seu sorriso ir diminuindo aos poucos - Isso nunca vai acontecer, meu amigo - Usei suas palavras sem deixar o sorriso em meu rosto morrer - Porque até quando você está em vantagem, eu estou a sua frente.

Jorge: Vamos ser sinceros aqui, Diego... O que eu quero é te ver no mínimo atrás das grades, não quero ter que matar ninguém para isso - Disse e seu esquadrão surgiu logo atrás já com suas armas em punho - Então por que você simplesmente não se entrega e acabamos logo com isso.

Diego: Confesso que é uma proposta tentadora, Jorge. Mas infelizmente eu não posso, tenho assuntos inacabados que precisam urgentemente de minha total atenção - Falei e ele sorriu - Algum problema com isso?

Jorge: Na verdade, talvez eu possa resolver um deles - Disse me deixando em completo alerta - Andei fazendo uma busca sobre a sua filha, olhando relatórios de gente bem poderosa... Incluindo os Ramos - Sorriu - E adivinha só o que eu descobrir? - Perguntou retirando um pequeno controle portátil do bolso de seu colete, porém não disse nada, me mantive em completo silêncio - Que por sua causa, ela tem um chip neurocelular situado no lóbulo central esquerdo e dependendo da forma que ele agir ou onde estiver posicionado, pode levá-la a morte - Disse examinando cada ponto do controle em sua mão - E com um pouquinho mais de estudo, descobrir também, que esse pequeno aparelho aqui, pode definir a intensidade das dores causadas deixando elas mínimas possível ou em grau tão alto que ela não suportaria - Sorriu voltando sua atenção para mim - No momento, pelo o que posso afirmar, Diego... É que a intensidade não chega nem mesmo a vinte por cento. Mas o que poderia acontecer se eu dobrasse esse valor, com um pequeno acréscimo de dez por cento, do atual? - Alargou ainda mais o sorriso - Isso daria o quê? Cinquenta por cento de intensidade em um valor total? Qual seria a reação causada?

Diego: Por que você faria isso? Ela não tem nada haver com o que acontece ou já aconteceu entre a gente - Falei deixando o sorriso se desfazer e dar lugar a preocupação - Por que ferir um inocente que nunca te prejudicou?

Jorge: Você me tirou uma parte muito importante da minha vida Diego, a mulher que eu amava... Me deixando incompleto - Disse deixando claro seu ódio - E ela? Está seguindo os seus passos... Assim como você me tirou a minha esposa, ela está me tirando a minha filha! - Aumentou consideravelmente o tom de voz - A pessoa que eu mais amo nesse mundo... A melhor lembrança que tenho da mulher que nunca deixei de amar... Eu quero te ver preso Diego, isso é fato. Mas antes, eu quero que você sofra - Digitou algo no controle - Você pensa que eu não te conheço mais... Porém, sei que não há nada nesse mundo que te afeta mais do que sua filha - Concluiu sem muita expressão - Vamos ver como ela vai reagir com esse aumento de intensidade - Disse apertando um último botão no controle e o destruindo logo em seguida.

Diego: Você vai se arrepender do que acabou de fazer Jorge - Falei já efetuando alguns disparos e sai de cena o mais breve que consegui.

Como de início a um tiroteio, não tive como pegar meu carro em conseguir a passa rápido para um ponto da rua onde ninguém iria me encontrar e seguindo esse trajeto, peguei meu celular tentando ligar para Ludmilla, insistir acho que umas três vezes, mas só deu caixa postal. Então procurei o número da Brunna e liguei, ela me atendeu logo no segundo toque, o que me deixou um pouco menos apreensivo. Fiz as perguntas necessárias e desliguei assim que chegamos ao fim do assunto que não demorou muito praticamente nada, a nossa preocupação era maior do que qualquer outra coisa. Tenho que confessar que ele jogou sujo dessa vez, usar justo esse fato para me atingir foi golpe baixo e que ele querendo ou não, vai sair muito caro. Não por causa do que eu posso vir a fazer, mas sim pelo que vou revelar, pelo o que vou trazer de volta ao jogo.

Mas ignorando um pouco o que acabou de acontecer, está mais do que claro, que ele pode estar com o aparelho que eu preciso para localizar aquela merda de chip e fazer a remoção não seria possível ele encontrar o controle de intensidade neurocelular e não ter encontrado o raio-x adulterado. Se eu estiver certo, isso é algo que terá que entrar em negociação. Terei que ser bem específico e convincente para conseguir com quê ele me ceda o aparelho, o que com certeza não vai ser fácil, mas com os argumentos e a ajuda certa, ele não terá como negar. Passados exatos vinte minutos, decidi ir para casa, já tinha ficado aqui por tempo demais e preciso me manter calmo e na ativa, para enfim terminar com tudo e deixar as coisas na mais perfeita ordem antes de passar todo o meu patrimônio para Ludmilla, que está me matando de preocupação. Espero que tudo tenha sido apenas um blefe do Jorge, que ele não tenha feito nada demais e ela esteja bem.

Chegando em casa poucos minutos depois, me prendi em meu escritório deixando o celular sobre a mesa e me prendendo novamente em pensamentos enquanto esperava a ligação da Brunna. A Todo momento me pego pensando em como essa garota mudou a vida minha filha e não posso nem dizer que seja para algo ruim. Vê-la defendendo a Brunna aquele dia, confesso que me fez ficar com um pé atrás no que estava prestes a fazer, mas ver Brunna retribuir na mesma intensidade foi diferente, ali eu vi que não podia simplesmente tirar dela, o que a mesma mais amava. Ver a preocupação da Brunna, quando ela desmaiou, foi como se eu estivesse me olhando no espelho. Naquele momento eu vi que a garota, assim como eu, faria de tudo para vê-la bem. Então não tinha porque fazer o que julguei ser o certo, se Ludmilla sendo a mais afetada em toda situação, soube entender e perdoa-la dando uma segunda chance. Não havia motivo para mim não fazer o mesmo, já que isso se tratava da felicidade do meu bem mais precioso nesse mundo. Só não consigo entender porque é tão difícil para o Jorge aceitar e como ele, que vive dizendo amar a filha mais que tudo, teve a coragem de a mandar em uma missão praticamente suicida.

Fui tirado dos meus pensamentos, pelo toque do celular, que não esperei tocar uma segunda vez, apenas atendi imediatamente.

Ligação on


Eu: E então, como ela está?









Obs: Demorei um pouco para postar, pq troquei de celular hoje, atrasou um pouco.

A agente do FBI e a Sub-Dona do morro ( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora